Por que ser original?

Na busca pela redução de custos, seja no mundo corporativo ou até mesmo no âmbito doméstico, muitas pessoas caem no imbróglio dos produtos pirateados. A falsa idéia da diminuição dos gastos atrai milhares de consumidores no mundo inteiro. Além de abocanhar grande parte do mercado de CDs, DVDs, brinquedos, roupas e acessórios, o falsificador vem sofisticando cada vez mais as formas de pirataria.

O que antes era improvável para o mercado de soluções de impressão, agora assusta grandes nomes do setor. A falsificação de suprimentos para impressoras movimenta, anualmente, bilhões de dólares no mercado ilegal. Segundo o Relatório de Atividades do Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP), no ano passado foi realizado o maior número de apreensões de produtos piratas no Brasil. A quantidade referente aos meses de janeiro a setembro de 2006 superou os índices de todo o ano de 2005.

Este cenário não é prejudicial apenas aos fabricantes, que têm sua credibilidade comprometida, mas também aos usuários. Ao adquirir este tipo de produto, o comprador, além de incentivar as ações de falsificadores, prejudica o seu próprio equipamento e perde dinheiro em conserto e manutenção. Isso interfere diretamente na relação da fabricante com o cliente, que não desconfia da procedência do bem adquirido por tê-lo comprado como se fosse um produto original.

Os suprimentos originais são fabricados seguindo rígido padrão de qualidade e as soluções possuem estruturas suficientes para trabalhar em conjunto com as demais peças da máquina. Os fabricantes de produtos piratas não seguem regras específicas na hora da produção. Os suprimentos falsificados são extremamente prejudiciais às impressoras, podendo causar danos irrecuperáveis nos aparelhos.

O toner, por exemplo, é um dos componentes mais falsificados. Dentro dele há um pó responsável pela formação da imagem no processo de impressão, que deve seguir um padrão de qualidade. Em produtos falsificados ou recondicionados, este pó pode vazar ou não ter a qualidade necessária e colocar em risco o funcionamento de outras peças da máquina como, por exemplo, a unidade fusora, um dos componentes mais caros de uma impressora.

Normalmente, a diferença de custo entre a peça original e a falsificada e recondicionada é de, aproximadamente, 50%. Porém, este valor acabará sendo gasto para a recuperação de danos causados à impressora. Além disso, os produtos piratas ou recondicionados não têm o mesmo rendimento dos originais. A vida útil de um toner recondicionado, por exemplo, é muito menor. Não há controle para verificar quantas vezes ele já foi remanejado, portanto, o que se compra por novo muitas vezes já está no mercado há anos.

Outro ponto fundamental a ser considerado é que a qualidade da impressão diminui nitidamente, pois os toners falsificados, por não terem a mesma qualidade de fabricação dos originais, não suportam a mesma resolução da imagem.

O combate aos produtos falsificados também tem sido realizado pelo governo. Em 2004, foi criado o Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos Contra a Propriedade Intelectual, órgão integrante do Ministério da Justiça e que regulariza as estratégias do mercado. Entretanto, à medida que são criadas novas formas de proteção contra a pirataria, como adesivos e números de séries, os falsificadores surpreendem empresários e governantes, burlando os novos sistemas de segurança. Para combater este ciclo, é preciso que haja punição severa para falsificadores, mas também campanhas contra a pirataria e para a conscientização da sociedade sobre os sérios problemas que o incentivo ao mercado ilegal gera ao País.

. Por: Fernando Petroni é gerente de suprimentos da OKI Printing Solutions, uma das principais empresas de soluções de impressão do mundo, com mais de 30 anos de experiência no mercado e uma base instalada de 30 milhões de máquinas, entre impressoras matriciais, laser monocromáticas e laser coloridas.