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21/08/2009 - 11:40

Mudar para crescer

A Indústria Farmacêutica no Brasil e na região está literalmente em ebulição. Ritmo acelerado de consolidações, fusões e aquisições, mudanças significativas no modelo de negócios, proximidade de perda substancial das receitas em função da quebra de patentes e ajustes importantes para atender às novas demandas, são apenas alguns dos ingredientes que compõem o cenário atual da indústria farmacêutica. Soma-se a relevância dos mercados emergentes, como a América Latina, por exemplo, que só em 2008 registrou crescimento de mais de 12%, segundo dados da IMS Health, na contramão dos mercados mais maduros como EUA, Europa e Japão.

Na mesma proporção, também são os principais desafios das empresas farmacêuticas para sustentarem suas operações e alcançar performance superior. Como, portanto, enfrentar um ambiente em que os prognósticos não são otimistas e a transformação é rápida e constante? Uma das chaves para resolver esta equação está na mudança do perfil dos gestores dos negócios. Afinal, uma nova liderança pode impulsionar resultados significativos e duradouros.

A mudança no perfil de gestão tem conquistado importância na pauta diária dos líderes destas empresas. E promovê-la implica em ousadia e coragem para se tomar as medidas corretas para alcançar o sucesso, como por exemplo, pensar mais estrategicamente o negócio. Ou até mesmo observar atentamente as conquistas das indústrias correlatas - caso dos Genéricos - e procurar extrair e aplicar as principais lições.

Pesquisa recente realizada pela Korn/Ferry no Brasil com as principais lideranças da Indústria Farmacêutica no país aponta três prioridades do setor para os próximos três anos: desenvolvimento de pessoas e gerenciamento de talentos; expansão dos negócios e crescimentos de receitas nos mercados existentes; e promover a expansão dos negócios para novos mercados, além de criar outros novos.

Para atingir as novas metas, os executivos precisam atender às recentes demandas do setor, apresentando ou desenvolvendo competências distintas das que os levaram a alcançar êxito em períodos anteriores. Se antes a exigência fundamental era o foco nos resultados e um sólido entendimento do próprio negócio, hoje, o futuro das lideranças do setor depende fundamentalmente de suas habilidades de aprender com as experiências, lidar com a ambigüidade, ser menos avesso ao risco, fomentar a criatividade, e na capacidade de gerenciar a inovação, pensando o negócio de maneira mais holística.

A capacidade de promover uma visão inspiradora que permita apresentar novas perspectivas aos liderados, a despeito das questões internas e inerentes ao setor, também se torna imprescindível neste novo momento. Em sinergia com esse posicionamento, as novas lideranças devem estar prontas para criar o novo e o diferente - mudar paradigmas já sedimentados e buscar alternativas mais eficientes para responder às novas demandas. E tudo isso sem descuidar dos resultados.

Diferente da grande maioria dos outros mercados, até recentemente o setor farmacêutico esteve operando com excelentes margens de lucro e receitas crescentes. Entretanto, em função da pressão das mudanças econômicas e também do próprio setor, hoje o desafio dos executivos está em conquistar excelentes resultados, porém, com menores recursos. Este mudança de contexto implica no incremento das habilidades de tomar decisões complexas com rapidez e de influenciar com integridade seus distintos stakeholders (colaboradores, agências regulatórias, governo, distribuidores, consumidores, classe médica, entre outros). Por isso, torna-se fundamental que as novas lideranças estejam abertas e receptivas a ouvir seus influenciadores e receber os insights necessários para ajudá-las em seu processo decisório.

Olhando em perspectiva, as projeções e expectativas do setor são positivas. As empresas que compreendem a gravidade do momento e promovem o desenvolvimento contínuo de suas lideranças, certamente estarão posicionadas entre os principais players do mercado. Em contrapartida, descuidar desta questão pode significar para estas empresas literalmente sair do jogo ou permitir que concorrentes cresçam e conquistem espaço do mercado. Ou que sejam adquiridas por eles.

. Por: Rodrigo Araújo, sócio-diretor da Korn/Ferry, responsável pela prática de Ciências da Vida

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