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12/08/2009 - 11:53

Fluência em inglês: teoria ainda não se aplica à prática


Todo profissional bem informado sabe da importância fundamental que o inglês adquiriu para o desenvolvimento da carreira que escolheu, seja qual for a área de atuação. Porém, mesmo em um período delicado como o atual para contratações e até para a manutenção do emprego, a grande maioria dos profissionais ainda não conseguiu aliar esta teoria à pratica. De acordo com um teste disponibilizado pela Companhia de Idiomas na Internet, apenas 1% dos profissionais possui fluência em inglês.

Este teste foi desenvolvido em sistema de múltipla escolha e disponibilizado durante 17 dias. As 15 questões foram elaboradas de forma similar às que costumamos utilizar em processos seletivos que requerem inglês fluente. E o principal resultado da avaliação impressiona: dos cerca de 1.065 participantes do teste, apenas 11 conseguiram acertar todas as questões propostas.

Outro resultado revelado pelo teste pode ser considerado, no mínimo, preocupante: 51% dos participantes não acertaram o mínimo de sete questões. No caso de participação em um processo seletivo, é provável que esses profissionais sequer passassem à próxima etapa do processo, caso a vaga exigisse o domínio do idioma.

Se partirmos para a análise da faixa de participantes que conseguiram acertar mais de sete questões, ou seja, 49% do universo de participantes, veremos que 72% são moradores do Estado de S. Paulo. Esta informação revela a intensa disparidade de conhecimentos existente entre um dos Estados mais importantes do País e as demais regiões brasileiras. Caso o teste tivesse sido disponibilizado apenas para outros Estados, com exceção de São Paulo, é muito provável que o desempenho geral dos participantes tivesse sido ainda pior.

É fato que esta avaliação não checou a comunicação oral desses participantes. Se tivéssemos feito isso, provavelmente, a porcentagem seria ainda menor para os considerados fluentes no idioma, porque uma coisa é fazer exercícios de gramática e de vocabulário, outra é conseguir expor suas opiniões e realizar negócios em inglês, participando de reuniões, conference calls, recebendo estrangeiros, falando ao telefone etc.

Esta avaliação geral proporcionada pelo teste apenas traduz em números o principal problema encontrado por profissionais do setor de Recursos Humanos na busca por profissionais qualificados. Em diversas áreas, como na de Tecnologia de Informação, o contato com pares estrangeiros é muito frequente e não há como contratar um profissional que não conheça o idioma.

No entanto, a “cultura do imediatismo” vigente, que leva os profissionais a buscar meios de se capacitar de forma rápida, é completamente oposta ao aprendizado de idiomas. Não há soluções mágicas para este aprendizado! O único caminho continua sendo o da dedicação e o do contato contínuo com o idioma.

O que podemos concluir a partir da avaliação deste teste é que muitos profissionais ainda não estão preparados para o cenário corporativo. Caso o momento imponha uma recolocação no mercado de trabalho, eles são sérios candidatos a perder ótimas oportunidades ou, eventualmente, ter dificuldades nesta recolocação pela falta do domínio do inglês.

Apesar de não ser nenhuma novidade a importância da língua inglesa no ambiente corporativo, a parcela de profissionais que não têm inglês fluente ainda é infinitamente maior. Aos que têm expectativa de crescer profissionalmente ou se inserir em sua área, fica a dica: profissionais que dominam o idioma continuam escassos, porém muito mais valorizados.

. Por: Lígia Velozo Crispino, sócia-diretora da Companhia de Idiomas e atuou como professora de inglês por 18 anos

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