CTNBio adia mais uma vez votação sobre milho transgênico

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) decidiu postergar novamente a votação para a liberação comercial do milho transgênico estava prevista para a 101ª reunião plenária realizada ontem, 19, no Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), em Brasília. As decisões relativas às sementes transgênicas – milho, algodão e arroz - foram transferidas para o próximo encontro da Comissão.

Na reunião a CTNBio poderia ter avaliado a liberação comercial de variedades de milho transgênico de quatro diferentes empresas (Bayer CropScience, Du Pont do Brasil S/A, Monsanto do Brasil, e Syngenta Seeds). As variedades que poderiam ter sido analisadas apresentam como principais características serem tolerantes a herbicidas à base de glifosato ou de glifosinato, resistentes a insetos da ordem Lepidoptera, ou ainda conterem duas características conjuntas -- a de resistência a insetos da ordem Lepidoptera e a de tolerância ao glifosinato.

O produtor gaúcho Almir Rebelo, presidente do Clube Amigos da Terra de Tupanciretã (RS), expressou descontentamento com o atraso na votação. “A situação em Brasília estava bastante conturbada por causa do absurdo que foram essas pressões dos opositores da biotecnologia aos membros da CTNBio para participarem das reuniões”. Ao saber do adiamento, Rebelo desabafou: “Se contarmos os prejuízos causados por esta moratória à biotecnologia, chegaríamos pelo menos ao espantoso custo de US$ 3 bilhões ao ano desperdiçados, inclusive no uso de herbicidas e inseticidas. O que seria drasticamente reduzido se cultivássemos o milho transgênico”. * A próxima reunião plenária da CTNBio está marcada para os dias 16 e 17 de maio, em Brasília.