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01/07/2009 - 11:05

As revoluções da minha filha

Na virada do ano, época tradicionalmente destinada a reflexões, pensei a respeito de todas as pequenas e grandes revoluções que testemunhei e quais seria a experiência da minha filha neste mesmo sentido. Em junho agora, ela completou 5 anos, pouco mais de 30 anos nos separam. Eu fui criança na época da reserva de informática.O Brasil não importava livremente computadores, então ganhei uma espécie de PC aos 12 anos de idade, na minha primeira comunhão.Era um CP200 da Prológica e funcionava usando a TV como monitor. Minha filha tem um PC com Windows Vista e internet no quarto dela, como isso vai afetar o seu desenvolvimento? Ela já está digitalmente alfabetizada, já que reconhece as letras no teclado e consegue escrever palavras. Isso aconteceu naturalmente, por interesse próprio dela e o nosso apoio. Um dia vou ter o prazer de contar para ela que usava um gravador de fita K7 para instalar os jogos no meu "PC", e depois tive outra máquina que tinha diskette, e ainda um PC com HD (winchester) e, muito tempo depois, a Internet.

Lógico que vou ter que apresentar para ela uma fita K7, assim como fiz com o disco de vinil o ano passado. Achei um livro da história do Mogli que vinha com um disco de vinil, tirei a poeira do toca-discos e mostrei para a minha filha. Ela não gostou nada. Ela gosta muito de ouvir histórias contadas a partir de livros, mas, escutar a história contada por uma máquina não despertou o seu interesse. Uma pequena revolução que vivi foi o aparecimento do CD e estamos vivendo agora a sua extinção. Acredito que minha filha nunca irá comprar um CD, ela vai consumir música com certeza, mas não nessa mídia. Até que idade conseguirei resistir a pressão, que ela com certeza vai fazer, para ter um celular com MP3? O celular é uma grande revolução... porque reúne em um único equipamento recursos que, no passado, foram muito desejados e caríssimos!

Meu primeiro telefone, fixo, comprei e não recebi imediatamente, existia uma fila de espera de mais de um ano e somente uma operadora estatal pois as telecomunicações eram um monopólio, uso ele até hoje. Minha primeira máquina fotográfica tinha filme de 12 milímetros e o flash eram cubos descartáveis. Eu a usei até meus 17 anos. Meu primeiro Walkman tocava fitas K7 e tinha rádio FM, que não durou muito, porque era muito chato ter de comprar pilhas novas a cada duas horas de uso. Usei também o Pager (para quem não sabe era um sistema de envio de mensagem, uma espécie de SMS unidirecional, de nome comercial Mobi) antes de ter um celular analógico, o finado PT650. Certamente o primeiro celular da minha filha vai fazer tudo isso, navegar na Internet e ainda ter acesso a TV digital. (Como farei para controlar ou restringir o conteúdo acessado pelo celular?)

Como todo pai, tenho grandes preocupações, o celular pode se transformar em grande problema se não for adequadamente utilizado. Hoje esse aparelho já viabiliza o fim da privacidade, considerando que suas câmeras estão em qualquer lugar, com boa resolução e a capacidade de transmitir imagens ao vivo. Ainda nesta mesma linha há o recurso do GPS que indica, via satélite, a posição do aparelho, dispensando a tradicional pergunta: "Onde você está?". Isso tudo somente pensando em pequenas coisas das outras tantas que já aconteceram, nestes últimos 30 anos. Certamente minha filha irá testemunhar grandes revoluções tecnológicas em outros campos.Acredito em especial no potencial da engenharia genética e da nanotecnologia para nos apresentarem pequenos milagres. Daqui a 30 anos vou pedir para ela escrever sobre suas experiências, é bem provável que sejam mais interessantes e significativas.

. Por: Iedo Sérgio Joner Júnior, diretor comercial- Southtech Telecom | www.stech.net.br

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