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17/06/2009 - 08:15

Crise na indústria brasileira foi a mais forte entre os BRICs, mostra estudo da CNI

Brasília – Dos países dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil foi o que mais tardiamente registrou os impactos da crise financeira internacional. No entanto, quando chegou, a crise provocou na indústria brasileira os maiores estragos entre os quatro países emergentes, de acordo com a Nota Econômica elaborada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada no dia 16 de junho (terça-feira).

A nota mostra que a produção industrial no Brasil caiu 20% no período de outubro a dezembro do ano passado. A Rússia foi o país dos BRICs que teve a segunda maior queda na atividade industrial durante a crise. De acordo com a nota da CNI, o recuo foi de 17,7% entre outubro do ano passado e janeiro deste ano.

Nesse grupo de países emergentes, a indústria indiana foi a terceira que absorveu os maiores impactos provocados pela crise. Ela teve, entre maio de 2008 e março deste ano, uma queda de 2,6%. A produção indiana teve um impacto menor em relação a Brasil e Rússia por dois motivos, segundo aponta a nota da CNI: baixa exposição da indústria local ao mercado externo e dinamismo do mercado interno.

A indústria chinesa foi, entre as quatro, a que melhor passou pelo período mais crítico da crise. Entre julho e novembro do ano passado, tomou um tombo de 5,5%. A partir de então, e até março deste ano, registrou crescimento de 8,2% e atingiu níveis “sensivelmente superiores” aos patamares de julho do ano passado, o pico anterior da atividade industrial. A nota da CNI classifica essa trajetória da indústria Chinesa de “claro movimento de recuperação”.

PIB - O PIB brasileiro teve uma trajetória diferente da dos outros três países. No Brasil, o PIB cresceu até o terceiro trimestre do ano passado, registrando a crise mais tardiamente que os demais.

China, Índia e Rússia iniciaram a queda dos respectivos PIBs antes do auge da crise. O da Índia começou a trajetória de queda ainda em 2006, antes dos primeiros impactos do sub-prime nos Estados Unidos. No caso chinês, o PIB começou a arrefecer no terceiro trimestre de 2007 e, no russo, no terceiro trimestre do ano passado. A queda de 9,8% do PIB russo no primeiro trimestre deste ano evidencia que este foi o país dos BRICs que mais se ressentiu da crise internacional, de acordo com a Nota Econômica da CNI.

Câmbio - À exceção da China, que mantém o câmbio fixo, os países dos BRICs tiveram movimentos semelhantes de desvalorização e posterior valorização de suas moedas. No primeiro momento, a maior aversão ao risco mundial levou à desvalorização do real, do rublo e da rúpia.

O real se desvalorizou 50,6% frente ao dólar de julho a dezembro de 2008. O rublo, no mesmo período, caiu 20,7% em relação ao dólar. A desvalorização na Índia foi a menor, com a rúpia caindo 18,9% ante o dólar.

Na reversão da curva, as intensidades foram mais semelhantes. O real se valorizou 10,2% de janeiro a maio deste ano, quando que, de fevereiro a maio, o rublo subiu 10%. De março a maio, a rúpia ganhou 5,7% frente ao dólar.

Conclusão - De acordo com a nota da CNI, esse comportamento sinaliza que a economia brasileira tem muita sensibilidade às condições macroeconômicas mundiais. “Ainda que o mercado doméstico seja amplo e em expansão, a retomada de um forte ritmo de crescimento depende não apenas do retorno a um maior dinamismo do comércio mundial, como de mecanismos para potencializar as condições de competitividade dos produtos brasileiros, em especial os manufaturados, para melhor inserção nesse mercado”, conclui a nota.

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