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20/04/2007 - 07:54

Relaxamento autógeno auxilia no tratamento de dependência química

Método dispensa, em muitos casos, uso de medicamentos. Técnica inclui sessões de relaxamento e reprogramação mental, com o objetivo de apoiar o paciente durante as crises de abstinência.

São Paulo- Mais do que evidente: o uso de drogas tem se tornado cada vez mais comum na sociedade, mesmo com incansáveis campanhas, reportagens e matérias alertando sobre os muitos problemas e danos à saúde provocados pela dependência química e uso do álcool.

De acordo com José Moromizato, médico que hoje é considerado um dos grandes incentivadores da medicina psicossomática – ou seja, o ramo da medicina que trata as moléstias orgânicas através da cura da mente – o corpo reflete o que as pessoas pensam e sentem. “Do ponto de vista psicossomático, toda pessoa que bebe em demasia, ou que consome drogas, é porque tem algum motivo. Problemas sentimentais, desajustes familiares, situação financeira abalada, depressão, entre outros, são fortes razões para que alguém com auto-estima baixa procure uma forma paliativa para se livrar do mal que o incomoda”.

Deste modo, o comportamento do viciado altera-se e abala todos com quem convive. A família se desestrutura, os amigos afastam-se, ou quando procuram aconselhar, são afastados pelo próprio doente. É importante destacar duas coisas: o apoio da família e a ajuda profissional.

Drogando-se ou bebendo, o usuário sente-se bem, esquecendo, mesmo que por algumas horas, sua dura realidade. Sem tratamento, o quadro agrava-se ainda mais, resultando no vício. “Como profissional da área de saúde, tenho assistido a inúmeros casos de pacientes dependentes, apresentando diversas reações físicas devido ao consumo de drogas”.

“Entretanto, para se livrar do problema, é preciso tratar tanto as reações físicas, quanto as emocionais. Estas, se levadas em consideração e trabalhadas adequadamente, podem salvar o doente e tirá-lo completamente do vício. É essa a proposta do tratamento que desenvolvi a partir dos conceitos do relaxamento autógeno, que permite chegar à origem do problema e saná-lo de vez, melhorando, assim, a saúde e, por conseqüência, a vida. Dessa forma, um paciente que sofra de dependência química e que esteja constantemente insatisfeito, aprende a relaxar, bem como a solucionar os pensamentos negativos que estão gravados no inconsciente, permitindo que a pessoa se sinta bem consigo, passando a viver, e não, somente, a existir”, afirma o medico.

O Tratamento - De acordo com Moromizato, em primeiro lugar, é preciso que o paciente esteja disposto a se tratar e que, mais fundamental ainda, ele possa contar com o apoio de quem o ama. “Uma família que dá amor e carinho, e não marginaliza o doente pelo seu problema, consegue recuperá-lo bem mais rápido, independente da situação financeira. O viciado que sente acolhimento e apoio vindos do próprio lar tem mais estrutura e poder para tomar a decisão de sair da dependência, ao contrário daquele que, constantemente, se depara com brigas, discussões e cobranças dentro da sua casa. Como alternativa, ele foge, encontrando como seu único ponto de apoio a droga”.

Contando com o apoio dos entes queridos, o especialista explica que o tratamento tem efeito bem mais rápido e positivo. “As sessões de técnicas de relaxamento e reprogramação mental vão apoiar o paciente durante as crises e auxiliá-lo a adotar uma forma mais positiva de ver o mundo. Com isso, resgata-se a base emocional, fazendo com que ele resolva todas as emoções negativas que guarda no seu inconsciente. No decorrer das sessões, a pessoa toma consciência do seu poder de decisão, e, com a ajuda profissional, retoma a vida social”.

Além do relaxamento, Moromizato utiliza em sua terapia a oxigenação e a repetição de sugestões positivas, enquanto o paciente relaxa. “A oxigenação é fundamental para o bem-estar e funcionamento do organismo físico e mental. Podemos ficar alguns dias sem comer ou beber água, mas nosso organismo não suportaria a falta de oxigênio por mais que cinco minutos. Como exemplo, uma das primeiras reações que o organismo manifesta nos primeiros minutos de déficit de oxigenação é o rebaixamento da consciência. Isto leva à evidência de que respiramos menos enquanto dormimos. A atividade cerebral tende a desacelerar, também, quando estamos em estado de descanso. Portanto, a terapia com oxigênio promove a manutenção da atividade cerebral, mesmo em níveis mais profundos de relaxamento. Esse evento torna-se muito importante para a etapa seguinte, que é a repetição de sugestões positivas”.

Estas foram acrescentadas ao relaxamento, no momento em que o especialista teve consciência de que tudo o que foi assimilado na vida o foi através do aprendizado. Essa mesma percepção foi obtida por teóricos da Neurolingüística e de diversas teorias comportamentais contemporâneas, que foram divulgadas a partir dos anos 70. No entanto, os conhecimentos nesta área já datavam do início do século passado, ou ainda de alguns séculos antes.

O indivíduo com a auto-estima recuperada, com o autocontrole desenvolvido e, sobretudo, com o apoio adequado daqueles que o cercam, possui todas as chances de sair deste círculo-vicioso que acaba com a vida de muitos jovens do mundo todo. E a fórmula é simples: paciência, carinho e acreditar que qualquer ser humano consegue solução para seus próprios problemas.

Sobre o médico Jose Moromizato - Em plena atividade profissional, José Moromizato celebra o fato de ser um incentivador da medicina psicossomática no país. Atuando ao longo de 20 anos como cirurgião, observou que, apesar da intervenção, não raro a doença voltava a se instalar nos pacientes. Foi a partir dessa observação que desenvolveu a sua eficaz e revolucionária terapia. Atua também como palestrante.

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