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20/04/2007 - 08:22

Altos tributos e burocracia lideram dificuldades na hora de empreender

A opinião é confirmada por especialistas e empreendedores brasileiros entrevistados no estudo GEM 2006.

Brasília - O Global Entrepreneurship Monitor (GEM), que mede as taxas de empreendedorismo mundial, anunciado nesta quarta-feira (18), em São Paulo, apresenta um balanço de opiniões de especialistas e empresários brasileiros sobre quais são os principais fatores de inibição e estímulo da atividade empreendedora no País.

Esses aspectos negativos e positivos estão relacionados a diferentes naturezas, tais como: apoio financeiro; políticas e programas governamentais; força de trabalho, educação e treinamento; pesquisa e desenvolvimento; infra-estrutura comercial, profissional e física; abertura e barreiras de mercado; normas culturais e sociais; contexto político, institucional, social e econômico; e composição da população.

Visão dos especialistas - Em relação aos fatores que inibem o empreendedorismo no Brasil, cerca de 70% das menções feitas pelos especialistas ouvidos pelo GEM em 2006 concentram-se em três condições: Políticas Governamentais, especialmente a elevada tributação e o excesso de burocracia (26,7%); Apoio Financeiro, com as já conhecidas dificuldades de acesso a crédito e política de juros altos (23,8%); e Educação e Treinamento (17,1%), por não explorar o tema do empreendedorismo no ensino formal.

Os empreendedores têm dificuldade de obter não só informações sobre legislação, políticas públicas e linhas de crédito, como também acesso ao próprio crédito para investimento. De acordo com o estudo, 56% dos empreendedores entrevistados têm como fonte de recursos os parentes próximos e 53,6% utilizam recursos próprios. A questão 'Educação e Treinamento' aponta a falta de formação básica e geral sobre empreendedorismo nas escolas de ensino fundamental e médio no Brasil.

Quanto às condições favoráveis à prática de atividades empreendedoras no Brasil, cerca de 60% das menções feitas pelos especialistas consideram quatro fatores: Clima Econômico, especialmente o problema do desemprego (19,2%) - em determinados períodos, embora o clima não esteja favorável para o País, a situação ajuda a alavancar os pequenos negócios; Programas Governamentais (15,4%) - atualmente existem no Brasil diversas organizações nas esferas municipal, estadual e federal que oferecem programas de apoio ao empreendedorismo; Normas Culturais e Sociais (12,5%) - a sociedade brasileira tem uma postura positiva em relação ao empreendedorismo; Capacidade Empreendedora (12,5%) - o brasileiro é bastante motivado, embora não tenha domínio de técnicas gerenciais.

Visão dos empreendedores - Comparando o posicionamento dos especialistas sobre os fatores limitantes ao empreendedorismo com a visão dos próprios empreendedores brasileiros entrevistados de diversos estágios e motivação, apenas o fator 'políticas governamentais' (18,08%) coincide, representando uma das maiores dificuldades para se empreender no País.

Essa avaliação, semelhante à dos especialistas, deve-se à excessiva burocracia para abrir e operar um empreendimento no País e à elevada carga tributária (segundo dados do World Competitiveness Yearbook - 2006, a carga tributária brasileira atingiu 34,8% do Produto Interno Bruto - PIB).

Os outros dois aspectos negativos levantados pelos empreendedores foram a 'Escassez de Dinheiro do Cliente e do Próprio Empreendedor' (29%) e o 'Acesso a Infra-Estrutura Física', incluindo a dificuldade em escolher um ponto comercial (12,2%). Quanto aos aspectos favoráveis, os empreendedores citam a própria capacidade de empreender que julgam ter (22,9%) e a criatividade (17%).

Metodologia - Criado em 1999, o Global Entrepreneurship Monitor (GEM) é o maior estudo independente do mundo sobre a atividade empreendedora, cobrindo mais de 50 países consorciados, o que representa 90% do PIB e 2/3 da população mundial. O GEM é atualmente coordenado pela London Business School (Inglaterra) e Babson College (Estados Unidos).

No Brasil, desde 2000, o GEM vem se consolidando como uma importante referência nacional para as iniciativas relacionadas ao tema empreendedorimo. O projeto é liderado pelo Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP), entidade que coordena e executa o Projeto GEM, tendo como parceiros o Sebrae Nacional, a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Sistema Fiep), a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR), Centro Universitário Positivo (Unicenp).

Para compor a pesquisa no Brasil, em 2006, foram entrevistados dois mil indivíduos, entre 18 e 64 anos de idade de todas as regiões brasileiras, selecionados aleatoriamente. A pesquisa que tem nível de confiança de 95% e erro amostral de 1,47% conta ainda com opiniões de 37 especialistas brasileiros.| Por: Regina Xeyla/Sebrae Nacional

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