Rastreabilidade faz bem para a saúde!

A Rastreabilidade de produtos hoje é algo essencial para nós consumidores. O Sistema GS1 é um conjunto de padrões que permite gerenciar, de maneira eficiente, as cadeias de abastecimento globais e multi-industriais, por meio da identificação inequívoca de produtos, unidades de despacho, ativos, localidades e serviços. Essas medidas facilitam o processo de comércio eletrônico e garantem completa rastreabilidade.

No Brasil, a implantação de sistemas de rastreabilidade auxiliados pelos códigos de barras tem ocorrido com frequência cada vez maior, o que revela a adequação do País a uma tendência mundial, iniciada com as crises internacionais nos campos da saúde pública (doença da vaca louca, gripe aviária, bioterrorismo) e da segurança (falsificação e contrabando de produtos). Tais episódios aumentaram a preocupação do mercado internacional com o “caminho” percorrido pelos produtos que entram em seu mercado, desde a origem mais remota.

Especificamente na área da saúde, o governo brasileiro acompanha todo o processo de produção, distribuição e comercialização de medicamentos, e vem publicando portarias e resoluções que têm como finalidade prevenir crises como as ocorridas internacionalmente, e identificar possíveis problemas em cada uma das etapas da Cadeia de Suprimentos.

Um dos requisitos fundamentais para a rastreabilidade é a identificação única do item a ser rastreado, ou seja: todos os envolvidos no processo de produção, distribuição e venda do produto devem identificar, de forma única e inequívoca, esse item. Além disso, para melhor controle e agilidade, é essencial a utilização do código de barras. Somente ele pode garantir, por meio de sua leitura, a captura de dados do produto e informações adicionais como lote e data de validade de maneira precisa, rápida e sem erros. Neste quesito, o Brasil está à frente de muitos outros países, pois desde 1998 todos os medicamentos registrados no Ministério da Saúde já carregam o GTIN na embalagem (nome do antigo código EAN, código de barras padronizado e de abrangência global).

Em medicamentos, a rastreabilidade também pode ser utilizada como uma ferramenta de segurança. Previne a distribuição de produtos danificados e, se necessário, viabiliza um rápido e eficiente "recall", trazendo maior segurança para o consumidor final.

A rastreabilidade consiste de um trabalho integrado , que depende do empenho de todas as empresas envolvidas da cadeia de suprimentos destes produtos, permitindo assim a recuperação eficiente e rápida de seus históricos.

Ou seja, desde a origem das matérias-primas até o armazenamento final, passando pelo processo de confecção, incluindo ainda os equipamentos nele utilizados.

Vale lembrar que os dados referentes à distribuição dos produtos fabricados também permitem a identificação das localizações exatas dos estoques, tanto no seu ponto de origem (indústria, frigoríficos etc.), quanto na rede de distribuição.

Essas informações são necessárias para o rápido e eficiente recolhimento dos produtos, em caso de crise. Para exemplificar, podemos recordar episódios como o da “pílula de farinha”, quando, por engano do fabricante, um lote de placebos foi embalado e distribuído nacionalmente em lugar das verdadeiras pílulas anticoncepcionais, ou o dos brinquedos importados de Taiwan, que estavam contaminados por tintas tóxicas. Em ambos os casos, rastrear os lotes das mercadorias com problemas foi fundamental para que estas pudessem ser retiradas do mercado.

É evidente, portanto, que a adoção de sistemas de rastreabilidade é uma tendência mundial e um pilar para o crescimento de uma economia globalizada. Suas vantagens são inúmeras, e o setor da saúde dispõe de imenso potencial para colher os benefícios que a rastreabilidade oferece. Basta acreditar e investir nesse conceito!

. Por: Ana Paula Vendramini Maniero, assessora da Célula de Soluções de Negócios da GS1 Brasil.