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07/08/2009 - 10:04

Crise obrigou a mudança no modelo de educação executiva

São Paulo – A crise financeira que eclodiu nos Estados Unidos e se alastrou pelo mundo obrigou a uma mudança nos modelos de educação executiva adotados por escolas de negócios, tanto no exterior quanto no Brasil. Segundo Maria Tereza Leme Fleury, Diretora da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas, algumas críticas apontadas a escolas de negócios, como a de que formaram executivos orientados apenas para aspectos financeiros, procedem em parte, o que está levando à necessidade de mudar e adaptar os currículos a um mercado que já está valorizando outros aspectos da gestão empresarial:

“Um exemplo claro dessa mudança (que sempre é de longo prazo) é dado pelas multinacionais brasileiras, ou seja, empresas com operações no exterior. A competência em gestão de pessoas que era apenas a décima preocupação mais importante dos gestores para competir no mercado doméstico, hoje, depois da internacionalização, é a terceira mais relevante”, assinala Fleury, que em agosto participará de debate acerca da educação executiva no Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas - Conarh -, promovido pela ABRH-Nacional.

Um método de ensino nas escolas de negócios que também é questionado é o estudo de casos, nascido em Harvard e que se espalhou pelo mundo. Segundo Fleury, esse modelo de aprendizado, onde os alunos analisam um determinado caso e tomam decisões, tem revelado limitações.

“O estudo de caso, fundamentado em diagnóstico e decisão, precisa compreender melhor a complexidade de uma organização, uma entidade que se sustenta em uma cultura forjada a longo prazo, algo que um texto dificilmente consegue apreender em sua totalidade. O processo de tomada de decisão fundamentado em um estudo de caso pode levar os gestores a acreditar que as soluções para os diferentes problemas de uma organização são mais fáceis do que parecem, levando a simplificações” assinala.

Um exemplo da mudança que começa a se tornar evidente em escolas de negócios do primeiro mundo é o interesse dessas entidades de ensino pelo que está sendo feito em países como Brasil, Rússia, Índia e China, o que se explica pelos convites que a diretora da FGV tem recebido para palestras no exterior: “A precariedade do ensino básico no Brasil é algo que tem impactos na educação executiva, pois é comum um aluno chegar à faculdade ou à pós-graduação com problemas de formação que impedem um melhor aprimoramento. Nesse sentido, nossa experiência mostra que a educação executiva tem que ser pensada já desde a graduação, passando pela educação executiva e por programas de pós-graduação que desenvolvam uma mentalidade mais global”, explica Fleury.

Nesse sentido, a Diretora da FGV assinala que, no Brasil, os programas de formação executiva precisam pensar na capacitação daquele executivo que atua em empresas, mas também em aspectos como empreendedorismo, para estimular aquelas pessoas que pensam em se tornar empresários, e, inclusive, programas de formação de gestores públicos, uma atividade ligada diretamente à necessidade de modernização do Estado:

“Em nossos cursos de pós-graduação em Gestão Pública, hoje também muito procurados, temos alunos que são prefeitos, o que revela que, diferentemente de outros países, as escolas de negócio no Brasil precisam pensar, inclusive, na formação de pessoas para o segmento público, ainda carente de bons profissionais e executivos”, assinala.

CONARH – O Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas - Conarh - vai acontecer entre 18 e 21 de agosto no Transamerica Expocenter, em São Paulo, com a presença de Fleury e outros palestrantes como John Wells, presidente do IMD, uma das mais importantes escolas de negócios do mundo; Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente do Brasil; Simone Rocha, do Médicos Sem Fronteiras, e vários outros palestrantes que vão debater a gestão de pessoas no Brasil e no mundo. [Vídeo de Maria Tereza Leme Fleury - link: http://blog.conarh.com.br ]

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