FMI eleva previsão de expansão da América Latina e do Brasil

Washington - O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou nesta quarta-feira que o crescimento da América Latina deve ser de 4,9 por cento em 2007, acima da estimativa anterior de 4,2 por cento mas abaixo dos 5,5 por cento de 2006, em meio a uma desaceleração global provocada pelos preços do petróleo e dos metais.

O Brasil, maior economia da região e que ficou para trás em comparação com os países vizinhos no começo da década, deve crescer 4,4 por cento em 2007. A estimativa anterior era de expansão de 4,0 por cento.

"A política monetária no Brasil tem sido aliviada substancialmente ao longo dos últimos 18 meses, e com a inflação contida o país terá oportunidade para manter esse ciclo de flexibilização", disse o FMI em seu relatório semestral Perspectiva Econômica Global.

A inflação brasileira deve ser de 3,5 por cento este ano, abaixo da previsão de 4,1 por cento feita em setembro pelo FMI.

A previsão de crescimento foi elevada em toda a região, com exceção de México --segunda maior economia da região--, Chile, Peru, Equador e Uruguai, seja por conta de seus fortes laços econômicos com os Estados Unidos ou da dependência das exportações de petróleo e metais.

Os riscos ao crescimento regional incluem uma desaceleração mais forte que a esperada da economia norte-americana, um recuo maior nos preços de commodities ou condições financeiras mais apertadas e mudanças políticas que afetem a confiança do investidor.

A Argentina deve crescer 7,5 por cento este ano, ante previsão anterior de 6,0 por cento. A taxa de inflação no país deve ser de 10,3 por cento, menor que na previsão anterior do FMI, de 11,4 por cento.

O FMI mencionou ainda que Brasil e Equador são contidos pela rigidez fiscal. O desempenho "muito desapontador" da produtividade afeta a sustentação de taxas mais altas de crescimento na região, com exceção do Chile, acrescentou o FMI. | Por: Gilbert Le Graa/Reuters