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01/07/2009 - 11:10

Até parece que a crise não chegou ao futebol em meio a tempestade clubes realizam transações milionárias

Em meio à crise econômica é realizada a maior transação do futebol em todos os tempos, exatamente no momento, onde clubes europeus e ao redor do mundo apuram prejuízos substanciais ou estão literalmente à venda há meses.

Bolha já foi substantivo, unicamente, relacionado a um pequeno globo de ar, como a bolha de sabão. Nos últimos anos, porém aprendemos de maneira traumática, o novo significado para essa palavra e experimentamos no meio financeiro, econômico e empresarial o estouro de algumas bolhas que abalaram sensivelmente a economia mundial e a confiança das pessoas nas instituições, nos órgãos reguladores e nos governos que fecharam os olhos e permitiram o descontrole desvairado de práticas no mínimo suspeitas.

Fazendo uma retrospectiva no ano de 2001 estourou a bolha pontocom que da noite para o dia transformou em pó milhares de empresas da área de informática.

Em 2008, foi a vez da bolha do subprime, que com efeito arrasador destitui a ordem econômica mundial e promoveu prejuízos incalculáveis em todas as economias ao redor do globo. Refinanciamentos de financiamentos, sem lastro, levaram a falência milhares de empresas e pessoas, que acreditaram que o sistema econômico fosse sólido, regulamentado e inspecionado pelas autoridades monetárias competentes e que não existisse possibilidade de instituições, jogarem com dinheiro alheio, como em um cassino em Las Vegas.

Mas e no futebol? O Real Madri surpreendeu o mundo! Na primeira quinzena de junho ignorando as palavras crise e risco, anunciaram a contratação do jogador Kaká do Milan por módicos 65 milhões de euros e a transferência do arrogante, astro português, do Manchester United, por simplesmente 94 milhões de euros, a maior transação do futebol em todos os tempos.

Exatamente em um momento, onde clubes europeus e ao redor do mundo apuram prejuízos substanciais ou estão literalmente à venda há meses, sem despertar o menor interesse dos investidores.

Muito desses valores se devem a um conceito novo chamado Marketing Esportivo, onde a exploração e a ligação de astros com marcas e produtos produzem um aumento substancial nas vendas e no incremento de receita.

Mas até onde vai o poder de retorno do marketing esportivo? Qual o tempo de retorno e a capacidade de gerar dividendos sobre um gasto pontual de 155 milhões de euros?

Quem regula os gastos dos clubes, qual instituição econômica é responsável pela fiscalização da origem dos recursos, quem controla os gastos e os ganhos de clubes de futebol?

Perguntas que ficam a deriva em um mar de incertezas e de escândalos, empresários de grandes clubes do futebol mundial, foragidos e exilados fora de seus domínios de origem, ligações de clubes, empresários e jogadores com paraísos fiscais, inúmeros processos ao redor do globo associando verbas do esporte ao contrabando, prostituição e tráfico de drogas.

Não que o Real Madri tenha nada a ver com isso, mas em tempos de regulação de mercados, arrocho financeiro nas empresas e crise mundial nos mercados por desleixo e vista grossa das autoridades competentes, não custa nada levarmos a sério as questões do mundo da bola.

Investimento com retorno irrefutável, a bolha do mundo da bola ou operações no mínimo suspeitas? A paixão mundial pelo futebol deve alavancar os negócios proporcionados pelo marketing esportivo, mas jamais pode ser utilizado como miopia conveniente, para transformar estádios e campeonatos em enormes lavanderias ao redor do planeta.

. Por: Sérgio Nardi, escritor, especialista em gestão empresarial e autor dos livros “A Nova Era do Consumo de Baixa Renda”, “Marketing para o Varejo de Baixa Renda” e “Viva Melhor”.

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