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22/07/2009 - 10:24

Sapos invadem Exposição Bestiário de Ana Elisa Dias Baptista

Sapos e os mais variados insetos passaram pelo imaginário poético e estão minuciosamente apresentados nas obras de Ana Elisa Dias Baptista. Os 50 trabalhos em gravuras e desenhos representando sapos e um caderno de desenhos com imagens diversas de insetos podem ser vistos na Exposição Bestiário*. A mostra acontece de 21 de julho a 23 de agosto, na galeria Gravura Brasileira, em Perdizes, São Paulo.

O tema central da exposição, sob curadoria de Eduardo Besen, são os sapos, que têm uma simbologia bastante emblemática. Eles são mostrados nas mais diversas posições, de forma lúdica. Ana Elisa compõe de forma ímpar esses grupos de animais marcados pela contorção das figuras e por estranhas imagens que vão do acasalamento ao riso. Estabelece uma abertura, um canal de comunicação com o mistério da vida humana.

As obras foram concebidas sem o foco do feio ou bonito, integro ou incoerente. Ana Elisa estabelece um mundo visual ímpar. Uma das suas principais características é o apego à minúcia e aos detalhes, um apurado senso de observação da natureza e de seus elementos, um tributo ao olhar naturalista, posiciona-se como uma guardiã da vida. Recusa as dissimulações relacionadas ao tema-tabu, põe a mão na massa e passa a elaborar a própria mortalidade.

Segundo Oscar D’Ambrosio, as produções da artista seguem basicamente duas linhas ou grandes universos: com insetos (lagartas, mariposas, libélulas e aranhas) e anfíbios (sapos); e das paisagens caracterizadas por uma quantidade de minúcias e linhas que configuram variadas composições. “Levar esse universo do desenho para a gravura de modo que satisfaça a artista constitui uma jornada visual arqueológica. Não se trata de mera transposição, mas do desenvolvimento de um pensar que leva a escavar as próprias entranhas e memórias pessoais e visuais”, explica o autor do texto crítico da exposição.

A artista - Ana Elisa Dias Baptista é exímia desenhista: "O desenho começa a partir de um primeiro erro. É sempre um desafio. A gente vai ordenando o caos". Possui formação em licenciatura em artes visuais pela FAAP. Vem realizando diversas mostras individuais e coletivas no país, como as recentes exposições “insecta”, no Studio Quinn Galeria de Arte, “prelúdios”, no espaço Graphias, “gravura contemporânea do brasil”, no Goloborotko´s Studio, em Nova York, XIII Bienal Internacional de Cervera, em Portugal e “Em imagens falamos”’, no ateliê Amsterdams Grafische, na Holanda.

Desde 1987, participa de diversos grupos de gravura, salões e bienais, como o Salão de Arte Contemporânea de São Paulo, de Piracicaba, Americana, Ribeirão Preto, 1ª Bienal de Gravura de Santo André, 3ª Bienal de Santos e 2ª Trienal de Gravuras, em Chamálière, França, entre outros. Integrou a mostra “Investigações: a gravura brasileira”, trabalho de referência em gravura no país, realizado pelo Instituto Itaú Cultural. Sua paixão pelo mundo dos insetos surgiu no período de vivência em São Lourenço da Serra, próximo a capital paulista. Vivos ou mortos, eles passaram a servir de modelo para os seus desenhos, registrados em um diário.

Bestiários eram catálogos escritos por monges católicos reunindo informação sobre animais, tais como aspecto, habitat e dieta alimentar. A maioria dos bestiários foi escrita durante a baixa Idade Média. Por serem relatos de terceiros, vários bestiários sofreram influência das lendas locais, e descrevem seres místicos como basiliscos e dragões como se fossem reais.

Os sapos: O sapo de três pernas da China era o animal de estimação do imortal Liu Hai, deus chinês da boa saúde. Este sapo é símbolo de riqueza e é sempre retratado com uma moeda de ouro na boca. Diz a lenda que ele é capaz de transformar alimento em ouro.

O sapo é um antigo símbolo Egípcio, adotado depois pelos Romanos por causa das conquistas de territótio. A deusa Hekt (com cabeça de sapo) é símbolo de nascimento e fertilidade, e depois de ressurreição.

Lendas da China e da Índia dizem que o mundo descansa nas costas de um sapo de três pernas gigante. Quando ele se move, isso causa os terremotos. Na China, a rã representa o princípio yin, lunar; seu espírito é reverenciado por trazer prosperidade e cura.

O sapo tem grande prestígio entre os índios. Elas são apreciadas por prenunciar a chuva e por seus poderes de limpeza e purificação. Os antigos índios anasazis, que viviam no limite do Arizona com o novo México, nos Estados Unidos, usavam azeviche e a valiosa turquesa para fazer ornamentos que refletiam a importância da rã em sua cultura.

Diz-se que certos objetos e imagens curam absorvendo literalmente a doença, que passa da pessoa para eles. Como os sapos comem aranhas, crê-se que podem combater o mal e os venenos. Partes de seu corpo eram usadas em poções mágicas e feitiços.

Uma das lendas mais conhecidas na Amazônia é sobre os muiraquitãs feitas pelas icamiabas (mulheres sem marido) ou as guerreiras amazonas. Conta-se que uma vez por ano as guerreiras escolhiam índios de aldeias vizinhas e, após uma noite de amor, elas mergulhavam em um lago para buscar pedras verdes com as quais faziam os muiraquitãs. O objeto era dado de presente ao índio, que o usava como amuleto, pendurado no pescoço. O que sobrou dessa história são os amuletos, feitos de jade, nefreíta e jadeída, encontrados até hoje em toda a região do baixo amazonas, entre as fozes dos rios Nhamundá e Tapajós. Acredita-se que os muiraquitãs trazem sorte e têm poder de cura.

. [Exposição Bestiário - Ana Elisa Baptista - 50 obras – gravuras em metal e caderno de desenhos |Aberto ao público: 21 de julho a 23 de agosto de 2009 (Vernissage dia 20 de julho, às 19 horas, só para convidados)| Galeria Gravura Brasileira – Rua Dr. Franco da Rocha, 61 – Perdizes, São Paulo, Capital | Horários: de segunda a sexta-feira, das 10 às 18 horas; sábados, das 11 às 13 horas | Informações: (11) 3624-0301 | Entrada Franca].

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