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21/08/2009 - 11:25

Marias do Brasil


Formado por trabalhadoras domésticas, migrantes, muitas sem carteira assinada e sem domingo como folga, o grupo Marias do Brasil, cujas integrantes em sua maioria tem nome Maria, apresentam na próxima terça-feira, dia 27 de agosto, a peça “Eu também Sou Mulher”, que conta de forma bem humorada as angústias do assédio do patrão e a luta pela direito ao FGTS. A apresentação acontece às 19:30h, no Centro de Teatro do Oprimido, que fica na Av. Mem de Sá 31, na Lapa, Rio de Janeiro, telefone (21) 2232-5826). O local tem capacidade para 150 pessoas, classificação livre e o ingresso é grátis.

Perfil da Marias do Brasil:As Marias José, Aparecida, de Fátima, da Conceição saíram de cidadezinhas do norte e nordeste do Brasil para tentar a vida na cidade maravilhosa. Conseguiram emprego em casas de família de classe média, dormiram mal, foram destratadas, humilhadas e muitas vezes assediadas pelos homens das casas onde moravam e trabalhavam o dia inteiro. Os sonhos eram muitos. Mais do que trabalhar para sustentar a família, mais do que estudar, mais do que passear pelas praias do Rio de Janeiro, mais do que tudo, a vontade de fazer teatro, ser estrela aplaudida e reconhecida pelos que não as reconheciam como seres humanos.

Em 1998, num curso noturno onde só estudavam trabalhadoras domésticas, o Centro de Teatro do Oprimido iniciou oficinas para quem quisesse. Muitas queriam. Mas os patrões achavam ridículo suas empregadas fazer teatro. E quem vai por a mesa do jantar? Se elas não tinham folga nos domingos, como poderiam se dedicariam à arte? Até os namorados, ciumentos, pediam às suas Marias que somente vivessem para o casamento futuro.

As atrizes que resistiram as pressões, optaram por transformar suas vidas em realizações reais. Nestes 11 anos algumas desistiram, mas um núcleo sólido de oito Marias manteve-se incandescente. A mais nova tem 60 anos e a mais madura 74 anos.

A se perguntar a Maria José, integrante do GTO Marias do Brasil, por que praticar Teatro do Oprimido, ela responde dizendo que é “para buscar solução pros nossos problemas. Depois deste teatro a gente sempre busca uma outra forma de resolver as coisas e não se conformar. Eu não sabia que a vida tinha tanta solução assim”.

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