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12/06/2009 - 18:51

MPEs paulistas: crise ainda afeta faturamento

Expectativas de empresários mantêm-se em alta: 46% esperam aumento de receita para o segundo semestre.

As micro e pequenas empresas paulistas (MPEs) registraram em abril deste ano queda de 9,9% no faturamento real em relação a abril de 2008. A crise financeira internacional continua afetando com mais intensidade as atividades cujas vendas são mais dependentes de financiamento (que vendem produtos de maior valor unitário).

Por setores, serviços foi o único a registrar variação positiva com aumento de 0,8% no período de abril de 2009 sobre abril do ano passado, puxado principalmente por atividades com atendimento direto ao consumidor, como: lanchonetes, restaurantes, hotéis, cabeleireiros e lavanderias.

Já o setor industrial apresentou a maior retração no período (-19,2%), seguido pelo comércio (-11,2%). Na indústria, os segmentos mais afetados foram os de bens de consumo duráveis (máquinas e aparelhos elétricos) e bens de capital (máquinas e equipamentos).

Segundo Ricardo Tortorella, diretor-superintendente do Sebrae-SP, a crise internacional produz efeitos piores para as atividades que dependem de financiamento, caso da indústria e da exportação. “As atividades que dependem mais de renda do consumidor sentem menos os efeitos da crise como, por exemplo, os setores de comércio e o de serviços. Esta deve ser a tendência para todo o ano de 2009”, explica.

Por regiões, as empresas do Grande ABC sofreram maior queda de faturamento na comparação de 12 meses, com -14,8%, seguida pela Região Metropolitana (-14%) e pelo Interior (-4,9%). Na capital paulista, a retração foi de 13,2%.

Na comparação mês a mês, a queda no faturamento foi menor: 1,8% em abril em relação a março. Essa queda foi influenciada pelo fato de o mês de abril contar com três dias úteis a menos que março – o chamado efeito calendário.

Em termos absolutos as MPEs registram receita total de total de R$ 20,2 bilhões em abril de 2009, quando o faturamento médio por empresa foi de R$ 15.192,36. “Apesar da queda registrada na receita das MPEs, o resultado de abril ficou relativamente distante dos piores resultados após o início da crise internacional Os resultados mais fracos para as micro e pequenas empresas foram observados em janeiro e fevereiro de 2009”, ressalta Pedro João Gonçalves, economista do Sebrae-SP.

Mesmo assim, otimistas - As expectativas dos proprietários das MPEs se tornaram ligeiramente mais otimistas. Em maio deste ano, 46% dos donos MPEs declararam esperar aumento no faturamento da empresa nos próximos seis meses, ante 44% em abril de 2009. Quanto à economia brasileira, a proporção de empresários que acreditam em melhora no nível da atividade econômica nos próximos seis meses se alterou de 42% em abril para 45% em maio deste ano.

Esses foram os principais resultados da pesquisa Indicadores Sebrae-SP, realizada em abril de 2009, com a colaboração da Fundação Seade. A pesquisa monitora mensalmente o desempenho de 2,7 mil MPEs em todo o estado, apresentando também dados para quatro regiões: capital (cidade de São Paulo), Grande ABC, Região Metropolitana de São Paulo (39 municípios) e Interior.

As MPEs e a economia - Nos últimos meses, as economias dos países avançados (Estados Unidos, Europa Ocidental e Japão) têm apresentado resultados fracos. No caso do Brasil, a perspectiva é de que, em 2009, o Produto Interno Bruto (PIB) tenha crescimento nulo ou uma pequena queda em relação a 2008.

O Brasil tende a ser menos afetado que as ‘economias avançadas’, uma vez que o sistema financeiro está em situação relativamente sólida, o país possui um elevado volume de reservas internacionais, a inflação encontra-se sob controle e o PIB tende a ser “puxado” pelo consumo interno.

Nesse quadro, as MPEs deverão acompanhar a tendência geral da economia brasileira. É provável que os segmentos mais ligados ao mercado interno e cujo consumo dependa mais da renda do que do crédito se recuperem primeiro como, por exemplo, comércio e serviços. As atividades industriais e ligadas à exportação tendem a apresentar uma trajetória de recuperação mais lenta.

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