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22/07/2009 - 10:50

Transformação na indústria de defensivos agrícolas da China amplia oportunidades de negócios no Brasil

O Brasil, maior mercado de agrotóxicos do mundo, e a China, maior fabricante mundial desses produtos, encontram-se em São Paulo, em agosto, no “III China-Brazil AgrochemShow”. A indústria chinesa de defensivos agrícolas, que atravessa uma transformação sem igual, vem assumindo a liderança global.

Políticas governamentais relacionadas à adesão à Organização Mundial do Comércio (OMC) resultaram em diferenciais competitivos e eficiência fabril na indústria chinesa de defensivos agrícolas, bem como em melhorias em relação o meio ambiente e saúde. Para aumentar sua competitividade, onde antes eram apenas fornecedores, hoje os fabricantes chineses já estão atuando para acessar diretamente os principais mercados.

Enquanto o Brasil passou a ser o maior mercado de agrotóxicos no mundo em 2008, a China, há muito vem se consolidando como o maior fabricante mundial, com o crescente aumento da capacidade e eficiência nos processos de manufatura. Em 2007 a produção chinesa de defensivos agrícolas atingiu o recorde de 1,731 milhão de toneladas, transformando a China no maior exportador global. Em 2008, houve um acréscimo de 9,8%, alcançando 1,9 milhão de toneladas. Apesar da crise global, as previsões para 2009 são de um crescimento na ordem de 5 a 7% em relação a 2008.

São três os principais motivos para este crescimento hoje considerado satisfatório, comparado ao crescimento médio anual de 9-10% nos últimos 10 anos antes da crise. São ações tomadas pelo governo chinês como forma de atenuar o impacto da crise no setor, a saber: 1. incentivo à agricultura local | 2. aumento das exportações e 3.aumento da eficiência nos processos industriais. Esta última; porém, não tem relação com a atual crise, mas sim ações no passado em relação a adesão do país a OMC.

Nos últimoscinco anos a indústria chinesa de defensivos agrícolas vem passando por uma série de transformações. A partir da adesão da China à OMC em 2001, as barreiras alfandegárias foram gradativamente substituídas por outros tipos de barreiras, apesar de ainda persistirem no Brasil restrições para importação do produto mais utilizado no país e no mundo, o glifosato.

Sendo a China uma grande dependente do comércio exterior, a questão ambiental tornou-se de fundamental importância em todos os setores produtivos, que por determinação governamental, em meio a crescente pressão em relação o meio ambiente, tem obrigado as fábricas a implementar melhorias. Isto resultou, para centenas delas, em fechamento, porém com a possibilidade de reconstrução em locais denominados de “zonas de desenvolvimento e tecnologia industrial”, especialmente projetados para esta finalidade.

Considerando os altos custos de uma empreitada dessa magnitude, muitas fábricas deixaram de existir. Por outro lado, para centenas de outras fábricas que se transferiram para estes centros, as novas construções foram edificadas com alta tecnologia, eficiência e com as precauções necessárias em relação o meio ambiente e saúde. Se por um lado inviabilizou parte do parque fabril, criou vantagens competitivas para tantas outras, resultando na modernização do setor produtivo num curto espaço de tempo nos aspectos relacionados a eficiência, escala, logística, segurança, qualidade.

Além da mudança geográfica dos locais de produção de agrotóxicos, vários registros de produtos foram cancelados e/ou restringidos por questões de saúde e/ou meio ambiente. Isto coloca a China num novo patamar em relação aos produtos utilizados no próprio país. A partir de 1º de janeiro de 2004, foram restringidos os registros dos produtos monocrotofós e paration-metílico, entre 5 produtos, para produção, vendas e seus respectivos usos, por serem considerados altamente tóxicos. Após 3 anos, em 1º de janeiro de 2007, estes produtos foram totalmente banidos. Outros vários produtos tiveram seus usos restringidos, não podendo ser usados na cultura do chá, bebida mais popular da China, hortaliças, frutíferas, fumo, entre outras. Outras várias outras ações do governo, do mesmo tipo, estão sendo avaliadas e implementadas.

De acordo com o consultor Flavio Hirata, da AllierBrasil, consultoria de agronegócio especializada em registro de produtos e em parcerias internacionais, as mudanças no setor de agrotóxicos na China que resultaram em vantagens competitivas para os fabricantes e exportadores, estão ampliando sua atuação no mercado global. Onde antes as empresas chinesas eram, na sua totalidade, fornecedoras para empresas locais, hoje várias destas empresas estão procurando sócios para distribuição nos Estados Unidos e Europa. No Brasil, algumas empresas chinesas já estão investindo em registro de produtos e procuram parceiros locais para possíveis joint-ventures.

“Ter produtos mais baratos e com qualidade já não é garantia de sucesso”, adverte o consultor. “As parcerias devem ser cuidadosamente desenvolvidas, uma vez que o ambiente de negócios e a regulamentação na China e no Brasil são muito diferentes”.

Para conhecer o que as empresas chinesas tem a oferecer, empresários representando mais de 60 empresas chinesas do setor estarão reunidos na “III China-Brazil AgrochemShow”, em São Paulo. A rodada de negócios. que acontece a cada dois anos, será nos dias 4 e 5 de agosto, no Hotel Intercontinental em São Paulo. No dia 3, a comitiva fará visitas técnicas , em São Paulo. | Site www.agrochemshow.com.br ou pelo telefone (11) 2503-7075.

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