A hora de investir

Recursos financeiros são importantes e mesmo fundamentais para o sucesso de qualquer empreendimento e devem ser cuidadosamente utilizados.

Existem basicamente três formas principais de aplicação dos recursos financeiros:

1.Custeio: consiste na aplicação dos recursos na operação, nas despesas de sobrevivência e manutenção. Pensando, por exemplo, num indivíduo estas despesas seriam relativas à moradia, alimentação, vestuário, locomoção, lazer e outras que garantam a preservação do presente nível de vida.

2.Reserva: consiste em separar parte dos recursos financeiros para eventualidades permitindo enfrentar situações inesperadas. A principal característica dos recursos financeiros aplicados em reserva é ter liquidez, é permitir sua utilização imediata em situações de emergência. Esta reserva só pode ser criada em momentos de sobra de caixa e sua magnitude deve ser avaliada em função do que se pretende preservar no caso da emergência em momentos de déficit de caixa. Podemos fazer, por exemplo, uma reserva para emergências de saúde ou para acidentes que afetem a capacidade de produção. Assim a reserva não poderá ser muito pequena a ponto de se tornar insuficiente para enfrentar a emergência, nem deve ser exageradamente grande uma vez que se trata de recurso pouco, ou quase nada, produtivo.

3.Investimento: consiste na aplicação de recursos onde o principal objetivo é o retorno, onde o que se espera é a criação da capacidade de geração de caixa no futuro. A principal ideia por trás do investimento não é a liquidez, mas a possibilidade de produção com retorno e geração de caixa que devolva o recurso aplicado aumentado em um prazo adequado para o investidor.

Voltando ao exemplo de um indivíduo, quando alguém adquire um automóvel ou mesmo um apartamento para uso próprio está aplicando em custeio, e quanto mais recurso aplicado maior o custeio correspondente. Se entretanto, o automóvel se destina a gerar caixa, por exemplo, trabalhar como táxi ou o apartamento se destina à locação, estas aquisições seriam investimentos, uma vez que se espera retorno.

Nos momentos de grande incerteza, como o que vivemos hoje em face da crise financeira internacional, a tendência natural é de reduzir custeio e aumentar as reservas, o que está parcialmente correto mas não podemos esquecer que reservas são recursos pouco ou quase nada produtivos, e assim estaremos inevitavelmente comprometendo a capacidade de geração de caixa e retorno para os recursos disponíveis. Exatamente nestes momentos de insegurança, quando todos estão procurando reduzir custeio, e consequentemente a velocidade, as oportunidades se multiplicam e as possibilidades de bons investimentos aumentam. Esta é a hora de investir.

Certamente os investimentos devem ser avaliados com cuidado, aplicando-se os recursos em ativos que não se deteriorem rapidamente e que possibilitem a geração de caixa futura.

Os profissionais diante deste quadro de incertezas se preocupam com o emprego e com a empregabilidade, que é a capacidade de permanecer produtivo e competitivo, este é portanto o ambiente adequado para se aperfeiçoar, agregar competências, investir na própria capacidade de produzir mais e melhor.

Nenhum investimento apresenta melhor retorno que o investimento na própria carreira. Esta é a hora de investir na pós-graduação, na fluência em outro idioma, no network de qualidade, investir em conhecimento. O retorno é seguro, o investimento não se deteriora, o aumento da geração de caixa é muito grande e o recurso investido voltará aumentado em prazo muito rápido.

Nos programas de pós-graduação que tenho participado como professor ou como coordenador observo diversos profissionais que mesmo durante o curso já encontram novas oportunidades com ganhos expressivos na geração de caixa.

A hora é agora. Invista em você mesmo. O seu sucesso profissional só depende de você.

. Por: Fernando José da Rocha Camargo, mestre em Gestão Estratégica de Negócios, e coordenador dos cursos do INPG – Instituto Nacional de Pós-Graduação.