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26/06/2009 - 10:15

O Araguaia foi testemunha de uma guerra irregular com muitos fatos nas sombras

Uma ferida ainda aberta volta a sangrar nas páginas dos jornais brasileiros: a Guerrilha do Araguaia. Uma guerra irregular contada de uma forma pelo militares brasileiros e de outra pelos documentos recém revelados.

Conhecido como um povo pacífico, o brasileiro se acostumou a ver o seu histórico de guerra varrido para debaixo do tapete. De tempos em tempos alguém aparece e levanta a ponta do tapete e traz à tona alguns fatos. Recentemente foram reveladas provas sobre as execuções por ocasião da Guerrilha do Araguaia, em 1974. As informações de que ocorreram execuções sumárias foram dadas pelo agente da reserva Sebastião Curió Rodrigues de Moura, ao jornal Estado de S. Paulo. Essa guerra irregular, travada entre militantes de esquerda e militares, nos remete, mais uma vez, a um episódio da história do Brasil. Mas o que é uma guerra irregular?

No livro Guerra irregular (Editora Contexto), o major da ativa Alessandro Visacro, profundo estudioso do assunto, escreve que guerra nas sombras se vence nas sombras. Ele explica que isso equivale a admitir que guerra irregular se vence com guerra irregular. “Portanto, a garantia de resultados concretos encontra-se nas atividades de inteligência, na guerra eletrônica, nas operações psicológicas e, é claro, nas operações especiais”, concluí o autor no livro.

Para ilustrar, Visacro cita a caçada realizada pelos israelenses contra os militantes do Setembro Negro (autores do atentado contra a delegação de Israel na Olimpíada de Munique, em 1972), assim como a perseguição ao “barão da droga” de Medelim, Pablo Escobar, feita pelos governos da Colômbia e dos Estados Unidos, que juntos eliminaram o megatraficante, em dezembro de 1993. Entre esses exemplos ele lembra “as operações de inteligência e de combate desencadeadas pelo Exército brasileiro durante as duas últimas fases da campanha do Araguaia”, ocorridas em 1972 e em 1974, ano que Curió diz ser os das execuções.

Guerra irregular nos oferece um amplo panorama dos movimentos que alimentam essas guerras: embasamento político, estratégia, táticas e resultados obtidos. A obra mostra ainda quais os grupos que obtiveram sucesso e por que, assim como os métodos utilizados pelos Estados que derrotaram ou estão obtendo sucesso contra esses movimentos. Incluindo, é claro, a Guerrilha do Araguaia, vencida pelo Exército brasileiro. O livro trata ainda da Irlanda (IRA) e da Espanha (ETA), de Cuba e da China, da Argélia e do Afeganistão, de israelenses e palestinos, da Colômbia e do Brasil, onde, segundo o autor, já se trava uma verdadeira guerra irregular, em que o Estado está ameaçado pelos narcotraficantes. Para o major Visacro, compreender melhor o combate irregular é um pré-requisito para que a sociedade se torne menos vulnerável a ele.

Alessandro Visacro é oficial das Forças Especiais do Exército Brasileiro. Graduou-se pela Academia Militar das Agulhas Negras no ano de 1991. Exerceu as funções de oficial subalterno no 29º Batalhão de Infantaria Blindado (Santa Maria – RS) e no 26º Batalhão de Infantaria Paraquedista (Rio de Janeiro – RJ). Ingressou nas forças de operações especiais em 1997. Serviu no 1º Batalhão de Forças Especiais, onde foi instrutor dos cursos de ações de comandos e forças especiais. Na cidade de Manaus (AM), foi designado oficial de operações e, posteriormente, comandante da 3ª Companhiade Forças Especiais, tropa diretamente subordinada ao Comandante Militar da Amazônia.

. [ Livro: Guerra irregular – Terrorismo, guerrilha e movimentos de resistência ao longo da história | Autor: Alessandro Visacro | Formato: 16 x 23 cm; 384 páginas | Preço: R$ 49,00 Informações | Fábio Diegues].

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