Produtos piratas em todo lugar

As ruas dos grandes centros estão forradas! Em lojas também tem! Em centros comerciais então, é fácil encontrar! Os produtos piratas tomaram conta do país e estão em todas as categorias possíveis e imagináveis: de calças jeans a videogames de última geração, passando pelos sempre presentes e mais vendidos Cds e Dvds. Até pilha pirata se encontra por aí...

Quem compra desses produtos procura por soluções baratas para os seus desejos de consumo. Alguns argumentam que colaboram para a melhoria de vida de quem vende, aqueles que têm de correr da fiscalização, trabalhar sob sol e chuva etc. Mas, a maioria dos compradores nem imagina onde seu dinheiro vai parar. Da mesma forma que o nosso dinheiro vai parar nas mãos de poucos quando compramos um produto original, isso também acontece com os produtos piratas. Uma verdadeira indústria multinacional organiza e distribui essas mercadorias. A sua “ajuda” ao vendedor ambulante é mínima.

É claro que é fácil dizer para evitar os produtos piratas. Num país, em que um lançamento em Dvd não sai por menos de R$ 39,90 e em Cd, R$ 25, esse é um pedido praticamente impossível de se fazer. No início, tentaram espalhar o boato de que o produto pirata causava danos nos aparelhos eletrônicos. Como não colou, as grandes empresas “oficiais” tiveram de colocar a mão no bolso e tentaram diminuir o mercado paralelo com campanhas que dizem que “pirataria é crime”! Fazem isso, mas não movem uma palha para diminuir um pouco os seus extraordinários lucros e tornar seus produtos mais acessíveis a grande parcela da população, justamente o público alvo do mercado de piratas.

Uma das maiores curiosidades sobre esse mercado paralelo é a sua velocidade. Filmes legendados chegam às ruas antes dos cinemas, numa espécie de pré-venda especial. Cd, no mesmo dia do seu lançamento oficial nas lojas. Não dá nem para enumerar aqui os caminhos possíveis que esse material faz dos estúdios até às ruas... Ficaria parecendo “teoria da conspiração”.

São várias as soluções possíveis para o fim da pirataria. Fiscalização, tanto em relação aos pontos de fabricação quanto nos pontos de venda, realização de uma política nacional de combate ao trabalho informal, para diminuir o número de mão-de-obra nesse setor. Mas, o primordial, é a facilitação do acesso da população aos produtos originais, com garantia e qualidade. No dia em que isso for uma realidade, a pirataria vai ser esquecida por completo!

. Por: Cláudio Boriola, Consultor Financeiro, Conferencista, Especialista em Economia Doméstica e Direitos do Consumidor. Fundador e Presidente da Boriola Consultoria empresa criada há mais de treze anos. Autor dos livros Paz, Saúde e Crédito - Práticas de Negociação - De Um tostão a Um Milhão e do Projeto para inclusão da disciplina "Educação Financeira nas Escolas".