Perfil do candidato

Em tempos de crescente realização de concurso público podemos basicamente dividir em dois o perfil atual dos candidatos a estabilidade. Obviamente nos baseamos na vasta experiência neste ramo tão peculiar do magistério: o dos cursos preparatórios. Trata-se de um resultado de quase 20 anos de observações em incontáveis salas de aula, de dezenas de cursinhos espalhados pelo país e diante de milhares de ex-candidatos.

Toda vez que iniciamos uma nova turma percebemos a existência de dois grupos de alunos. Correndo o risco de estereotipar demasiadamente, ainda assim vamos denominá-los de Caos e Ordem. Os que pertencem ao Caos geralmente não sabem ou ainda não entenderam o que significa fazer concurso público e, em razão disso, acabam cometendo erros primários que apenas retardam o êxito ou, pior, implicam em estimular a deserção desta forma tão republicana de satisfação profissional. Esses alunos não conseguem estabelecer com precisão uma estratégia segura para a sua aprovação.

Por outro lado, o pessoal que integra a Ordem são uma espécie de discípulos de Sócrates e sabem que se forem capazes de vencerem nada os deterá. Estão sempre buscando conhecer melhor a si mesmos, descobrindo seus pontos fracos e fortalecendo-os.

Enfim, seus neurônios funcionam como um relógio, numa dança eficaz e mortal, esmagando cada uma das questões de forma impiedosa. Treinam seu modo de armazenar conhecimento com uma disciplina prussiana. Para tanto, se submetem a um processo rigoroso de adestramento que lhes dá uma confiança só suplantada pela serenidade humilde daquele que sabe que nada sabe.

Assim, cabe a cada candidato definir o seu perfil. Para você concurso público é ordem ou caos?

. Por: Sylvio Motta professor do Emerj e diretor da Companhia dos Módulos .