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28/07/2009 - 10:04

Cautela, otimismo e crédito

A volta do quadro de otimismo na economia entre os empresários, expressada em pesquisa recém-divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), deve ser vista como resultado do arrefecimento da turbulência econômica. Prudência, entretanto, ainda domina o ambiente empresarial. Certamente, alguns riscos continuarão por mais algum tempo.

Não se pode esquecer que a crise afetou as empresas de forma aguda. É claro que em diferentes níveis, mas todas precisaram se readequar ao novo cenário existente. Dobrou-se a atenção e os esforços para melhorar a gestão nesse período, com o objetivo final de diminuir os impactos negativos. Obviamente que essa atitude de prudência trouxe resultados de mudança de rumo de organizações, reconstruindo modelos de atuação no mercado e de estrutura interna.

O auge da turbulência demonstrou incertezas em vários momentos. Um deles – e talvez o mais preocupante – se referiu à oferta de empregos. Outro diz respeito às ações nas Bolsas, que tiveram quedas bastante acentuadas. A taxa de câmbio também trouxe inquietação e interferiu na balança comercial, embora a escassez de crédito naquele momento e a falta de compradores externos também tenham influenciado sobremaneira a situação.

Por outro lado, há de se destacar que o Brasil atingiu nos últimos tempos um nível de confiabilidade para sua economia jamais visto em sua história recente. Existem exemplos práticos dos resultados dessa conquista. Por conta da crise, o País teve que usar parte das reservas do país em dólares para estimular a atividade empresarial. Porém, essas reservas já voltaram a bater recordes devido à entrada de consideráveis investimentos de fora. As empresas, por outro lado, se esforçaram para equilibrar suas contas. Criou-se, com isso, uma situação mais confortável.

É preciso, no entanto, estarmos cientes de que em uma economia globalizada vários fatores podem mexer profundamente com o cenário atual de uma hora para a outra e provocar duros golpes. Porém, para as empresas se manterem em ascendência, é preciso manter atenção dobrada em relação à gestão empresarial e do caixa; aos princípios da governança corporativa; à inovação e às oportunidades de negócios que surgem; à negociação inteligente com fornecedores, provedores de crédito e clientes; e à sua atividade-fim. Adotando esses princípios, o caminho em direção ao crescimento e ao lucro será mais bem pavimentado.

O atual cenário econômico apresenta indicadores macroeconômicos muito semelhantes aos do pré-crise, ou melhor, de antes de setembro do ano passado. É o caso das taxas de juros praticadas pelo mercado, que recuaram a níveis recordes, estimulando a tomada de crédito, por exemplo.

Vale ressaltar que a oferta de crédito é a principal base para o desenvolvimento e o crescimento sustentado. Dispor de recursos, de preferência a baixo custo, é essencial para que as empresas possam planejar sua atuação, além de permitir o crescimento da atividade econômica interna a partir do aumento do consumo. Concluímos que o índice de juros mais baixo está contribuindo para o aproveitamento do crédito – e este talvez seja o legado mais positivo deixado no País pela crise econômica.

. Por: Eduardo Pocetti, sócio-diretor e CEO da BDO Trevisan.

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