Luciano Coutinho substitui Demian Fiocca no comando do BNDES

Brasília- O economista Luciano Coutinho substituirá Demian Fiocca na presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Coutinho, que já foi secretário-executivo do Ministério de Ciência e Tecnologia, é sócio-diretor da LCA Consultores e visto como desenvolvimentista.

O nome dele já vinha sendo citado como uma opção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o comando do BNDES, que é vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

O novo ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, queria levar para a instituição o economista Gustavo Murgel, com quem trabalhou no banco Santander. Logo após assumir o ministério, Jorge afirmou que teria autonomia para nomear a direção do BNDES e apresentou três nomes ao presidente Lula.

A lista não incluia Coutinho, mas a assessoria do ministro disse que ele ficou "muito satisfeito" com a escolha do economista.

Fiocca, que terça-feira ainda participou de audiência pública no Senado prestando contas sobre sua gestão no BNDES, é ligado ao ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Mais um desenvolvimentista - Professor da Universidade de Campinas (Unicamp), Coutinho, de 54 anos, é Ph.D em Economia pela Universidade de Cornell, com uma tese sobre a internacionalização do capital dos oligopólios.

Especialista em economia industrial e internacional, ele coordenou avaliações sobre a competitividade da indústria brasileira.

Coutinho é considerado um economista desenvolvimentista, assim como o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Representantes da indústria elogiaram a escolha. "Ele vai poder dar uma dimensão importante a esse que é o principal instrumento de política industrial do Brasil", afirmou o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto.

Além de diversos artigos em jornais, o novo presidente do BNDES aparece como autor, organizador ou colaborador em pelo menos 26 livros, a maioria deles tratando de competitividade.

Em briefing a jornalistas no Palácio do Planalto, o porta-voz da Presidência Marcelo Baumbach elogiou a atuação de Fiocca, dizendo que ele ajudou a consolidar o BNDES como um banco de desenvolvimento.

"(Fiocca) ainda pode contribuir com o governo por ser um excelente quadro", mas isso ainda não foi definido, acrescentou o porta-voz.| Por Ricardo Amaral e Isabel Versiani/Reuters.