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09/06/2009 - 11:24

Trabalho, números preocupantes

Recente pesquisa sobre projeções do mercado de trabalho divulgada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) indica que, nos próximos anos, poderemos vivenciar uma profunda transformação no que diz respeito à busca por uma vaga, uma oportunidade de emprego. Os números são preocupantes e atingem, principalmente, os dois extremos: quem está iniciando e quem está encerrando a vida profissional.

Segundo o estudo, entre 210 milhões e 239 milhões de pessoas estão desempregadas em 2009, o que representa uma taxa mundial de desemprego de 6,5% e 7,4%, respectivamente. Somente entre os jovens, a projeção da OIT é de que, de 2008 para 2009, haja entre 11,6 milhões e 17,7 milhões de desempregados a mais.

Os indicadores pessimistas não param por aí. As projeções sobre a pobreza mundial também apontam que, até o final de 2009, 200 milhões de trabalhadores estarão em risco de entrar na parcela da população que vive com menos de dois dólares por dia.

Esses números escancaram um cenário de escassez de trabalho e, como conseqüência, de maior pobreza para os próximos meses, pelo menos enquanto persistirem os efeitos da crise que colocou de ponta-cabeça o mundo globalizado.

Preocupa, também, a saúde financeira de fundos privados e públicos de assistência e Previdência Social. O afastamento do trabalho gera aumento de custos com a distribuição do seguro desemprego para mais trabalhadores. Também há um acréscimo no número de aposentadorias. Muitas pessoas prestes a adquirir esse direito aceleram seu ingresso na previdência após perderem o emprego.

Além de indicar toda essa preocupação, os dados levantados pela OIT revelam a importância cada vez maior de uma profunda reformulação nas leis que regem as relações trabalhistas, adaptando a CLT à nova realidade, ouvindo o que empresas e trabalhadores têm a dizer. É necessário reinventar o conceito de trabalho e de emprego.

É muito difícil elaborar, de imediato, alguma outra estratégia. O certo é que as mudanças devem acontecer em todas as pontas da relação trabalhista. Ao governo, cabe promover ações cada vez mais freqüentes de incentivo à economia, como fez recentemente a União ao diminuir ou eliminar impostos em diferentes setores da economia. Aos empresários, cabe ter mais precaução antes de demitir. Há que se acreditar que é na crise que surgem oportunidades para novos negócios e que a coragem deve prevalecer sobre o medo, evitando-se demissões, cortes e outras medidas emergenciais que façam o negócio encolher. É muito mais vantajoso enfrentar a instabilidade e sair dela ainda mais consolidado.

Ao trabalhador, por fim, também compete a necessidade de transformação. Em um cenário de escassez de vagas, ganham destaque os profissionais mais versáteis. Nesse sentido, a busca de cursos e de mais qualificação pode fazer a diferença entre estar na parcela da população ativa ou engrossar ainda mais a massa de desempregados que não para de crescer.

. Por: Milton Dallari, diretor administrativo e financeiro do Sebrae-SP e conselheiro da Associação dos Aposentados da Fundação Cesp.| www.hds.com.br

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