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03/07/2009 - 08:44

Produção industrial de maio reforça sinais de retomada

Rio de Janeiro - A produção da indústria brasileira subiu mais que o esperado em maio frente ao mês anterior, novamente beneficiada pelo categoria de bens de consumo duráveis.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou no dia 2 de julho (quinta-feira), que a produção subiu 1,3 por cento ante abril, no quinto avanço seguido nessa comparação. O desempenho supera a projeção de analistas ouvidos pela Reuters, de expansão de 0,4 por cento.

O IBGE também revisou levemente para cima os dados de janeiro, fevereiro e abril.

"Há uma recuperação na margem, que é positiva, gradual e contínua", disse a economista do IBGE Isabela Nunes, ressaltando que a indústria voltou ao patamar de junho de 2006. Até abril, a indústria operava no nível de abril de 2005.

Segundo o IBGE, desde o agravamento da crise global, em setembro passado, a indústria ainda acumula perda de 13,8 por cento. Até abril, o ônus era de 15 por cento.

"Há uma sensação de recuperação no ar ao se analisar os dados de indústria, produção e sondagens do setor. No entanto, não dá para se falar num movimento generalizado", acrescentou. "O crescimento é gradual e não é uniforme."

Segundo o IBGE, a trajetória de expansão em 2009, na comparação com os meses imediatamente anteriores-- é capitaneada pelo segmento de veículos, que foi estimulado por incentivos do governo e pela expansão da renda.

"Os veículos são o motor da recuperação. Eles representam dez por cento de toda a indústria e têm um forte encadeamento com os setores de plástico, metalurgia e borracha", disse a economista, frisando que o crescimento de veículos já alavanca o segmento de bens intermediários, o mais importante da indústria (com peso de 57 por cento).

Destaques - Na passagem de abril para maio, todas as categorias de uso melhoraram o ritmo de produção, sendo que os bens de consumo duráveis lideraram com crescimento de 3,8 por cento, seguidos por bens de consumo semi e não-duráveis (1,3 por cento) e bens intermediários (1,2 por cento).

Os bens de capital, com expansão de 0,7 por cento, ficaram abaixo da média de crescimento de 1,3 por cento.

O avanço atingiu 20 de 27 atividades pesquisadas.

Frente a maio de 2008, houve queda de 11,3 por cento na produção --mantendo uma sequência de sete meses de taxas negativas. Neste caso, o resultado também foi um pouco melhor que a retração esperada, que era de 12 por cento.

A queda de 11,3 por cento pode ser considerada um dos melhores resultados do ano na comparação anual, uma vez que o resultado de março (-9,7 por cento), o melhor até então, foi favorecido pelo maior número de dias úteis.

Na comparação com maio do ano passado, todas as categorias de uso registraram decréscimo, com bens de capital registrando a maior queda, de 22,8 por cento. A produção de bens duráveis caiu 13,7 por cento, os bens intermediários recuaram 13,8 por cento e os bens de consumo semi e não-duráveis, 1,8 por cento.

Entre as atividades, a queda na indústria refletiu o comportamento negativo de 22 das 27 pesquisadas.

No acumulado do ano, a atividade industrial tem queda de 13,9 por cento. Em 12 meses, o recuo é de 5,1 por cento, pior resultado desde o início da série histórica, em 1991.

Demanda interna segue como suporte - Com base no índice de média móvel trimestral, a indústria geral acumulou, de fevereiro a maio, crescimento de 4,2 por cento --com bens de consumo duráveis aumentando 22,7 por cento, bens intermediários expandindo 3,7 por cento e bens de consumo semi e não-duráveis, 3,2 por cento. A exceção foi bens de capital, com perda de 5,9 por cento.

"Esse perfil de desempenho sugere que o fator de peso na recuperação de 2009 está associado a setores relacionados à demanda interna, enquanto os segmentos produtores de bens de capital e para exportação continuam pressionando negativamente", avaliou o IBGE.| Por: Rodrigo Viga Gaier | Reuters.

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