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07/07/2009 - 10:50

Cesta Básica do Rio de Janeiro registra custo médio de R$ 220,20, aponta Pesquisa Nacional do DIEESE

Mantendo assim uma estabilidade, com queda de 8,17% em relação a junho de 2008.

Em junho de 2009, a cesta básica do Rio de Janeiro registrou um custo médio de R$ 220,20, o que significou uma queda de 0,37% em relação a maio deste ano. No último mês, o Rio de Janeiro registrou o quarto maior valor dentre as cestas apuradas nas 17 capitais pesquisadas pelo DIEESE. Em relação a junho de 2008, a cesta básica apresentou queda de 8,17%. A variação acumulada ao longo do ano de 2009 também foi negativa (-6,76%).

De acordo com a Pesquisa Nacional do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), os treze produtos que compõem o conjunto de gêneros essenciais que integram a cesta básica, no Município do Rio de Janeiro, oito registraram queda nos preços em relação a maio, sendo as mais significativas as da batata (-14,94%), da banana (-7,08%) e do feijão (-6,99%). Dos cinco itens que tiveram aumento de preços, dois sofreram altas significativas: o leite (16,97%) e o tomate (6,57%).

Nos últimos 12 meses, três produtos registraram altas significativas de preço:leite (45,91%), açúcar (22,66%) e batata (15,03%). Dos nove produtos pesquisados que registraram queda nos preços, destacamos as quedas do feijão (-39,42%), do tomate (-32,84%), da farinha (-31,70%), do óleo (-25,94%), da banana (-17,97%) e do arroz (-15,33%).

Somente no primeiro semestre de 2009 a batata acumulou alta de 73,44% e o leite de 40,13%. Neste mesmo período o feijão registrou queda de 39,15% e o tomate de 31,83%.

O valor da cesta básica representou em junho 51,47% do salário mínimo líquido, sendo esta a menor relação verificada no ano de 2009. A jornada de trabalho necessária para a aquisição dos bens alimentícios básicos de 104h11min neste mês também é a menor verificada em 2009.

Cesta básica tem alta moderada na maioria das capitais: A Pesquisa Nacional da Cesta Básica, realizada pelo DIEESE em 17 capitais, também registrou aumentos moderados em 12 regiões. Aumentos superiores a 1% ocorreram em quatro cidades: Aracaju (4,47%), Fortaleza (1,80%), Florianópolis (1,53%) e Curitiba (1,04%). Os demais oito aumentos ficaram abaixo da taxa mencionada.

Em cinco capitais houve reduções, também modestas, sendo que, em Brasília, a queda foi de -2,28%, em João Pessoa foi de -0,90%, em Recife -0,45%, no Rio de Janeiro -0,37%, e em Natal -0,12%.

Com base no valor da cesta mais cara e, levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deveria suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência; e ainda, considerando uma família composta do casal com dois filhos menores, estes consumindo o equivalente a um adulto; o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.

Desta forma, no mês de junho, o salário mínimo necessário deveria ser de R$ 2.046,99, que representa 4.4 vezes o salário mínimo vigente (R$ 465,00), pouco maior do que o de maio, estimado em R$ 2.045,06, mas bem menor que o de junho do ano passado, que foi estimado em R$ 2.072,70 – ou 4,99 vezes o mínimo oficial da época (R$ 415,00).

Variações acumuladas - Tanto no primeiro semestre, quanto nos últimos 12 meses, o custo da cesta básica barateou em 13 capitais. No semestre, as maiores quedas foram apuradas em Florianópolis (-9,02%), Aracaju (-8,76%) e Brasília (-8,41%). Os aumentos foram observados em Recife (3,99%), Salvador (3,08%), Goiânia (1,62%) e Belém (1,28%).

Nos últimos 12 meses, as maiores reduções foram anotadas em Florianópolis (-8,69%), Aracaju (-8,03), Belo Horizonte (-7,56%) e São Paulo (-6,99%). As evoluções foram registradas em Salvador (7,27%), Vitória (3,10%) e Goiânia (0,51%).

Apesar da pequena taxa de aumento (0,09%), Porto Alegre permanece com o maior custo da cesta de alimentos básicos, de R$ 253,66. A capital paulista, também compequena taxa positiva (0,33%), apresenta o segundo maior valor da cesta, de R$ 228,10, seguida por Vitória (R$ 227,30) e Rio de Janeiro (R$ 188,67).

Cesta básica x salário mínimo: O tempo de trabalho necessário, na média das capitais, para a compra da cesta básica em junho, para um trabalhador que ganha o salário mínimo, foi de 98 horas e 58 minutos, quase igual à jornada exigida em maio, que era de 98 horas e 35 minutos. Já em junho do ano passado, a jornada necessária comprometia 115 horas e 25 minutos.

Da mesma forma, o percentual do salário mínimo líquido – após o desconto equivalente à Previdência Social – comparado ao custo da cesta alcança resultado semelhante. Em junho, o custo da cesta representou 48,90% do mínimo líquido; em maio o percentual era um pouco menor (48,71%), enquanto em junho de 2008 era bem maior (57,03%).

Comportamento dos preços - As pressões para cima nos preços dos alimentos componentes da cesta básica, em junho, ocorreram naqueles itens de menor peso.

O leite aumentou seu preço em 15 capitais, especialmente no Rio de Janeiro (16,97%), Vitória (15,97%), São Paulo (12,73%), Brasília (12,71%), Florianópolis (12,67%) e Curitiba (12,40%). Em Recife e Fortaleza houve estabilidade.

O mesmo ocorreu nas variações anuais, com elevações bastante expressivas em 15 regiões. As maiores taxas foram observadas em Vitória (65,20%), Porto Alegre (48,05%) e no Rio de Janeiro (45,91%). No período, a única redução foi anotada em Brasília. Além do período de entressafra, houve grande pressão por parte dos produtores e intermediários pela recomposição do preço do leite que, de fato, aconteceu no mês de junho.

O óleo de soja aumentou em 13 cidades lideradas por Recife (5,30%), Aracaju (5,22%), Natal (4,89%) e Belém (4,85%). Não houve alteração em Belo Horizonte e Curitiba e as reduções foram apuradas em Manaus (-0,40%) e Goiânia (-0,43%).

Na comparação anual, o óleo de soja barateou em todas as 16 capitais – Manaus ainda não completou um ano de pesquisa – com variação de -13,35% em Florianópolis a -30,14% em Salvador.

A redução do preço da matéria-prima, a soja, no mercado internacional, principalmente a partir do final de 2008, provocada pela crise econômica mundial com forte redução do crédito no comércio internacional, foi a causa principal do barateamento do óleo.

O pão, segundo produto de importância da cesta alimentar, aumentou em 11 capitais no mês de junho, com taxas relativamente moderadas. A maior delas foi verificada em Recife (2,80%), seguida por Aracaju (2,70%) e Vitória (1,09%). As reduções foram anotadas em Florianópolis (-0,17%), Salvador (-0,99%) e Natal (-3,90%).

Em Goiânia, Brasília e Manaus os preços permaneceram estáveis. Nos últimos 12 meses houve aumentos em sete cidades, como Goiânia (9,81%), Vitória (5,23%) e Aracaju (3,39%). Houve quedas em nove regiões, das quais se destacaram Fortaleza (-13,40%), Belo Horizonte (-11,18%) e João Pessoa (-8,49%).

O preço da farinha caiu em sete capitais dentre as nove regiões do Centro/Sul onde seu preço é pesquisado. As capitais do Sul apresentaram as maiores quedas, sendo -4,35% em Florianópolis, -2,79% em Porto Alegre e -2,43% em Curitiba. Nos últimos doze meses o produto barateou em todas as nove capitais, desde -12,82% em Vitória até - 32,32% em Curitiba.

A manteiga encareceu em 11 regiões, com altas mais significativas apuradas em Goiânia (7,41%), Porto Alegre (4,08%) e Fortaleza (2,78%). Em outras seis capitais houve redução de preço, com maiores taxas observadas em Salvador (-3,39%), Florianópolis (-1,57%) e Aracaju (-1,40%). Comparados a junho de 2008, os preços da manteiga subiram em 11 capitais, sete dos quais com taxas acima de 10%, como em Porto Alegre (27,18%), Vitória (19,00%) e Salvador (14,59%). Em outras cinco regiões houve redução particularmente em São Paulo (-8,21%), Aracaju (-8,09%) e Curitiba (-9,03%).

Entre os alimentos essenciais que compõem a cesta básica, quatro deles tiveram reduções mais generalizadas: o arroz, cujos preços recuaram em 15 capitais ; o feijão, em 11; o café em 10 e a carne em 9. O arroz barateou mais em Aracaju (-6,31%), em Vitória (-5,65%), Belém (-4,74%), em Curitiba (-4,60%) e Florianópolis(-4,04%). As duas capitais com elevação foram Brasília (5,56%) e Belo Horizonte (1,00%).

O arroz está mais barato agora do que em junho do ano passado em todas as 16 cidades. As quedas mais acentuadas ocorreram em Aracaju (-25,11%), Curitiba (-24,89%) e Belém (-19,03%). As menores foram registradas em Porto Alegre (-2,15%), Belo Horizonte (-5,61%), Natal (-7,45%) e São Paulo (-9,81%), as únicas cidades com reduções inferiores a 10%. As boas safras colhidas recentemente permitiram o aumento da oferta e consequente queda de preço.

O feijão barateou acentuadamente em Florianópolis (-7,45%) e no Rio de Janeiro (-6,99%). Em Fortaleza não houve mudança de preço no mês de junho em comparação ao de maio. Os aumentos com taxas mais significativas foram em Salvador (9,59%) e Recife (5,39%).

Da mesma forma que o arroz, o feijão ainda mostra forte redução de preço em todas as 16 cidades, em relação aos preços de junho de 2008. As taxas variaram de (-55,37%) em São Paulo até (-27,08%) em Brasília. Essa redução foi causada pela boa safra colhida no começo do ano e da segunda safra que está sendo colhida.

O café, produto de grande comercialização internacional, também está sendo afetado pela crise de crédito, especialmente dos países importadores. As reduções mensais foram moderadas e as maiores quedas ocorreram em São Paulo (-2,92%) e Porto Alegre (-2,49%). Entre as capitais onde houve alta, as taxas também foram modestas, como em Goiânia (2,88%) e Vitória (1,63%).

Na comparação com junho de 2008 as taxas, tanto as de queda quanto as de alta, foram mais significativas. Dentre as nove capitais, destacam-se São Paulo (-14,96%), Rio de Janeiro (-9,41%) e Belo Horizonte (-6,92%). Subiram mais em Goiânia (15,44%), Florianópolis (7,37%) e Vitória (6,24). A carne, produto de maior contribuição no custo da cesta básica, apresentou as maiores elevações em Goiânia (4,88%), Natal (3,41%) e Aracaju (2,89%), enquanto Recife (-2,90%) e Vitória (-2,14%) apareceram com as maiores reduções. Já nos últimos 12 meses, a carne aumentou em 11 capitais, com destaque para João Pessoa (14,34%), Natal (10,58%) e Fortaleza (10,36%). Em cinco capitais os preços recuaram, como em Florianópolis (-7,44%) e Aracaju (-5,94%). A carne está em período de entresafra mas, como a exportação está sendo afetada pela crise internacional, ocorre esta oscilação de preços.

O tomate teve forte queda nos últimos 12 meses, apenas em uma capital foi observado aumento, Salvador (9,40%) e em João Pessoa o preço ficou estável. Em todas as outras 14 cidades ocorreram baixas no preço do produto. As maiores reduções foram apuradas em Florianópolis (-37,61%) e no Rio de Janeiro (-32,84%) e as menores taxas negativas apareceram em Fortaleza (-5,06%) e Belém (-6,84%).

“No corrente ano, as condições climáticas têm sido melhores do que em 2008, favorecendo a produção de hortaliças em geral, inclusive o tomate”, conclui a pesquisa.

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