Restaurado, Museu São Pedro de Alcântara abre as portas para visitação

A restauração do Museu São Pedro de Alcântara do Itabapoana está pronta. O casarão será aberto à visitação, após solenidade neste sábado (25), às 10 horas, que contará com a presença de Dayse Lemos, secretária de Estado da Cultura. A obra no Museu, localizado no Sítio Histórico de São Pedro do Itabapoana, distrito de Mimoso do Sul, foi feita por meio de convênio do Estado com a Prefeitura. O investimento total foi de R$ 160 mil.

Criado e instalado em um dos casarões tombados pelo Conselho Estadual da Cultura (CEC), em 2002, o Museu foi ambientado, e reproduz a antiga vida dos moradores da época do Ciclo do Café no Espírito Santo. Lá são encontrados objetos como camas, estátuas, espelhos, pratarias e aquarelas.

O casarão foi construído em meados do século XIX, durante o período áureo do café, pela família Silveira. Integra a composição do centro do Sítio Histórico, constituída pela igreja matriz, a praça e o coreto, ladeado pelas demais construções baixas, de um pavimento, feitas no alinhamento das ruas, que remontam e apresentam características do período da arquitetura colonial. Já funcionou como pousada de tropeiros, pensão, e farmácia na época escrita com “ph”. Os frascos de vidro desta “pharmácia”, de 1889, estão expostos no Museu.

De 1960 até o início da década de 1980 serviu de moradia para quatro famílias, até que conseguiu um projeto de reforma feita por trabalhadores rurais. Posteriormente, a casa foi doada para a Paróquia São José de Mimoso do Sul, com a qual foi firmado comodato de 20 anos, a partir de 2007, para abrigar o Museu.

Sítio Histórico de São Pedro do Itabapoana - A vila de São Pedro de Alcântara de Itabapoana foi criada pela Lei n° 1, de 20 de março de 1880. Recebeu este nome devido à devoção ao santo protetor do pescador, profissão predominante entre os primeiros moradores. O "Itabapoana" é uma clara referência ao rio que margeava a vila. Para fugir de uma série de enfermidades relacionadas aos hábitos ribeirinhos, os pescadores se mudaram para a região de montanha, a 460 metros de altitude.

Esse povoado prosperou com o plantio do café, atraindo barões dos estados de Minas e Rio de Janeiro. Com eles vieram a arquitetura que deu forma aos casarões e fazendas. Em 1891, a vila passa à categoria de cidade. Durante todo o período em que a São Pedro do Itabapoana foi sede do município do mesmo nome, tornou-se um centro de comércio e cultura.

Porém, no início do século XX, com a passagem dos trilhos da estrada de ferro Leopoldina pela Fazenda Mimoso, depois estação ferroviária, o comércio foi aos poucos se deslocando para aquela região, originando um novo distrito, que logo suplantou economicamente a antiga cidade.

Com a Revolução de 30, São Pedro perde juridicamente e institucionalmente sua condição de sede municipal, e sai a homologação que emancipa, politicamente, o novo município de João Pessoa, atual Mimoso do Sul, ao qual se integra o Distrito de São Pedro de Itabapoana.

Em 1986, 41 imóveis residenciais, e ainda os prédios da cadeia, a igreja, e o calçamento central em pé-de-moleque, são tombados pelo CEC. A ação dá novo ânimo aos moradores, e é considerada mais um passo em direção à revitalização da cidade.

Hoje São Pedro do Itapaboana tem cerca de mil habitantes e tem forte apelo turístico. Os visitantes ficam encantados com a ambiência local que conserva a atmosfera de tempos passados, com casas antigas bem preservadas, comida caseira e hospitalidade. Lá funciona uma charmosa forma de hospedagem – o projeto Cama e Café, onde o turista é recebido na casa de um habitante local, que se torna seu anfitrião.

Projetos culturais são realizados na região, dentre eles o Festival de Inverno de Sanfona e Viola, que acontece anualmente em julho. O evento estimulou a criação de uma orquestra formada pelos alunos da Escola de Sanfona e Viola, mantida pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult) em parceria com a Prefeitura de Mimoso do Sul. Os jovens locais têm aulas gratuitas de música durante todo o ano, e se apresentam na semana do Festival e em outros eventos culturais. | www.secult.es.gov.br