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30/07/2009 - 10:56

Atividade da indústria cai 14% e tem pior semestre da história, aponta o INA Fiesp/Ciesp

Mas a diferença está diminuindo e o Indicador de Nível de Atividade (INA) da Fiesp/Ciesp deve fechar o ano com retração de 8%. Para as entidades, Brasil sai da recessão com alta de 1,5% no PIB do 2° trimestre.

A atividade da indústria de São Paulo registrou queda de 14,1% no primeiro semestre do ano, o pior resultado acumulado desde 2001, início da série histórica do Indicador de Nível de Atividade (INA) da Fiesp e do Ciesp.

Segundo a pesquisa, divulgada nesta quarta-feira (29), o setor manteve o ritmo de melhora dos últimos três meses e apontou elevação de 2% na passagem de maio para junho, em termos ajustados, e de 0,4% sem ajuste sazonal.

“A queda em relação ao mesmo período do ano passado vem diminuindo, e já está menor do que nos primeiros meses de 2009. Não podemos considerar que a trajetória seja péssima”, explicou Paulo Francini, diretor-titular do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp/Ciesp.

A queda é de 12,8% na comparação com junho de 2008, e no acumulado em 12 meses a retração atinge 6,8%. O nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) do último mês ficou em 80,6%, praticamente estável em relação a maio (80,9%), e abaixo do nível verificado em junho do ano passado (84,1%). O total de vendas reais se destacou entre as variáveis, com alta de 5,4% - o que, aliado a uma produção menor, indica baixa do nível de estoques.

Projeções - Para a Fiesp e o Ciesp, é correta a versão de que o Brasil está tecnicamente saindo da recessão, com um provável resultado positivo do PIB no segundo trimestre do ano. Segundo projeção das entidades, a variação do período deverá ficar entre 1,5% e 2%.

“É importante frisar que parte desse crescimento deve-se ao baixo nível que chegamos. Obter ganho sobre um nível muito inferior é mais fácil”, alertou Francini. “É possível que os outros trimestres não acompanhem esse desempenho, porque a base de comparação será mais elevada”, prosseguiu.

De acordo com Paulo Francini, será uma tarefa difícil para o Brasil conseguir algum crescimento no PIB em 2009, ou mesmo obter taxa zero. Com um resultado positivo de 1,5% no segundo trimestre, os trimestres seguintes precisariam crescer a uma taxa de 1,9% para que a economia do País ficasse estável em relação a 2008.

“Se terminarmos o ano com queda de 0,5% será razoável, tendo em vista o cenário que tínhamos nos primeiros meses. E se este for o preço da crise, o Brasil estará pagando um preço baixo em comparação a outros países mais afetados”, sublinhou.

Segundo o diretor do Depecon, o menor impacto da crise no Brasil se explicaria pelo fato de a perda de empregos ter se concentrado na indústria, cujos efeitos não contagiaram outros setores da economia, como ocorreu em outros países.

“O pior da crise já aconteceu. E o melhor também, porque o temor de que ela pudesse afetar o emprego em outros setores não se verificou”, afirmou Francini. “Diminuímos o ritmo, a expansão do crédito arrefeceu, e a taxa de variação da massa salarial passou de 8% para 3% ao ano. O que dava fogo à panela do crescimento eram essas grandes taxas. Quando voltarmos a crescer, certamente o ímpeto não será o mesmo”, arrematou. Para a atividade da indústria paulista, as entidades preveem uma queda de 8% ao final do ano.

Setores - Um dos mais afetados com a chegada da crise no Brasil, o segmento de Máquinas e Equipamentos suspirou no mês de junho, dando indícios de uma eventual recuperação. Houve alta de 4,6% em termos ajustados, mais que o dobro da média da indústria.

O caminho de retomada será reforçado por medida regulamentada recentemente pelo governo, que baixou as taxas de juros para aquisição de bens de capital até dezembro de 2009. “Certamente a medida trará resultados positivos, que poderão ser contabilizados no segundo semestre”, avaliou Francini. O setor acumula retração de 30,3% no ano.

Na avaliação da Fiesp/Ciesp, o segmento de Veículos Automotores perdeu o ímpeto de crescimento dos meses anteriores, que estava associado à política de redução tributária, mas continua com razoável desempenho – comparativamente às projeções mais pessimistas feitas para o setor no início da crise. Em junho, houve alta de 3,9% com ajuste sazonal.

Já o setor de Metalurgia Básica ainda não dá sinais de recuperação, “e continua patinando em um patamar bem baixo”, segundo Paulo Francini. Houve queda de 0,9% com ajuste sazonal, e o nível de utilização da capacidade instalada está em 80%, aquém do esperado para um setor de produção contínua.

“É uma atividade muito abalada pela redução do mercado internacional, porque 25% de sua produção são destinados à exportação”, explicou o diretor de economia da Fiesp/Ciesp.

Segundo as entidades, até agora a exportação de produtos industrializados já sofreu uma queda de 35% em relação a 2008. Entre os setores mais afetados aparecem produtos de madeira, couro e calçados, outros equipamentos de transporte, veículos, máquinas e equipamentos, metalurgia, celulose e produtos alimentícios, que destinam mais de 20% de sua produção ao mercado externo.

Sensor - O indicador antecedente da Fiesp registrou 53,9 pontos na segunda quinzena deste mês e trouxe uma boa notícia: este é o maior número da série histórica desde setembro de 2008 (54,8), período anterior à crise. Mercado (62,5) e vendas (58,6) continuam em destaque, seguidos por emprego (54,2), que também não registrava resultado semelhante há um ano.

O item investimento (50,5) baixou três pontos em relação à medição anterior, e o estoque teve uma ligeira melhora (41,6), mas ainda continua acima do desejado.

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