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25/07/2009 - 11:18

Gagueira é foco de congressos brasileiro e internacional de distúrbios da fala, que acontece no Rio de Janeiro

Estudos científicos, debates e workshops sobre o problema que afeta aproximadamente 2 milhões de brasileiros serão apresentados no II Encontro das Pessoas que Gaguejam e VI Congresso Mundial de Distúrbios da Fluência.

Alguns dos maiores especialistas do mundo se reunirão na Universidade Veiga de Almeida (UVA), no Rio de Janeiro, para uma troca de experiências sobre os transtornos da fala, principalmente a gagueira, que, no Brasil, atinge cerca de 2 milhões de pacientes de forma crônica. O II Encontro Brasileiro das Pessoas que Gaguejam e o VI Congresso Mundial de Distúrbios da Fluência, que serão realizados entre os dias 5 e 8 de agosto, no Campus Tijuca da UVA, pretendem apresentar novos estudos científicos na área, debater a eficácia de tratamentos e combater o preconceito que existe em torno destes problemas.

Promovido pela Associação Brasileira de Gagueira (Abra Gagueira), o primeiro evento acontece no dia 5, destacando a participação de pessoas que gaguejam e familiares, através de seus relatos, além de profissionais da saúde, universitários e representantes de entidades de apoio a pessoas que gaguejam. O público poderá conhecer o funcionamento destes grupos e como contribuem para que essas pessoas tenham mais qualidade de vida. O encontro ainda conta com a presença do renomado psiquiatra americano Gerald Maguire, que estuda o uso do medicamento Pagoclone no tratamento da gagueira.

As discussões sobre o assunto, no entanto, não param por aí. Após o encerramento do encontro brasileiro, diversos especialistas darão início, ainda no dia 5, ao VI Congresso Mundial de Distúrbios da Fluência, organizado pela International Fluency Association (IFA). Até o dia 8, o evento terá a participação de renomados pesquisadores, que apresentarão e debaterão outros transtornos da fluência além da gagueira, como por exemplo, a taquifemia. Este problema se caracteriza pela fala acelerada, impedindo que a pessoa seja compreendida pelos demais.

Durante a programação, dezenas de estudos serão apresentados, como os projetos desenvolvidos pelo programa de Mestrado Profissional em Fonoaudiologia da UVA. Um deles analisa a gagueira na comunicação com testes desenvolvidos nos Estados Unidos e traduzidos para português, que vêm sendo aplicados em adultos e crianças gagas e fluentes.

Perfil: A gagueira é uma dificuldade do cérebro no controle automático dos movimentos necessários para articular os sons da fala. De acordo com a coordenadora do Mestrado em Fonoaudiologia da UVA, Mônica Britto Pereira, isso acontece devido a uma falha em uma das etapas do processamento neurolinguístico da fala, especificamente na programação e execução motora. Desta forma, em alguns momentos, a fala da pessoa pode “travar” involuntariamente, ficando a palavra “presa” até que o cérebro possa gerar o comando necessário para dar prosseguimento ao resto do vocábulo. A doença não tem cura, mas pode ser controlada através da fonoterapia.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 1%, da população do país, ou seja, 1,91 milhão de pessoas, gaguejam de forma persistente. Este problema, um dos mais comuns entre os distúrbios da fala, geralmente surge na infância, por volta de 2 a 5 anos, tendo como as principais causas a herança genética (55% dos casos) ou uma lesão no cérebro (45% dos casos). “Quando ocorre na idade adulta é chamada gagueira adquirida, podendo estar ligada a lesões cerebrais, ingestão de medicamentos ou traumas psicológicos”, explica Mônica.

Conforme a especialista, os pacientes com gagueira são vítimas de grande preconceito nas vidas profissional, afetiva e social. ”A população deve ser informada sobre o distúrbio, uma vez que a pessoa que gagueja apresenta uma falha apenas na execução da fala, o que não a torna incapaz de desenvolver funções necessárias para a atuação profissional. A prova disso é que várias personalidades brasileiras e ineternacionais sofrem ou sofreram de gagueira, como os atores Murilo Benício, Bruce Willis e Marylin Monroe, o ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill e o atual vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Binden”, alerta.

II Encontro Brasileiro de Pessoas que Gaguejam, dia 5 de agosto, das 8 às 16h, na Universidade Veiga de Almeida (UVA) - Auditório do Campus Tijuca (Rua Ibituruna, 108). Inscrições: Para participar do encontro, é preciso inscrever-se, gratuitamente, no site www.abragagueira.org.br. Mais informações nos telefones (21) 2574-8844 e 2574-8832. Debate sobre tratamentos para a gagueira, apresentação de entidades de apoio a pacientes e painéis com trocas de experiências entre as pessoas que convivem com o problema. Público-alvo: pessoas que gaguejam, familiares, profissionais de saúde e educação, universitários e demais pessoas interessadas no tema.

VI Congresso Mundial de Distúrbios da Fluência,de 5 a 8 de agosto, na Universidade Veiga de Almeida (UVA) - Auditório do Campus Tijuca (Rua Ibituruna, 108).Apresentações de pesquisas científicas, seminários, workshops e mini-cursos sobre questões biológicas e comportamentais e o desenvolvimento de novas tecnologias no tratamento de distúrbios da fluência. Público-alvo: estudantes e pesquisadores das áreas de saúde e educação.

Inscrições: Para participar do Congresso, é preciso inscrever-se no site www.theifa.org, no qual a programação, a lista com os participantes e as taxas de inscrição estão disponíveis. Informações sobre hospedagem e transporte podem ser obtidas no e-mail [email protected] ou nos telefones (21) 2523-1113/ 2523-1179/ 25748871.

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