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22/07/2009 - 09:34

Cirurgia plástica da face

São mais de 30 mil plásticas faciais ao ano no Brasil e os meses de frio são o período ideal para realizá-la.

Na pesquisa inédita encomendada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) ao Instituto Datafolha, cujos resultados foram conhecidos no início deste ano, consta que o lifting facial ocupa a sexta posição no ranking de procedimentos cirúrgicos estéticos mais realizados no País. Em 2008, contabilizou-se 32 mil operações deste tipo, o que representa apenas 7% de um total de 629 mil intervenções plásticas consideradas de médio e grande porte.

Segundo o cirurgião plástico Zulmar Antonio Accioli de Vasconcellos, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o panorama atual deve-se ao fato de que pessoas mais novas estão recorrendo à plástica, em especial às aperfeiçoadas próteses de silicone para aumentar os seios e às técnicas de lipoaspiração – campeãs disparadas, com três vezes mais de procura, atingindo 21% e 20%, respectivamente.

Ainda assim, esta média diária de mais de mil cirurgias faciais é um número bastante alto, o segundo maior índice mundial, ficando atrás somente dos Estados Unidos – e a tendência é subir. “Quando aquelas pessoas envelhecerem a cirurgia da face vai aumentar muito. É só uma questão de cultura de gerações”, conclui o médico, lembrando também que os modernos tratamentos dermatológicos, cada vez mais, retardam a aparência senil, porém não evitam a queda do vigor da pele e das estruturas do rosto.

A primeira investigação similar à nacional feita entre os membros da seccional catarinense da SBCP foi apresentada no fim do ano passado. Coordenada por Accioli, que integra a diretoria da entidade, a pesquisa também posicionou a plástica facial no mesmo patamar. E, apesar de estar ocorrendo em menor quantidade que os outros, ela foi apontada como o procedimento que os cirurgiões plásticos do Estado mais têm desejo de fazer. “A cirurgia da face é muito delicada e cheia de detalhes. Normalmente, os cirurgiões mais preparados se dedicam bastante a ela”.

Esta dedicação também é perceptível na tal avaliação científica, haja vista que o indicador de refinamento ou retoque nas cirurgias plásticas em geral realizadas em Santa Catarina é de 8,5%, um dos menores do mundo. Quando se trata de intervenção estética na face, o número cai drasticamente. Reparos nestes casos são incomuns e, em certas clínicas, fica bem abaixo de 1%. “Os pacientes são mais exigentes quanto ao cirurgião escolhido, pois dão muito valor ao rosto”, diz o pesquisador.

Ação do tempo - A plástica facial é feita para melhorar a aparência e atenuar sinais de envelhecimento no rosto e no pescoço. O tempo, aliado a fatores externos, como o fumo e a exposição ao sol, provoca atrofia dos tecidos, causando a perda da elasticidade e alterações da textura. A consequência inevitável é a frouxidão da pele, do tecido subcutâneo e dos músculos, com simultâneo desgaste ósseo. “A falta dos dentes é o principal motivo deste desgaste. Por isso, a saúde bucal também é importante para a manutenção do aspecto jovial da face”, alerta Accioli.

A hereditariedade é determinante. O padrão genético define o momento da vida em que a pele de cada um começa a envelhecer, naturalmente. Em geral, o processo inicia aos 25 anos de idade, mas, segundo o professor catarinense, “existem pessoas normais que parecem mais velhas que outras. Há ainda aquelas que parecem mais velhas precocemente, pelo estilo de vida (sol e fumo). Por último, ainda existem algumas condições patológicas raríssimas, onde a pessoa envelhece muito mais rápido que o normal, como a progeria.”

Em decorrência, aparecem rugas na face e no pescoço, ptose (queda) das bochechas e dos cantos da boca, sulcos profundos do nariz até a boca (bigode chinês), triângulo de flacidez na maçã do rosto. A cirurgia de lifting facial ou ritidoplastia reposiciona estas estruturas ptosadas, proporcionando um rejuvenescimento importante – que é parte de um tripé de objetivos finais. “A moderna cirurgia da face é uma equação com três variáveis que devem ser equivalentes: o rejuvenescimento, os poucos estigmas cirúrgicos e a durabilidade”, explica.

A hora de operar - Não há idade padrão para fazer o lifting da face, mas, em geral, os pacientes se concentram na faixa entre os 40 e 60 anos. “A hora de operar é quando o paciente acha que chegou o momento. É o espelho que vai dizer. Para o cirurgião, existem alguns marcos, como o excesso de pele perto do queixo, conhecido como bulldog”, refere-se ele à raça canina que possui bochechas proeminentemente caídas.

As alterações anatômicas inerentes ao envelhecimento em confronto com um estado de espírito adverso a elas é que acaba por pontuar a decisão da pessoa. Mas, é importante frisar que o candidato ideal à plástica da face deve ser fisicamente saudável, psicologicamente estável e seguro sobre o procedimento e seus resultados. Entender que a cirurgia não objetiva a perfeição, mas uma sensível melhora da aparência e consequente elevação da autoestima. Sua pele precisa apresentar flacidez no rosto e pescoço, mas com alguma elasticidade, e a estrutura óssea deve ser forte e bem definida.

A cirurgia - A técnica compreende em uma incisão que começa na altura da têmpora, desce pela frente da orelha, contorna o lóbulo por atrás do pavilhão auricular até chegar à linha do cabelo. A pele e os músculos são tracionados para cima e para trás. Em alguns casos, faz-se uma pequena lipoaspiração para remover a gordura sob o queixo, a famosa “papada”.

Nas mãos de um cirurgião qualificado, raramente há complicações. Quando ocorrem, são menores: desde leves sofrimentos da pele até paresias da mímica facial – causadas por pequenas lesões em um nervo, que se recupera completamente até o terceiro mês pós-operatório. Normalmente, a cirurgia é executada sob anestesia local assistida, ou seja, a área é entorpecida e o paciente sedado com medicamentos orais e endovenosos. Pode-se optar pela anestesia geral com entubação, mas, no Brasil, prefere-se a alternativa anterior por proporcionar recuperação mais rápida e diminuir a incidência de hematomas.

A operação dura de quatro a cinco horas, podendo prolongar-se nos casos em que se execute mais de um procedimento, simultaneamente, como a blefaroplastia, que remove gordura e pele das pálpebras. “O olhar pesa muito no conjunto da face e o excesso de pele palpebral conta muito no aspecto cansado do rosto. Por isso, é rotina operar as pálpebras junto com a face”, conta o médico.

Pós-operatório - O período de internação é de 24 horas, porém, o paciente pode receber alta no mesmo dia, desde que esteja em boas condições clínicas (sem tontura e sem enjôo). A recuperação, em geral, é tranquila e as dores são mínimas, perfeitamente suportáveis com auxílio de analgésicos comuns. O inchaço no rosto começa a regredir depois da terceira semana e podem aparecer hematomas – raros, quando se usa anestesia local assistida –, que são de simples solução.

O retorno ao trabalho já pode ocorrer no sétimo dia pós-operatório, desde que seja uma atividade burocrática. Recomenda-se voltar às atividades físicas somente depois de um mês, usar filtro solar de alto fator e óculos escuros, além de evitar o sol por seis meses, álcool, saunas e banhos a vapor. Por isso, dá-se preferência a este tipo de cirurgia nos meses de frio, quando o paciente está distante da praia e do calor, podendo se proteger com chapéus, cachecóis e echarpes.

Os três ou quatro pontos na região anterior à orelha são retirados sete dias depois e o demais, absorvíveis, saem após 15 dias. Normalmente, as cicatrizes são de excelente aspecto e discretamente colocadas dentro de linhas e pregas naturais, como a região dos cabelos e em torno das orelhas. Com o tempo, elas se desvanecem e se tornam mal visíveis.

Novo espelho - De imediato, o paciente estranhará o rosto, verá suas características modificadas, cicatrizes à mostra e movimentos levemente dificultados. Na terceira semana, tudo estará melhor e, se necessário, usa-se maquiagem para disfarçar os sinais ainda aparentes. Passado o período pós-operatório, um novo semblante estará diante do espelho. Não o mesmo de 20 anos atrás, nem tão pouco uma pele estirada ao ponto de parecer outra pessoa.

Em regra, espera-se que o resultado perdure de cinco a oito anos. Evidentemente, a pessoa continua a envelhecer no dia seguinte à cirurgia. O que a operação mantém são as estruturas principais em seus lugares. “A cirurgia tem o objetivo de deixar o rosto ‘refrescado’. O resultado completo de um rejuvenescimento facial não termina com a operação. Ele começa com a cirurgia, passa pelo peeling e pela maquiagem, além da necessária alegria de viver”, finaliza Accioli.

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