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23/06/2009 - 10:20

Erbitux é aprovado para o tratamento do câncer colorretal metastático, nova abordagem revoluciona o tratamento da doença


A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) acabou de aprovar o registro do medicamento ErbituxTM (cetuximabe), da Merck Serono, para o tratamento do câncer colorretal metastático no Brasil. A terapia tinha aprovação no país exclusivamente para o tratamento do câncer de cabeça e pescoço. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), surgem a cada ano 26.990 novos casos de câncer colorretal no Brasil, sendo que 50% desenvolvem doença metastática.

A aprovação de ErbituxTM para câncer colorretal estava sendo aguardada com muita expectativa por médicos e pacientes brasileiros, pois Erbitux possui a aprovação para a doença em 76 países.

Um dos grandes diferenciais de ErbituxTM está justamente associado ao teste do status do gene KRAS, que permite a personalização do tratamento. Ou seja, antes de iniciar o uso de Erbitux, os pacientes devem realizar o teste do KRAS, um gene que se apresenta de forma mutada ou não-mutada nos tumores colorretais. Pacientes com doença avançada cujos tumores não têm a mutação do gene KRAS apresentaram um aumento significativo de taxas de resposta e uma significativa redução do risco de progressão da doença com o uso do Erbitux em comparação com os pacientes com tumores com mutação. A correlação do KRAS e eficácia do Erbitux representou um marco para a seleção dos pacientes que podem ou não se beneficiar com a terapia.

Alguns laboratórios brasileiros já realizam o teste para determinar o status do gene KRAS em pacientes com câncer colorretal metastático, entre eles o Hospital AC Camargo em São Paulo, e o Laboratório Progenética, no Rio de Janeiro. No entanto, muitos pacientes ainda desconhecem que podem se beneficiar dos novos tratamentos associados a estes testes genéticos e devem buscar orientação junto aos médicos.

O teste KRAS é um biomarcador fundamental para a seleção dos pacientes com câncer colorretal metastático que vão se beneficiar com a terapia com ErbituxTM.

Oncologistas têm obtido casos de cura com o uso de ErbituxTM em pacientes de câncer colorretal com metástases exclusivas no fígado, o que derruba o mito de que o câncer colorretal metastático não tem cura. O tratamento multidisciplinar envolvendo o médico oncologista clínico e o cirurgião, com o uso de Erbitux, possibilita a redução do tamanho do tumor para que ele se torne operável, potencializando as chances de cura dos pacientes.

Tratamentos personalizados - Tratamentos contra o câncer que contam com biomarcadores estão revolucionando a conduta médica contra o câncer, pois é possível antecipar se o medicamento poderá ter efeito positivo. Com isso, evitam-se possíveis efeitos colaterais e recursos com as terapias para quem elas não dariam resultado.

O tema principal do maior encontro anual da oncologia mundial, o Congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) de 2009 que terminou dia 02 de junho, em Orlando, Estados Unidos, foi a personalização do tratamento do câncer. O fato do maior evento da especialidade ter acolhido este tema é um forte reflexo do movimento atual da oncologia em direção da individualização do tratamento do câncer.

O medicamento ErbituxTM, agora com a aprovação da Anvisa para tratamento do câncer colorretal metastático no Brasil, vem diretamente ao encontro dessa tendência.

Um dos destaques do Asco foram as divulgações de novos resultados de estudos sobre ErbituxTM (cetuximabe), da Merck Serono, indicado mundialmente para o tratamento do câncer colorretal metastático, câncer de células escamosas de cabeça e pescoço, e câncer de pulmão de células não-pequenas. No ASCO 2009, mais de 70 estudos sobre a nova droga foram apresentados. O medicamento Erbitux, vem diretamente ao encontro da nova tendência da medicina personalizada para o câncer.

O anúncio dos resultados dos testes com o biomarcador KRAS de Erbitux já havia mobilizado a ASCO do ano passado, em sessão plenária, onde são apresentados os estudos de maior relevância que podem influenciar diretamente a prática do oncologista, com a apresentação dos estudos CRYSTAL (Erbitux em associação com quimioterapia no tratamento do câncer colorretal metastático) e FLEX (Erbitux em associação com quimioterapia no tratamento do câncer de pulmão).

Os estudos CRYSTAL E OPUS demonstraram taxas de resposta altamente consistentes ao redor de 60% e uma diminuição bastante significativa de até 43% no risco de progressão da doença em pacientes com tumores sem mutação do KRAS, tratados com Erbitux associado à quimioterapia padrão.

A boa notícia é que a maioria dos pacientes é beneficiada com Erbitux, já que entre 60 a 70% apresentam a forma não mutada, tornando-se candidatos diretos ao uso do medicamento. Para os pacientes que apresentam a mutação do gene, são recomendadas outras terapias.

O mecanismo de Erbitux - ErbituxTM é um anticorpo monoclonal que bloqueia o receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR), responsável pelo crescimento e pela propagação do tumor em uma série de tipos diferentes de câncer. O EGRF é responsável pela mediação de diversos processos celulares, como a multiplicação e a morte das células.

A proteína KRAS desempenha um importante papel na cascata de sinalização relacionada com o EGFR, ativando outras proteínas associadas com a proliferação e sobrevivência das células. As mutações do gene KRAS transformam-no em um oncogene, que gera uma proteína mutada e capaz de transformar células normais em células tumorais.

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