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18/04/2007 - 09:13

Anac defende novo conceito para acelerar integração aérea da América do Sul


Rio de Janeiro - A integração do transporte aéreo na América Latina pode demorar um pouco mais, segundo o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, principalmente porque os países trabalham hoje a partir de uma perspectiva bilateral, ou seja, a partir de negociações entre dois países. E não de forma multilateral, com uma visão mais ampla do continente. Uma das dificuldades para essa integração é tratar-se o continente de forma bilateral.

“No momento em que nós olharmos a América do Sul como se fosse um único bloco, nós vamos ver que as potencialidades de acesso aumentam significativamente. Acesso de fora do bloco para dentro mas, especialmente, a distribuição dentro do bloco, que é o grande desafio momentâneo que a gente tem”, ponderou Zuanazzi.

Ele afirmou que ainda são poucas as linhas disponíveis na América do Sul entre os países.”E se nós conseguirmos somar todo o tráfego aéreo que os nossos países naturalmente hoje concentram e se conseguirmos, através desse tráfego existente, fazermos uma distribuição para todos os países do continente, nós vamos potencializar a facilidade de acesso de um país a outro”, recomendou.

O presidente da Anac avaliou que esse é um trabalho que mexe com culturas e concepções de como tratar a evolução do tráfego aéreo intra-regional. Zuanazzi alertou que, se isso não for feito a partir do conceito de continente, os países irão demorar bastante ainda para ter uma "verdadeira integração". Para o Brasil, a dificuldade é a mesma encontrada nos demais países sul-americanos, afirmou o presidente da Anac. ”Você não viabiliza tráfego aéreo se não tiver volume de passageiros, isto é, ocupação de assentos”, indicou.

A ocupação de assentos pressupõe, segundo ele, que haja pontos de embarque e desembarque que tornem viável a distribuição a partir desses pontos. Hoje, na América, há pontos de embarque e desembarque em cada uma das principais cidades dos países, como São Paulo, no Brasil; Santiago, no Chile; Lima, no Peru, Buenos Aires, na Argentina. “Portanto, você só consegue ir ao Peru via São Paulo ou via Lima, vindo de qualquer lugar do mundo. Qualquer brasileiro que queira ir ao Peru tem que passar por São Paulo e qualquer peruano que queira vir ao Brasil tem que ir a Lima e a São Paulo”, explicou.

Segundo Zuanazzi, essas são as dificuldades. Há aeroportos que se destacam no contexto de um país ou região como foco de grande número de vôos, denominados hubs, que estão concentrados nas cidades receptivas de cada país. Para que haja a integração, o presidente da Anac recomendou a necessidade de se abrir hubs de distribuição em outros pontos dos países. “O Brasil então, que é um continente, tem mais um motivo”, declarou. Ele ponderou que a existência de um só hub, em São Paulo, reduz muito o acesso ao país.

Zuanazzi afirmou, contudo, que mesmo em países de menor dimensão podem ser criados novos pontos de distribuição de passageiros. “Se você não pensar a integração dessa forma, não tem no curto prazo e no médio prazo uma maneira de viabilizar a integração como a gente sonha”, concluiu.| Por: Alana Gandra/ABr

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