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09/07/2009 - 11:17

G8: foco é na retomada econômica, custo vem depois


L'Aquila, Itália (Reuters) - A recuperação global ainda não está garantida e os governos vão se preocupar com os pesados gastos com programas de estímulo somente quando já tiverem surtido efeito, afirmaram no dia 8 de julho (quarta-feira) os líderes do G8 reunidos na Itália.

"Enquanto existem sinais de estabilização, incluindo a recuperação dos mercados acionários e a queda nos spreads das taxas de juros, negócios e a confiança do consumidor melhorando, a situação continua incerta e riscos significativos permanecem sobre a economia e a estabilidade financeira", disseram num comunicado.

O comentário foi o mesmo de um comunicado dos ministros de Finanças do grupo feito há um mês.

Os líderes, reunidos na cidade de L'Aquila, recentemente atingida por um terremoto, para discussões que se iniciam com o assunto economia, afirmaram que estão comprometidos em retirar os gastos com estímulo mas apenas quando a recuperação das economias parecer segura.

"Nós concordamos com a necessidade de preparar estratégias apropriadas para desenvolver medidas extraordinárias quando a recuperação estiver assegurada", informou o comunicado.

"As estratégias de saída vão variar dependendo das condições econômicas e das finanças públicas, e têm de garantir uma recuperação sustentável no longo prazo."

As análises do FMI devem ajudar neste processo, acrescentou o comunicado (www.g8italia2009.it).

Estímulo ainda é foco - Economistas disseram que as renovadas preocupações do mercado com a recuperação global significam que faz sentido manter os esforços para assegurar a retomada econômica.

"Nas últimas duas ou três semanas, tem havido um pouco de choque de realidade e é perfeitamente conveniente que os líderes esclareçam essa ideia", afirmou Gavin Friend, estrategista do Banco Nacional da Austrália, em Londres.

Os governos ao redor do mundo se comprometeram com uma quantia estimada de 5 trilhões de dólares em financiamentos públicos para estabilizar o sistema bancário e estimular a demanda com caros projetos de infraestrutura e interrupção de cobrança de impostos.

Antes dos encontros, autoridades disseram que a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, pressionaria outros líderes para reiterarem o comprometimento com a rápida restauração das finanças públicas, assim que a turbulência passar.

Mas Estados Unidos, Grã-Bretanha, Japão e França querem manter o foco nos esforços de recuperação, disseram.

As expectativas são de que as potências do G8 --EUA, Japão, Alemanha, França, Grã-Bretanha, Itália, Canadá e Rússia-- reunam-se nesta quinta-feira com representantes de países emergentes, incluindo China, Índia e Brasil.

O presidente chinês, Hu Jintao, ausentou-se das discussões no último minuto por conta de protestos na região noroeste da China, em que mais de 150 pessoas foram mortas.

O comunicado do G8, somado a um esboço de outro a ser divulgado na quinta-feira após debates entre líderes do G8 e G5, não fez menção a moedas, aliviando as preocupações do mercado.

A China tem pedido um debate sobre as moedas de reserva global, argumentando que deve haver uma alteração do sistema dependente unicamente do dólar.

"Um crescimento estável e sustentável no longo prazo exigirá o reparo dos desequilíbrios existentes nas contas correntes", disse o comunicado do G8.

Notícias da semana passada de que a China estava pedindo um debate afetaram o dólar, mas o integrante do Banco Nacional da Austrália afirmou que o "risco" parece agora ter se dissipado.

Moscou também tem pedido uma alternativa.

Andrei Bokarev, autoridade financeira russa participante dos encontros na Itália, disse a jornalistas em resposta a uma pergunta que é "bastante possível que a questão surja" durante os debates da quinta-feira.

Melhora -Tem havido alguns sinais de melhora em um conjunto de indicadores econômicos desde março, mas as taxas de desemprego estão subindo e os governos ainda estão cautelosos com o risco de recaída da economia.

O FMI informou em previsões revisadas que a economia está se estabilizando, mas que uma recuperação sustentada provavelmente não acontecerá até o segundo semestre de 2010 no mundo industrializado, onde os problemas se iniciaram.

O organismo prevê contração de 1,4 por cento na economia global em 2009, seguida de expansão de 2,5 por cento em 2010. | Por: Darren Ennis e Gavin Jones, com reportagem de correspondentes da Reuters na Itália e ao redor do mundo, texto de Brian Love/Reuters.

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