Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

10/06/2009 - 09:07

Crédito está mais fácil. É hora de tomar empréstimos?

Em setembro do ano passado, quando a crise financeira internacional assumiu novo patamar e arrastou a economia mundial para um de seus piores momentos da História, uma das primeiras e mais afetadas vítimas foi a oferta de crédito. No Brasil, apesar de contar com instituições financeiras sólidas e imunes aos ativos tóxicos que derrubaram grandes bancos em todo o planeta, a oferta de dinheiro também minguou, afetando os setores produtivos e reduzindo consideravelmente a atividade econômica.

Passados mais de oito meses, a oferta de crédito está voltando com força ao mercado nacional, inclusive em razão da atuação de instâncias governamentais que têm estimulado as instituições financeiras oficiais a abrirem seus caixas para facilitar o financiamento das empresas e também das pessoas. Entre as iniciativas, destaque para a ampliação dos volumes de recursos destinados aos empréstimos em suas várias modalidades, redução de juros (também em reflexo da queda da taxa básica brasileira, a Selic) e de spreads bancários e alongamento dos prazos para quitação.

As instituições financeiras privadas não ficaram paradas, e acompanharam o movimento estimulado pelo setor público. Com isso, o mercado brasileiro vive um momento de grande oferta de crédito. O que se percebe, por outro lado, é que a disposição das empresas e das pessoas em tomar empréstimos ficou menor, possivelmente refletindo uma maior previdência de todos diante dos riscos ampliados após a crise.

Vale lembrar que esse conservadorismo dos tomadores de crédito é justificável. Afinal, o cenário econômico nacional e mundial ainda não está efetivamente estabilizado, podendo ser sacudido a qualquer momento por novas turbulências latentes. Mesmo sendo um bom momento para se aproveitar o custo mais baixo do dinheiro, agir de forma cautelosa é a melhor saída.

Assim, aqui vão algumas dicas para as pessoas ou empresas que se veem motivadas a recorrer ao crédito neste momento: · Quem tem dinheiro em caixa disponível deve optar por pagamentos à vista e evitar recorrer a um financiamento, pois as taxas de juros brasileiras continuam entre as mais altas do mundo. Também é possível reduzir os impactos de um financiamento ampliando valores de entrada negociada;

· Caso nenhum novo grande problema na economia nacional ou mundial se desenhe no curto e médio prazo, a tendência é a de que os juros caiam ainda mais, refletindo a redução da Selic que o Banco Central deve continuar promovendo ao longo do ano;

·Pesquisar entre as instituições as melhores taxas de juros cobradas e os prazos mais adequados é uma atitude saudável e econômica;

·É essencial planejar muito bem ao assumir dívidas, levando em consideração despesas atuais e futuras para que se evite a inadimplência, fator que encarece e complica o acesso a mais crédito, se necessário;

· Quem já tem financiamentos tomados nos meses mais difíceis da crise deve procurar os agentes financeiros para tentar negociar as condições de pagamento, buscando reduzir juros, alongar prazos de quitação, ou tomar um novo empréstimo em condições mais vantajosas para quitar os antigos;

·Não basta saber apenas se a prestação cabe no seu orçamento, já que os juros cobrados podem, muitas vezes, multiplicar o valor tomado. Neste caso, o ideal é poupar ao longo de algum tempo para reduzir ao mínimo o comprometimento de recursos com o pagamento de juros;

·Conhecer as modalidades de crédito oferecidas pelas instituições financeiras é outra forma de economizar. Por exemplo, os juros do cheque especial são muito mais altos que os do crédito pessoal;

·Neste sentido, as empresas contam com diversas oportunidades de crédito mais barato, como é o caso de algumas linhas oferecidas pelo BNDES. Mesmo assim, o spread cobrado é maior ou menor dependendo da instituição bancária que faz a intermediação. Por isso, vale a pena sempre pesquisar.

A opção pela tomada de crédito deve, portanto, ser muito bem avaliada, seja pelo consumidor comum ou pelos gestores empresariais. Para as empresas, em especial, recursos obtidos no mercado podem fazer grande diferença na hora de fechar um negócio ou ao se comprometer em oferecer bens ou serviços. Por isso, saber aproveitar o melhor momento, a melhor condição e a melhor forma de se tomar crédito é primordial.

. Por: Márcio Peppe, sócio-diretor da BDO Trevisan - [email protected].

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira