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23/07/2009 - 11:09

Homenagem a Hélio Silva

De 21 de julho até 2 de agosto no Rio de Janeiro, e de 4 a 23 de agosto no CCBB Brasília (DF).

O Centro Cultural Banco do Brasil Rio realiza, até o dia 2 de agosto, a mostra Homenagem a Hélio Silva, onde serão exibidos 27 filmes de um dos mais importantes diretores de fotografia da história do cinema brasileiro. A mostra deste “mestre da luz” seguirá para o CCBB de Brasília a partir de 4 de agosto.

Em 2009, Hélio Silva completaria 80 anos (1929-2004). A data será lembrada pelo CCBB com esta justa homenagem a um profissional cuja vida foi toda dedicada ao cinema, tendo assinado mais de 70 longas e mais de uma centena de documentários.

“Hélio Silva é o principal marco na virada da fotografia do cinema brasileiro, quando a estética fotográfica deixa de ser assimilada dos padrões estrangeiros e passa a buscar um tratamento que traduzisse uma luz local, por um viés mais realista”, explica Eduardo Ades, curador da mostra.

“O objetivo desta homenagem”, afirma “é oferecer um recorte dos filmes mais significativos das cinco décadas de trabalho de Hélio Silva, atravessando as mais diversas correntes estéticas que influenciaram as novas gerações do cinema”.

Como a seleção de filmes não se concentra em um diretor ou ator, mas em um técnico, a curadoria exibirá não somente títulos consagrados – fundamentais para a divulgação da mostra – como recuperará obras esquecidas ou desmerecidas pela historiografia.

No dia 28 de julho, às 20h, o público vai poder participar do debate: “Hélio Silva e a fotografia do cinema brasileiro moderno” com a presença de críticos e cineastas.

A mostra Homenagem a Hélio Silva será dividida em nove blocos para que o público possa ter melhor compreensão da obra: Realismo urbano, Diante da luz do sertão, O preto-e-branco suave das cidades, O preto-e-branco áspero das tragédias, As primeiras experiências em cor (e a prevalência do marrom), A profusão de cores da comédia erótica, A luz dramática dos filmes policiais, Algumas experiências isoladas na década de 1980 e O olhar documental.

“Não se pode resumir a importância de Hélio Silva ao cinema brasileiro apenas pelas centenas de belas imagens que eles nos legou. Certamente, isso já seria o suficiente. No entanto, mais do que isso, sua grande colaboração foi o rompimento com o padrão clássico da fotografia. Foi a possibilidade de fotografar à sua maneira. A partir da década de 1960, o cinema brasileiro vive uma enorme pluralidade de estéticas visuais e nem todas seguem exatamente o que ele propôs em seus primeiros filmes. Hélio Silva não é o inventor de um novo padrão imagético dominante. Pelo contrário: o que ele faz é afirmar que é possível inventar a sua própria imagem. Isso alterou definitivamente a história do cinema brasileiro.”, encerra o curador.

Hélio Silva / o mestre da direção de fotografia - O primeiro longa-metragem em que assina a direção de fotografia é, também, o primeiro filme de Nelson Pereira dos Santos: “Rio, 40 graus” (1955). Nos anos seguintes, ainda faria “Rio Zona Norte” (1957), também do Nelson, e “O grande momento” (1957), de Roberto Santos. Com esses três filmes e também “Redenção”, o primeiro longa-metragem baiano, prenunciava-se o surgimento do Cinema Novo, e Hélio Silva definia os rumos de sua estética fotográfica.

Se, por um lado, Nelson Pereira e Roberto Santos incorporavam as lições do Neorealismo italiano, na simplicidade dos roteiros e dos esquemas de produção, no uso de não-atores, na temática relacionada à pobreza, por outro, a tradução desses conceitos em imagens, adequando-se às possibilidades das luzes brasileiras, coube a Hélio Silva.

O Neorealismo propunha a simplificação do parque de iluminação dos filmes. Hélio Silva adequou tal redução de recursos à luz brasileira. Se é simples, na Itália, a retirada do contraluz e da luz de enchimento, porque, lá, o sol é mais brando, o mesmo não poderia ser feito de imediato no Brasil. Silva possibilitou que o cinema brasileiro saísse às ruas com mínimo equipamento de luz, se valendo, principalmente, da luz do sol, de difusores e rebatedores, sem o uso de potentes refletores para controlar o contraste.

Nas décadas seguintes, Hélio Silva continuou fotografando para alguns cineastas com quem estabeleceu sólidas parcerias: Nelson Pereira dos Santos, Roberto Santos, Aurélio Teixeira, Braz Chediak. Transitou entre diversos gêneros cinematográficos, sabendo sempre empregar seu talento aos propósitos de cada cineasta e de cada filme. Do cinema independente ao cinema comercial, do Cinema Novo à chanchada.

Hélio Silva morreu durante as filmagens de, “Nzinga”, de Octávio Bezerra, diretor com o qual estabeleceu uma firme parceria em sua última década de vida e de serviços prestados ao cinema.

.Produção: Associação Cultural Tela Brasilis Curadoria: Eduardo Ades | Produção Executiva: Matheus Ramalho | Coordenação de Produção: Daniela Santos | Pesquisa e Coordenação Editorial: Luís Alberto Rocha Melo | Design Visual: Thiago Lacaz | Revisão de Textos: Rachel Ades | Assistente de Produção: Carol Oliveira.

Mostra homenagem a Hélio Silva- Centro Cultural Banco do Brasil, Rua Primeiro de Março, 66 – Centro, Rio de Janeiro (21) 3808-2020..Exibição de 27 filmes do diretor de fotografia Hélio Silva.Curadoria de Eduardo Ades. [ www.bb.com.br/cultura] Ingresso: R$ 6,00 (inteira) e R$ 3,00 (meia entrada, válida para estudantes, professores, correntistas do Banco do Brasil, maiores de 65 anos). Capacidade: 102 pessoas / Metrô: Uruguaiana / Facilidades para deficientes.

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