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11/08/2009 - 10:27

AMIB lança campanha “Orgulho de ser Intensivista”

Campanha inédita da AMIB visa a valorizar o médico intensivista e sua equipe e conscientizar a população sobre a Medicina Intensiva, o funcionamento da UTI e os benefícios ao paciente quando ele é tratado por um profissional especializado. No Brasil, aproximadamente 53% das UTIs brasileiras não têm sequer um médico intensivista titulado.

A Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) lançou, no mês de julho, a campanha nacional inédita, intitulada “Orgulho de Ser Intensivista”, que tem como principais objetivos valorizar o profissional que atua na Medicina Intensiva e conscientizar a população sobre o trabalho do médico intensivista e de sua equipe, bem como a sua importância dentro da UTI.

“Há vários estudos que indicam que uma UTI que conta com um médico intensivista qualificado, aquele que tem o título de especialista, apresenta, por exemplo, menor tempo de internação, menor mortalidade e melhor qualidade de vida pós-alta para o paciente, que volta mais rápido ao trabalho, com melhor preservação de suas atividades neurológicas. Em contrapartida, uma UTI sem profissionais capacitados tende a apresentar gastos maiores e menor resolutividade, acarretando taxas mais baixas de sobrevida e maior mortalidade. Por isso, a valorização desse profissional é fundamental.

É importante destacar também que o médico intensivista é aquele especializado em Medicina Intensiva, especialidade reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), assim com a Cardiologia e a Neurologia, e é a chave-principal para a melhoria de resultados e práticas nas UTIs. Só para se ter uma ideia, aproximadamente 53% das UTIs brasileiras não têm, sequer, um médico intensivista titulado”, afirma o Dr. Álvaro Réa-Neto, presidente da AMIB.

Voltada para os próprios intensivistas, para pacientes, familiares e população, e profissionais de saúde que atuam em outras especialidades, como os denominados pares (aqueles que entregam o paciente na UTI e depois o recebem na alta), para profissionais das áreas administrativa e de recursos humanos dos hospitais e para estudantes de medicina, a campanha contará com diversas ações.

Cada público-alvo terá materiais impressos exclusivos, como cartilhas e cartazes explicativos, que serão distribuídos em UTIs de todo o País. No caso da população, por exemplo, as cartilhas trazem as mensagens “A UTI não é bicho papão. Lá dentro, existem príncipes e princesas”, direcionada a UTIs pediátricas, e “Um médico Intensivista acolhe você nos dias mais difíceis de sua vida, para que depois você tenha muitos dias de tranquilidade”, para as unidades adultas. Para os médicos, a cartilha diz, “Intensivista: a AMIB está zelando por você com o mesmo cuidado com que você cuida de seus pacientes”; há ainda uma cartilha para estudantes, incentivando o conhecimento da especialidade, “Você, estudante de medicina, tem a vida toda pela frente. Conheça seus colegas intensivistas que têm muitas vidas na frente deles”. Os cartazes serão distribuídos e afixados nas diversas Unidades de Terapia Intensiva do país, com os seguintes dizeres: ”Nós não recebemos pacientes, nós acolhemos pessoas” e “Vários caminhos podem levar à UTI. Para o Médico Intensivista e sua equipe, todos os caminhos conduzem à vida”.

“É preciso desmistificar a ideia de que os pacientes vão para a UTI para morrer e o medo da internação. A unidade é destinada para os doentes críticos ou aqueles que correm o risco de apresentar quadros mais graves. É extremamente importante que os pacientes, os familiares e a população em geral saibam que dentro UTI há intensivistas qualificados para tratá-los nesse momento tão difícil, que estão ali para cuidar deles da melhor maneira possível e têm o conhecimento e as ferramentas para fazer isso. A população deve requerer a presença do intensivista titulado na UTI, pois terá mais segurança e um melhor atendimento”, diz o dr. José Mário Teles, presidente da Comissão de Defesa do Exercício Profissional da AMIB.

Para ampliar o alcance do projeto, será disponibilizado um hotsite, no qual os internautas poderão acompanhar todas ações, bem como pesquisar sobre a Medicina Intensiva, o trabalho do intensivista e os termos usados na especialidade, para se familiarizar com o ambiente.

O Dia do Intensivista, em 10 de novembro, será marcado pela campanha “Orgulho de Ser Intensivista”. O slogan comemorativo será “No passado, UTI era sinônimo de medo. Hoje é sinônimo de proteção”.

A campanha será finalizada com uma ação de prestação de serviço à população, quando uma UTI cênica, na cidade de São Paulo, estará montada em um local público e contará com intensivistas para tirar dúvidas das pessoas sobre o profissional que atua na Terapia Intensiva e o funcionamento das UTIs. A ação contará ainda com a participação dos “Doutores da Alegria”, grupo de reconhecida importância na campanha pela humanização do ambiente hospitalar.

Essa fase da campanha, que tem também com objetivo mobilizar a população sobre a importância do médico intensivista dentro de uma UTI e de seus benefícios, acontecerá nas vésperas do Dia do Intensivista (10 de novembro) e do XIV Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva Brasileiro, maior evento da especialidade da América Latina, que será realizado em São Paulo (SP), de 11 a 14 de novembro.

Dados Brasil.: - A Medicina Intensiva surgiu no Brasil na década de 1960: (“O início da Terapia Intensiva no Brasil e a trajetória da AMIB”. Autores: José Maria Orlando e Marcelo Moock do livro Medicina Intensiva / Autor: Cid Marcos Nascimento David / AMIB - Ano da Publicação: 2004 - 1ª Edição.

- A Medicina Intensiva foi reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em 1992. | - A Medicina Intensiva somente foi reconhecida pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) em 2002. | - No Brasil, atualmente, há aproximadamente 29 mil leitos de UTIs (somando adulto, pediátrico, neonatal, queimados e intermediárias). | - Apenas 53% das UTIs brasileiras contam com pelo menos um médico intensivista titulado. | - Os problemas mais relevantes relacionados às UTIs no Brasil são a má distribuição regional das mesmas e dos especialistas, bem como a escassez dos titulados em Medicina Intensiva. | - Segundo um levantamento recente da Subcomissão de Estudo e Avaliação das Necessidades de Médicos Especialistas no Brasil, instituída por portaria da Secretaria Superior de Educação/Ministério da Educação (SESU/MEC) e pela Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde/Ministério da Saúde (SGTES/MS), a Medicina Intensiva está entre as seis especialidades mais carentes de especialistas no Brasil. O documento apontou ainda desequilíbrios regionais na oferta de especialistas; novas necessidades decorrentes da transição sócio-demográfica/epidemiológicas; dificuldades no recrutamento de médicos especialistas; e distribuição inadequada de vagas de Residência Médica no País.

De acordo com o estudo da Subcomissão, para se ter uma ideia, na Medicina Intensiva, por região, o Sudeste e o Centro-Oeste apresentam os maiores valores, respectivamente 2,42 e 2,18, de médicos da especialidade para cada grupo de 100 mil habitantes. O Norte e o Nordeste, por outro lado, apresentam até 1 médico por 100 mil habitantes, o Sul, 1,41. | - Dentro desse cenário, a AMIB, que faz parte do grupo do estudo da Subcomissão, tem como uma de suas prioridades reverter a situação. Em uma reunião recente no Ministério da Saúde, apresentou uma proposta para o enfrentamento das necessidades apontadas no estudo, como, por exemplo, aumentar e melhorar a formação do médico intensivista e sua fixação no mercado de trabalho. “Desenvolvemos uma estratégia baseada em quatro pontos fundamentais: ampliar a formação por meio da residência médica em Medicina Intensiva oferecendo, além do programa de quatro anos (dois anos de pré-requisito e dois anos na especialidade), um programa de três anos com entrada direta; uma remuneração extra para os residentes de Medicina Intensiva; um financiamento para a reestruturação das UTIs, que hoje são campos de formação, mas estão com seus recursos materiais aquém dos necessários para uma boa formação; e uma remuneração para o diarista intensivista dos hospitais públicos, acoplados com um plano de cargos e carreira. Assim, aumentaremos a oferta de profissionais qualificados no mercado, especialmente em regiões mais carentes, oferecendo uma forma digna de fixação desse profissional como médico na especialidade”, explica o dr. Álvaro Réa-Neto.

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