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22/08/2009 - 10:58

Brasil dá início à rede nacional de pesquisa em biogás

Workshop no Parque Tecnológico Itaipu, no dia 24 de agosto (segunda-feira), será coordenado por uma das maiores autoridades mundiais nessa área, o professor Thomas Amon, da Áustria.

Para dar início a uma rede nacional de cooperação entre cientistas, técnicos e pesquisadores da área de geração de energia a partir do biogás, o Itaipu Binacional promoverá nesta segunda e terça-feira, no Parque Tecnológico Itaipu, um workshop com uma das maiores autoridades mundiais nesse campo, o professor Thomas Amon, da Universidade de Viena (Áustria). Amon é coordenador da EU-Agro-Biogas, que reúne diversos países europeus e é semelhante à que se quer montar aqui no país com esse workshop.

O encontro terá a participação confirmada de 50 especialistas em tratamento de dejetos de animais e produção de biogás, representando diversas instituições de ensino e pesquisa. Segundo o superintende de Energias Renováveis da Itaipu, Cícero Bley Jr., a metodologia a ser empregada visa estimular os participantes a relatarem suas experiências para permitir um diagnóstico detalhado do estado da tecnologia no país. “O que se pretende não é trazer uma solução pronta da Europa, mas sim trabalhar com a realidade que temos aqui e, assim, promover o avanço tecnológico e criar novas oportunidades de desenvolvimento e geração de renda”, afirma Bley.

Amon explica que um dos principais objetivos das experiências que ele vem conduzindo na Europa é demonstrar a eficiência da produção de biogás sem a necessidade de subsídios para os produtores rurais. Na Áustria, por exemplo, a geração de energia elétrica e de energia térmica a partir de biogás representa 10% da matriz energética do país. São 325 plantas de biogás (usinas), cada uma com capacidade média de 300 kilowatts, totalizando 80 megawatts de potência instalada. “Mas esse é apenas um ponto de partida. Nossa meta é chegar a 8 mil usinas, em poucos anos”, afirma Amon.

A EU-Agro-Biogas é uma rede interdisciplinar, que aborda diversos temas, como aspectos econômicos e ambientais, tecnologias, métodos e, principalmente, pesquisas no campo da bioquímica. Uma das linhas de estudos desenvolvida pelos europeus consiste nas combinações de resíduos como restos de lavouras de grãos e palhas, com diferentes tipos de dejetos (de animais, indústrias de alimentos e até residenciais) para obter uma maior eficiência nos processos de biodigestão e formação do biogás. O banco de dados da rede contém mais de 10 mil informações sobre diferentes misturas de dejetos.

Além de ajudar a rede brasileira a se organizar e a cooperar entre si, Amon diz acreditar que o tipo de pesquisa descrito acima, cujos resultados são de livre acesso para qualquer pesquisador, ajudará muito nos estudos a serem desenvolvidos no Brasil. “Acho que o estado da tecnologia no Brasil é bom, mas é importante que ele melhore com conhecimento próprio dos brasileiros”, comenta. “Uma das particularidades do Brasil é que aqui, por causa do clima, não existe uma necessidade tão grande como na Europa de canalizar parte do biogás para a geração de calor. Então as aplicações na eletricidade e no transporte poderão ter mais ênfase”.

A Itaipu, através da Plataforma Itaipu de Energias Renováveis, iniciativa conjunta com diversos parceiros promovida na região Oeste do Paraná, conta com seis unidades de demonstração da geração de energia a partir de resíduos da agropecuária. Quatro delas já estão vendendo o excedente de energia para a Copel, através da metodologia conhecida como geração distribuída. O programa, agora, está implantando um Condomínio de Agroenergia da Agricultura Familiar, reunindo diversos pequenos produtores em torno da geração de energia com biogás, em regime cooperativo.|| www.plataformaitaipu.org || www.itaipu.gov.br

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