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20/04/2007 - 08:26

Para cientista político, desenvolvimento na América do Sul depende do ambiente de negócios

Brasília - As reformas sociais e institucionais realizadas nos últimos anos por governos da América do Sul vão atrapalhar o desenvolvimento da região, na avaliação do cientista político Carlos Pio, professor da pós-graduação em Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB).

Bolívia e Venezuela reformaram suas constituições nesta década e tem buscado promover mudanças profundas, como a reforma agrária de Evo Morales e a revisão de concessões de teledifusão de Hugo Chávez, entre outras. O Equador juntou-se ao grupo no último domingo (15), ao aprovar a convocação de uma Assembléia Constituinte.

“Esses países apresentam uma perda de qualidade econômica e dependência maciça da população de políticas sociais”, avalia o professor, que estuda a importância das instituições para o crescimento econômico, entre outros fatores. E acha que o desenvolvimento social depende de um bom ambiente de negócios, antes de mais nada.

Para ele, políticas sociais podem ser um risco para o bem-estar das populações pobres, pois dependem de decisões políticas e condições como crescimento econômico e pagamento de impostos. “As políticas sociais existem hoje e podem não existir amanhã”.

Pio também aponta “retrocesso na área econômica”: queda nos investimentos estrangeiros e arrecadação tributária na Venezuela, crescimento da pobreza na Argentina – outro país em que o Estado tem demonstrado mais disposição de regular a atividade sócio-econômica. “Nesses países, o nível de pagamento de impostos está diminuindo, a infra-estrutura se deteriorando e a inflação subindo”.

Dados do Anuário Estatístico 2006 da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) mostram que a porcentagem de pobres na Argentina cresceu entre 1999 e 2005 (23,7% para 26% da população total), assim como a de indigentes (6,7% para 9,1%). É considerado pobre, nesse contexto, quem ganha menos que o equivalente a duas cestas básicas e indigente, quem ganha menos que uma cesta.

O ideal, segundo o professor, é que a parcela mais pobre da população não dependa de políticas sociais, mas tenha condições de trabalho e renda. Pio aponta que no Chile e na Costa Rica, os governos caminham no sentido de implantar essa fórmula, pois estão conseguindo alavancar o crescimento econômico e social. E a melhora social, diz ele, baseia-se em "melhoria do ambiente de negócios, que favorece a criação de empregos pelo setor privado e faz com que as políticas sociais sejam apenas complementares".

Também de acordo com a Cepal, a pobreza tem diminuído no Chile. Mas isso não significa redução da desigualdade social. Esta na verdade tem aumentado, já que a renda das classes mais favorecidas aumenta em proporção maior.| Por: Yara Aquino/ABr

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