Bolívia tem apoio da Embrapa para produzir biodiesel

Como parte do convênio firmado entre o governo departamental de Santa Cruz (Bolívia), por meio do Centro de Investigação em Agricultura Tropical (Ciat), e a Embrapa, dando seguimento às ações iniciadas no encontro realizado em abril em Corumbá-MS, foi realizado um diagnóstico para a produção de biodiesel em Santa Cruz.

O evento teve a presença do pesquisador da Embrapa Agroenergia (Brasília-DF), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Dilcio Rocha, especializado na produção de biodiesel. A reunião inicial para discussão das ações aconteceu no dia 13 de julho em Santa Cruz. Foram apresentadas a metodologia e as atividades a realizar.

Durante dois dias, o pesquisador brasileiro percorreu a região norte de Santa Cruz, acompanhado por técnicos do Ciat, visitando agroindústrias, como Fino, Unagro y Guabirá. A comitiva visitou, também, a zona de Guarayos para observar as culturas utilizadas para a produção de biodiesel. As conclusões foram apresentadas na quinta-feira (16) e tiveram um balanço positivo.

Diagnóstico Positivo - Durante a visita, Rocha pôde observar a capacidade de produção de grãos e cana, além de avaliar a infraestrutura disponível para a realização de um intercâmbio de informações técnicas entre a Embrapa e o Ciat. Para o cientista, existe uma boa capacidade industrial e agrícola instalada na região.

Dilcio aponta o diagnóstico como positivo. “O departamento de Santa Cruz tem todas as condições naturais para produzir a matéria prima, a exemplo dos bosques da palmácea babaçu na zona de Guarayos”, disse.

Parceria - O diretor executivo do Ciat, Hugo Serrate, destacou a importância de trabalhar pesquisa e transferência em parceria com a Embrapa e interagir com a agroindústria de Santa Cruz. “A parceria nos ajudará a mostrar ao país que é viável produzir biodiesel”, afirmou.

Daniel Ardaya, responsável pelos estudos de biodiesel do Ciat, afirmou que o projeto contempla a produção modular do combustível, ou seja, produzir para suprir a demanda em época de pico de consumo. “Por esta razão, o biodiesel não irá suplantar o diesel de petróleo, apenas complementando-a”, enfatizou.

Cinco culturas de Santa Cruz têm potencial para produção de biodeiesel. Apenas de babaçu, existem cerca de 75 mil hectares já aprovados para produção do biocombustível, e cerca de 18, 3 mil pequeno e médios produtores serão beneficiados. | www.cnpae.embrapa.br