Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

30/06/2009 - 11:06

Imposto reduzido deve ser mantido se economia não retomar crescimento, diz professor da FGV

Rio de Janeiro - O governo não deve acabar com a redução de impostos enquanto não tiver um sinal claro de que a economia retomou a sua trajetória de crescimento, disse no dia 29 de junho (segunda-feira), em entrevista à Agência Brasil o professor do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas, Fernando Holanda.

Para Holanda, a decisão de prorrogar a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), anunciada hoje, mostra que o governo continua tentando incentivar a recuperação da economia.

“Acho que o medo do governo é interromper isso com uma elevação de impostos que volte a afetar alguns setores, principalmente o automotivo, que foi o responsável por aquela parada na produção, no ano passado. Então, eu acho que enquanto a crise estiver aí, o governo não vai aumentar os impostos”, disse.

O professor do Ibre disse que a redução do IPI para os automóveis foi um sucesso e resultou em aumento das vendas pelas montadoras. “Dada à crise, o governo reduziu a oneração via impostos, para conseguir aumentar as vendas e estimular a economia. É o que ele está tentando manter, neste momento”, afirmou.

O retorno aos níveis anteriores de alíquota dos impostos ocorrerá quando a recuperação da economia estiver consolidada, estimou o economista do Ibre/FGV. Ele Analisou que a medida anunciada hoje é correta diante da crise externa.

“É uma medida transitória em um momento de crise. Se você está com um produto abaixo do potencial, o governo, em geral, faz as políticas contracíclicas, como ampliar gastos e conter impostos”, disse.

Para o coordenador do Indicador de Produção Industrial Mensal do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Leonardo Carvalho, a economia brasileira, pelo menos no que se refere ao consumo, não está tão ruim como se vê na parte de produção industrial e investimento.

Carvaljo disse que boa parte do bom desempenho do nível de consumo está relacionado à manutenção do crescimento da massa salarial, que envolve o conjunto de rendimento e emprego, e tem a ver, também, com as medidas do governo na área de isenção fiscal.

O economista do Ipea observou que apesar de já ter acontecido muita antecipação de consumo, diante do desconhecimento quanto à duração da redução dos impostos, a mesma incerteza em relação à manutenção do emprego fez com que muitas pessoas postergassem as compras. Por isso, ele acha que “ainda tem folga para o efeito do IPI estimular o crescimento do consumo. A redução do imposto vai continuar sendo benéfica, sim, para a manutenção do bom desempenho dos níveis de consumo”, disse.

Carvalho explicou que o aumento do consumo registrado no primeiro trimestre deste ano não teve a contrapartida em termos da produção, devido, em grande parte, ao fato da economia viver atualmente um ciclo de ajuste de estoques. Para ele, contudo, muitos setores já apresentam normalização, entre os quais o automotivo. A expectativa agora é que, com a manutenção do bom desempenho do consumo, haja uma contrapartida em termos de produção, a partir do mês que vem. | Alanda Gandra/ABr

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira