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06/08/2009 - 09:37

Cesta básica está mais barata que há um ano, aponta DIEESE

Em 15 capitais brasileiras, o custo da cesta básica ficou, em julho deste ano, menor que em igual mês, em 2008, conforme apurou o DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. Já em relação a junho, três das 17 capitais incluídas na Pesquisa Nacional da Cesta Básica registraram variações positivas: Manaus (0,75%), Brasília (0,69%) e Belém (0,05%). As outras 14 localidades apresentaram retrações, as mais expressivas verificadas em Goiânia (-8,11%), Rio de Janeiro (-3,78%), Fortaleza (-3,47%) e Curitiba (-3,19%).

O maior valor para os produtos alimentícios essenciais foi verificado em Porto Alegre, onde a cesta básica custou R$ 237,45. A capital paulista continuou a registrar o segundo maior valor (R$ 227,17) e Vitória teve o terceiro custo mais elevado (R$ 223,11). As cidades mais baratas foram Aracaju (R$ 173,47), Fortaleza (R$ 182,12) e João Pessoa (R$ 183,67).

Com base no maior valor apurado para a cesta e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deveria suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o salário mínimo necessário. Para julho, o valor calculado corresponde a R$ 1.994,82, ou 4,29 vezes o mínimo em vigor, de R$ 465,00. Em junho, o mínimo necessário chegava a 2.046,99 (4,4 vezes o valor vigente), e em julho de 2008 o piso deveria atingir R$ 2.178,30, o maior valor calculado pelo Departamento.

Variações acumuladas - A maioria das capitais pesquisadas registra variações acumuladas negativas, tanto no que se refere aos sete meses de 2009 (janeiro a julho), quanto em 12 meses. Neste ano, três capitais tiveram variações positivas: Recife (3,64%); Salvador (1,37%) e Belém (1,34%). As reduções mais expressivas foram verificadas no Rio de Janeiro (-11,64%) e em Aracaju (-10,25%).

Entre agosto de 2008 e julho último, apenas Salvador – com alta de 0,03% - apresenta pequena variação positiva. Quinze localidades indicam redução no custo da cesta, com destaque para Curitiba (-15,39%), Belo Horizonte (-13,14%), Aracaju (-11,77%) e Rio de Janeiro (-11,77%). A pesquisa da cesta básica ainda não era realizada em Manaus, em julho do ano passado.

Cesta x salário mínimo - A compra da cesta básica, em julho, comprometeu 97 horas e 12 minutos da jornada de um trabalhador que recebe o salário mínimo, na média das 17 capitais pesquisadas. Este tempo de trabalho é inferior ao exigido em junho, quando correspondia a 98 horas e 58 minutos. Em comparação a julho de 2008, a diferença é muito maior, pois naquele mês o comprometimento chegava a 117 horas e 08 minutos. Também no que se refere ao percentual do salário mínimo líquido – após o desconto equivalente à Previdência Social – requisitado para a aquisição dos produtos essenciais, o mesmo comportamento é confirmado. Em julho, o custo da cesta representava 48,02% do mínimo líquido, enquanto em junho correspondia a 48,90% e em julho de 2008 chegava a comprometer 58,26% do rendimento líquido.

Comportamento dos preços - A queda no preço do conjunto de bens alimentícios essenciais na maior parte das capitais pesquisadas, no mês de julho, originou-se na retração ocorrida em importantes produtos da cesta básica.

O tomate, produto cujo preço é sempre sujeito a oscilações, teve recuo em 16 localidades, e apresentou variações expressivas na maioria delas. Os principais destaques foram Goiânia (-32,76%), Fortaleza (-23,15%), Rio de Janeiro (-21,15%) e Vitória (-20,09%). Somente em Manaus houve alta (2,43%). Em 12 meses, todas as capitais para as quais existem dados registraram retração no preço do tomate, principalmente Rio de Janeiro (-52,14%), Curitiba (-51,11%), Porto Alegre (-49,54%) e Vitória (-48,83%). As menores taxas foram apuradas em Belém (-13,21%), Salvador (-14,00%) e João Pessoa (-16,95%). O clima favorável e a boa oferta do produto permitiram a redução dos preços. No entanto, as chuvas do final de julho – inclusive com granizo – trouxeram prejuízos às regiões produtoras que podem resultar em impacto nos preços de hortaliças e frutas.

Também o óleo de soja registrou queda em 16 capitais. As taxas mais significativas foram apuradas em Vitória (-6,32%), Fortaleza (-4,78%), Belo Horizonte (-4,28%) e Belém (-4,27%). Em Porto Alegre o preço se manteve inalterado. Em comparação com julho de 2009, o produto teve redução em todas as localidades para as quais a pesquisa era realizada. As retrações situaram-se entre -28,93% (Salvador) e -17,88% (Brasília). A redução das exportações da soja e os preços menores no mercado internacional devido à crise financeira justificam a queda no preço.

Treze cidades apresentaram redução no preço do arroz, as mais expressivas apuradas em Brasília (-8,13%), Belo Horizonte (-4,46%) e Goiânia (-4,12%). Em Aracaju e São Paulo não houve alteração e pequenas altas ocorreram em Vitória (0,60%) e João Pessoa (0,56%).

Apenas Porto Alegre (4,68%) registrou aumento nos últimos 12 meses, e as diminuições de preço foram lideradas por Aracaju (-29,99%), Curitiba (-27,11%) e Vitória (-25,33%). Nos próximos meses pode haver aumento, com o início da entressafra. Carne, café e batata registraram recuo em nove capitais. No caso do café, a retração foi pequena, e as mais significativas ocorreram em Vitória (-2,85%), Salvador (-1,85%) e Aracaju (-1,65%). Em Manaus foi notada estabilidade e dentre as sete cidades onde houve alta, os destaques foram Recife (3,24%), João Pessoa (3,07%) e Belo Horizonte (2,20%).

Também no período anual, sete localidades apresentaram redução, com destaque para São Paulo (-14,99%) e Rio de Janeiro (-9,48%). Nove capitais registraram alta, em especial, Porto Alegre (17,96%) e Goiânia (17,54%).

A carne, produto de maior peso na cesta básica, apresentou as retrações mais expressivas em Goiânia (-5,86%) e Natal (-2,45%). Dentre as oito cidades com alta, os destaques foram Aracaju (4,47%) e Brasília (2,23%). O período de entressafra foi amenizado em algumas regiões, favorecendo as pastagens. No entanto, houve forte seca em parte do Sudeste e principalmente do Centro-Oeste. Também em 12 meses verificou-se recuo em nove localidades, as mais acentuadas nas capitais do Sul: Curitiba (-9,40%), Florianópolis (-7,92%) e Porto Alegre (-5,89%), seguida por Brasília (-5,85%).O Nordeste registrou as maiores elevações, em especial em João Pessoa (10,22%), Recife (9,66%) e Fortaleza (8,40%).

Todas as nove capitais do Centro-Sul do país onde o preço da batata é pesquisado apresentaram retração, com as maiores quedas apuradas em Goiânia (-30,40%), Rio de Janeiro (-21,17%) e Brasília (-19,35%) e as menores observadas em Porto Alegre (-9,83%) e Florianópolis (-10,15%). No período de 12 meses houve aumento em sete regiões com taxas expressivas como em Porto Alegre (30,25%), Vitória (16,32%) e São Paulo (12,04%). Leite, feijão e manteiga foram os itens com predomínio de alta em julho. Para o leite, o aumento ocorreu em 16 capitais, com a única redução apurada em Goiânia (-3,33%). As elevações mais expressivas foram verificadas em Manaus (10,55%), Fortaleza (9,30%) e Belém (9,29%). Em 12 meses, a elevação do preço do leite foi notada em todas as 16 capitais, 12 delas com taxa superior a 20%. Vitória (73,34%), Porto Alegre (54,00%), Riode Janeiro (49,02%) e Recife (48,08%) foram as localidades que mais se destacaram. As menores variações ocorreram em Brasília (1,69%) e Aracaju (9,46%). O aumento de preço defendido pelos produtores e, principalmente, distribuidores, foi a causa para a alta do produto, em conjunto com o período de entressafra.

Doze capitais apresentaram alta no preço do feijão e da manteiga. Este último item, derivado do leite, teve os principais aumentos verificados em Porto Alegre (4,59%), Belém (4,39%) e Manaus (4,12%). Em São Paulo, houve estabilidade e reduções foram observadas em Brasília (-0,33%), Vitória (-0,75%), Fortaleza (-0,79%) e João Pessoa (-1,88%). No período anual, houve alta em 13 das 16 capitais. Os principais aumentos ocorreram em Porto Alegre (24,43%), Recife (20,44%) e Vitória (18,34%). As três capitais onde houve retração foram Aracaju (-5,18%), São Paulo, (-6,80%) e Curitiba (-8,32%).

No caso do feijão, as maiores altas ocorreram em capitais onde é pesquisado o preço da variedade cores: Fortaleza (11,50%), São Paulo (9,77%), Recife (9,49%) e Belo Horizonte (8,36%). No Rio de Janeiro, o preço do feijão preto ficou estável. Quedas ocorreram em Belém (-1,15%), Natal (-1,49%) – capitais que acompanham o preço do feijão de cores – Vitória (-1,73%) e Porto Alegre (-2,57%) - feijão preto. Em 12 meses, o item ficou mais barato em todas as 16 capitais, com taxas entre -27,33% (em Brasília) e – 55,93%, em Aracaju. | www.dieese.org.br

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