INC conta com atendimento 24h para pacientes com AVC

Atendimento rápido é fundamental para reverter os efeitos do Acidente Vascular Cerebral, que é a segunda causa de morte no mundo.

Paralisias, alterações na fala e amortecimentos da face, dos braços ou das pernas são alguns sintomas do Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou derrame cerebral, que podem ser revertidos quando a pessoa é atendida rapidamente. Para estes pacientes, o Instituto de Neurologia de Curitiba do Hospital Ecoville conta com a Unidade Neurovascular, um centro de tratamento 24 horas para pacientes que sofreram derrame cerebral. “Quando ocorre um AVC, segunda causa de morte no mundo, é importante fazer o encaminhamento imediato, pois assim é possível reverter os efeitos e evitar a piora do paciente”, afirma o neurocirurgião e chefe da Unidade Neurovascular do INC, Dr. Murilo Meneses.

Segundo o especialista, quando o paciente chega à Unidade é submetido imediatamente a exames de imagem que permitem visualizar as partes do cérebro que foram ou não afetadas. “O paciente passará por uma tomografia computadorizada ou uma ressonância magnética de emergência, com equipamentos que farão o diagnóstico. Estes exames indicam o tratamento para aumentar as chances de recuperação destes pacientes, que muitas vezes chegam em coma à Unidade”, conta. “Na ressonância aplicamos duas técnicas: a difusão, que mostrará a área do cérebro que já foi comprometida, ou seja, os danos são irreversíveis, e a perfusão, que mostrará a área que será afetada rapidamente, mas com a intervenção correta e rápida pode ser preservada”, explica o médico.

Com os resultados, o especialista identifica o tipo de AVC, que é dividido em isquêmico e hemorrágico. No AVC hemorrágico a artéria ou aneurisma cerebral se rompe e causa sangramento dentro ou ao redor do cérebro. O isquêmico, que é o AVC mais comum - cerca de 80% dos casos -, ocorre quando um coágulo sanguíneo bloqueia ou diminui a chegada de sangue no cérebro, ocasionando a falta de irrigação no sangue. “No caso do hemorrágico, a embolização de um aneurisma ou a cirurgia são algumas opções de tratamento. Já no isquêmico, quando não há a irrigação, o tecido sofre isquemia e morre, mas, se atendido a tempo podemos aplicar a técnica conhecida como trombólise, que faz a desobstrução da artéria por medicação na veia ou pelo método do cateterismo seletivo, que abrirá a artéria, e podemos recuperar o paciente”, esclarece o neurocirugião.

De acordo com o Dr. Meneses, se o atendimento for feito até cerca de três horas após o AVC, as chances de desobstruir a artéria para que volte a sua função normal são maiores.

O AVC - A perda da visão ou visão dupla, dificuldades para caminhar, tontura, desequilíbrio, dor de cabeça forte e crises de desmaio também são alguns sintomas do AVC. O problema ocorre quando falta oxigênio no cérebro, com isso, os neurônios morrem e podem ocasionar perda de algumas funções do corpo comandadas pela região cerebral afetada. “Apresentando qualquer um destes sintomas é importante fazer o encaminhamento prontamente, isso será definitivo para o tratamento do AVC”, salienta Dr. Meneses.

Há ainda alguns fatores de risco que podem levar ao AVC, que são predisposição genética, idade acima de 45 anos, obesidade, tabagismo, hipertensão arterial, diabetes mellitus (tipo 1) e hipercolesterolemia (aumentos dos níveis de colesterol). “Principalmente quem tem estes fatores de risco deve fazer o acompanhamento médico e exames periódicos”, ressalta. “Quem já teve o problema também deve fazer um tratamento pós-AVC, pois ainda há chances de reincidência. Neste caso, as sequelas podem ser mais fortes ainda”, alerta.

Nova ala na Unidade Neurovascular - Está em fase de ampliação a Unidade Neurovascular, que existe desde 2003. “Aumentaremos em 12 o número de leitos para tratamento específico, dando ênfase para procedimentos de cateterismo dos pacientes com AVC”, explica o Dr. Murilo Meneses. A Unidade conta com especialistas de plantão 24 horas, como neurocirurgiões, neurologistas e intensivistas, centro cirúrgico, Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e também ressonância magnética, tomografia computadorizada, angiografia cerebral e ecografia.