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17/04/2007 - 09:31

O sucesso e o fracasso na vida dos empreendedores

A personalidade empreendedora sempre foi tema de discussão entre diversos acadêmicos. Entender a mente, o comportamento e as ações, é de fato, um desafio que persiste há anos. Somos instigados a descobrir porque, muitas vezes, nos parece que os empreendedores são fadados a ir do sucesso ao fracasso no decorrer dos anos e demonstram um memorável poder de recuperação, como se desapontamentos e injustiças fossem o seu caminho.

Kets De Vries, estudioso da psicanálise, foi um dos pioneiros a reunir um conjunto de análises de várias áreas para vencer o desafio. Para ele, na “memória de fatos passados” do empreendedor, a figura paterna aparece como o principal vilão. Ele é acusado por desertar, manipular ou negligenciar a família. Já suas mães, ao contrário, aparecem como fortes, controladas, que dão à família algum senso de direção e coesão.

Apresentam histórias semelhantes de uma pessoa com relacionamentos familiares conflitantes dentro de um ambiente hostil, povoado de indivíduos sedentos por controle. Fruto desse conjunto surge um indivíduo que usa de sua rebeldia inovadora como habilidade: o empreendedorismo. Há também empreendedores que são oriundos de famílias onde o pai, de alguma forma, trabalhava por conta própria. Apesar das dificuldades, o filho geralmente segue seus passos por que a familiaridade com obstáculos a serem superados, de algum modo, gera confiança. E ainda, a exposição precoce ao risco pode aumentar a sua tolerância a ele.

David Mc Clelland, outro estudioso do comportamento empreendedor, descobriu que tais pessoas têm alta necessidade de realização; desejo do poder e de tomada de decisões; não gostam do trabalho rotineiro; preferem relações patriarcais com seus subordinados; têm alto grau de ansiedade e destruição; necessidade de suporte; regularidade, conformidade e mentalidade prática. Por isso, companhias fundadas por empreendedores só tem mais chances de alto desempenho quando controladas por pessoas com um estilo mais democrático: necessidade de poder moderada combinada com grande necessidade de realização.

O caminho do empreendedor é uma estrada longa, solitária e difícil. A impulsividade por meio da pressa, a aspereza e a ausência de um planejamento do longo prazo determinam as ações; o que permite compreender porque a carreira deles é uma notória sucessão de sucessos e fracassos empresariais. Nesses casos, a empresa simboliza sua capacidade de compensar as duras frustrações da infância criando um ambiente onde, para que ocorra uma mudança, ele tem que estar no controle.

Por isso, não tem senso de prioridade e pode determinar ao mesmo tempo resoluções triviais e decisões estratégicas fundamentais. Na organização, as informações não são compartilhadas; não há procedimentos padronizados. É comum o uso de critérios pessoais e subjetivos com o propósito de mensuração e controle. As descrições e responsabilidades dos cargos são quase inexistentes. A abdicação e a sucessão são a única alternativa para o crescimento continuado da empresa.

Ao compreender esse cenário, fica fácil delinear a tendência no mundo dos negócios atuais, que é fazer surgir ou formar um novo tipo de empreendedor. Um indivíduo mais bem educado, não tão impulsivo, menos preocupado com o controle e independência e mais adaptativo. A tendência gera impacto em grandes empresas já existentes. E para que ocorra, é necessário desenvolver e aplicar um novo “modelo mental” em seus líderes, com o objetivo de diagnosticar a procedência do empreendedor dentro do conjunto de possibilidades, analisar, interferir e direcionar soluções aliadas a padrões comportamentais que conduzem para o resultado.

Esse modelo que proponho se apóia nos conhecimentos da psicodinâmica descritos, em estudos científicos na área de negócios e em processos de excelência administrativa, conclusão de meu trabalho para a ONU e para o Sebrae aplicado hoje em Grupos Dirigidos (GD) de Psicodinâmica em negócios, voltados para empresários que buscam potencializar resultados. Por fim, desenvolver nesse novo empreendedor as capacidades de visualização e superação de desafios, manutenção do foco, criação de mapas de percurso e drive, tolerância à ambigüidade e à incerteza e auto-reforço para a auto-estima. Apenas com o comportamento adequado, o verdadeiro empreendedor terá mais chances de permanecer no sucesso.

. Por: Luiz Fernando Garcia – é consultor especialista em manejo comportamental, empreendedorismo e negócios. É metodologista, empresário e palestrante. Desenvolveu mais de 50 metodologias de foco comportamental, acumulando cerca de 17 mil horas de aplicação nessa modalidade. Uma delas destinada à formação e capacitação de empresários e profissionais que trabalham com negócios, conhecida como GD – Grupo Dirigido de Psicodinâmica em Negócios.

É um dos quatro consultores certificados pelo ONU (Organização das Nações Unidas) para coordenar os seminários e capacitar os coordenadores, facilitadores e trainees do Empretec/Sebrae. Coordenou a equipe responsável pelo desenvolvimento do T.O.T (Training of Trainers) da metodologia Empretec no Brasil, América Latina e África (ano 2002 / 2003). Conteudista e responsável técnico pelo projeto de Educação Empreendedora no Ensino Médio-Técnico MEC(Ministério da Educação e Cultura)/Sebrae – 2000, qualificando mais de 12.000 educadores no Brasil.

É pioneiro no Brasil, na abordagem de Orientação para Resultados e equipes e empresas e pelo desenvolvimento da metodologia de Manejo Comportamental como no Projeto APL – Arranjos Produtivos Locais para a Fiesp – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Autor dos livros “Pessoas de resultado” e “Gente que faz”, da Editora Gente.

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