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25/07/2009 - 12:47

Feiras: uma tradição de seis mil anos

A história da humanidade está repleta de referências a feiras de negócios ou feiras comerciais. Não se sabe ao certo onde e quando apareceu a primeira feira, no entanto há dados que nos permitem afirmar que elas já existiam na Antiguidade, em Delfos e em Delos, na Grécia, cerca de 4 mil anos antes de Cristo e mais tarde em Tiro, no Oriente Médio, há pelo menos 2500 anos.

Existiam também na Alta Idade Média, como em Saint-Denis, na França, no século VII, mas foi após a decadência do Império Romano que as feiras medievais representaram o momento no qual ressurge o comércio na Europa, no final do século XI. No mesmo período histórico as feiras de Champagne, também na França, eram consideradas as mais importantes, seguidas pelas feiras da Cantuária, na Inglaterra, Colônia, Frankfurt, Leipzig e Nuremberg, na Alemanha e Milão, Piacenza e Veneza, na Itália. Detalhe que demonstra a importância das feiras é que as guerras eram interrompidas e a paz era garantida durante sua realização para que os vendedores, colocados lado a lado, pudessem trabalhar com segurança.

A palavra latina feria, que significa dia santo, feriado, é a palavra que deu origem à portuguesa feira, à espanhola feria, à francesa foire e à inglesa fair. Nos países de língua portuguesa, é também uma designação complementar dos cinco dias úteis da semana: de segunda-feira a sexta-feira.

No Brasil, as feiras-livres, como acontece até hoje, são realizadas por todo o país, mas as chamadas feiras comerciais ocorriam esporadicamente, geralmente em eventos internacionais, como a célebre Feira das Nações, realizada em São Paulo nos anos vinte do século XX e cujo pavilhão foi erguido em 1924 no Parque Dom Pedro especialmente para isso, sendo o prédio mais tarde ocupado pela Assembleia Legislativa e depois pela Prefeitura da cidade.

Já no princípio dos anos sessenta, graças à visão e pioneirismo de Caio de Alcantara Machado, as feiras comerciais ressurgiram com força em São Paulo, sendo realizadas primeiramente a UD, feira de utilidades domésticas, seguida da Fenit, feira da indústria têxtil e logo em seguida do Salão do Automóvel, tornando-se todas sucesso estrondoso de público.

As campanhas publicitárias feitas para essas feiras pela agência Alcantara Machado Publicidade, uma bem sucedida empresa de seu irmão José com o criativo Alex Periscinoto eram igualmente notáveis, permanecendo registradas na memória da propaganda brasileira anúncios como o da feira de utilidades domésticas ("Leve sua mulher à UD. Você não sabe do que uma mulher agradecida é capaz") ou do Salão do Automóvel ("Não deixe seu carro saber que você vai ao Salão do Automóvel - coitado!"), o que valorizava os novos modelos do Salão e depreciava simpaticamente os carrinhos velhos que rodavam então pelo país.

As feiras promovidas pelo pioneiro Caio de Alcantara Machado, com algumas exceções como a Feira da Mecânica Nacional, eram feiras comerciais, para grandes públicos, uma tendência da época, cujo principal objetivo era atrair o consumidor final para o pavilhão da Bienal no Parque Ibirapuera e depois para o Parque Anhembi, outro pioneirismo de Caio, que serviu para inaugurar o incentivo fiscal da Embratur em São Paulo, incentivo que, até então, era privativo da Sudene.

Os anos setenta e oitenta trouxeram para o Brasil, através da atuação igualmente pioneira da Grafite Feiras e Promoções, a modalidade das chamadas feiras de negócios, em que o foco não era apenas divulgar os produtos para o consumidor final, mas gerar vendas para a rede de varejistas, destacando-se sobretudo a House & Gift Fair e a Toys, Parties & Christmas Fair, tal como ocorre nos países da Europa, Ásia e nos Estados Unidos, onde se realiza todos os anos o impressionante número de 2500 feiras.

As feiras continuam sendo hoje, e provavelmente continuarão sendo por mais algumas décadas, pelo menos, a maneira mais eficaz e econômica de promover vendas, olho no olho e face a face, em uma relação de negócios aberta, franca e transparente, pois trata-se de uma forma milenar de negócios que dificilmente poderá ser substituída. É gente lidando com gente, mantendo viva a tradicionalíssima arte de mercadejar.

. Por: Frederico Cury, diretor executivo da Grafite | ([email protected])

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