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24/04/2007 - 07:43

Suape consolida-se como concentrador de cargas

São Paulo - Meio século depois de idealizado e após investimentos privados e públicos de R$ 5,4 bilhões, o Complexo Industrial e Portuário de Suape, localizado a 40 quilômetros do Recife, vem concretizando o papel para o qual foi idealizado: o de ser uma âncora do desenvolvimento local e um pólo logístico de peso.

Sua importância pode ser medida pela presença, hoje, de 77 empresas – boa parte delas indústrias que operam como plataforma de exportação - e pela movimentação de 5,3 milhões de toneladas em 2006, o que lhe garante a posição de hub port (porto concentrador de carga) regional e de um dos mais importantes centros logísticos do país.

Com 28 anos de operação, Suape está plenamente consolidado como um dos hubs do Nordeste, recebendo e distribuindo cargas para a região. E tem todas as condições para ir além, tornando-se um hub nacional e internacional.

Um dos principais trunfos de Suape é, sem dúvida, sua localização. O complexo está situado numa das principais avenidas aquaviárias do mundo, conectando-se a mais de 160 portos em todos os continentes, o que lhe posiciona num corredor de negócios em relação aos mercados dos Estados Unidos, Europa e África.

O complexo também está situado estrategicamente em relação ao Nordeste, numa área a 800 quilômetros, em média, de seis capitais nordestinas e num raio em que se localizam nada menos que 80% do Produto Interno Bruto (PIB) regional.

Isso ajuda a explicar o boom de indústrias e centrais de distribuição (CDs) no complexo, onde são gerados seis mil empregos. Marcas de peso como a anglo-holandesa Unilever e a inglesa Rexam (embalagens metálicas) contam com plataforma de exportação em Suape. A fábrica da Unilever, por exemplo, concentra em Suape a fabricação de algumas linhas de produtos de higiene pessoal distribuídos para toda a América Latina. Já a cerâmica Pamesa é um exemplo de exportador local, produzindo em Suape pisos cerâmicos de luxo destinados aos Estados Unidos e União Européia. Quase metade da produção segue para o mercado externo.

Salto - Esse boom vem se intensificando e o complexo se prepara para um salto qualitativo e quantitativo histórico. O grupo italiano Mossi & Ghisolfi inaugurou em fevereiro a maior fábrica de resina PET do mundo, com capacidade de 474,5 milhões de toneladas por ano e que representou investimentos de R$ 707,7 milhões.

Já a Petroquímica Suape (PetSuape) – sociedade entre a Companhia Integrada Têxtil do Nordeste (Citene) com a Petroquisa (subsidiária da Petrobras) – vai instalar em Suape duas fábricas, uma de ácido tereftálico purificado (PTA) e a outra, de fio parcial orientado (POY), com capacidade respectivamente de 550 mil e 185 mil toneladas/ano. Essas plantas, que entrarão em operação em 2009, estão orçadas em R$ 1,7 bilhão.

Outros três empreendimentos vão alavancar Suape. Um deles é a unidade de produção de navios e plataformas de petróleo que o Estaleiro Atlântico Sul começou a construir em fevereiro e que contará com aportes de R$ 670 milhões.

Já a Petrobras prevê iniciar em julho próximo a terraplenagem do terreno de 630 hectares onde será construída uma refinaria de petróleo pesado com capacidade de 200 mil barris diários e orçada em R$ 6 bilhões. A entrada em operação é prevista para 2010. O novo moinho do grupo Bunge, por sua vez, foi projetado para substituir até 2010 ou 2011 a operação existente no Porto do Recife. Terá aportes de R$ 126 milhões e capacidade de 825 mil toneladas/ano.

Todos estes novos investimentos, além de ampliar a importância econômica do complexo, vão provocar um crescimento exponencial da movimentação de cargas e conseqüentemente a expressividade de Suape enquanto centro logístico. Suape tende a expandir a movimentação de carga nos próximos anos a um ritmo de 20% ao ano, sem contar a refinaria. Com a refinaria, esse ritmo será muito mais intenso, embora não seja possível ainda quantificá-lo.

O complexo também se prepara para movimentar novas cargas. Está prevista a construção pela iniciativa privada de um terminal de granéis sólidos no Cais 4, que está em fase de finalização. Uma das empresas interessadas em instalar esta operação é justamente a Bunge, que utilizaria a estrutura para atendimento do seu próprio parque fabril e também de outras empresas do segmento alimentício.

Quem também está de olho em implantar um terminal de granéis sólidos no complexo é a Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN), operadora da malha férrea regional. Os planos da empresa são de incrementar seus negócios com a construção de três terminais de carga em Suape, Pecém (CE) e Teresina (PI). O futuro terminal de granéis sólidos de Suape ainda será licitado pelo Governo do Estado.

Analistas de mercado apontam que o complexo tem potencial para a implantação de dois grandes terminais do tipo, sendo um deles voltado para alimentos e um outro destinado a produtos não-alimentícios, como o gesso do Sertão do Araripe.

Um terminal de granéis sólidos já existente e de médio porte é o de minérios da empresa Mhag Mineração, que realizou apenas um embarque em 2006 e estava paralisado devido a problemas no escoamento do produtos a partir das minas, localizadas no Rio Grande do Norte. O terminal foi reativado em fevereiro passado e com isso, além de incrementar as operações portuárias no complexo, representou a consolidação de mais um produto no mix de cargas de Suape.

Já a estrutura logística atual de Suape – cuja profundidade média é de 15,5 mil metros, possibilitando a operação de navios de até 170 toneladas de porte bruto (TPB) - tem como empreendimento mais importante o terminal de carga conteneirizada da Tecon Suape, braço do grupo filipino International Container Terminal Services, Inc. (ICTSI). O terminal recebeu investimentos de US$ 70 milhões de 2001, quando começou a ser construído, até 2006, e conta com 28 escalas mensais de longo curso e 21 de cabotagem, tendo movimentado 190 mil Teus (unidade padrão de contêiner de 20 pés) no ano passado.

Esse número garante a Suape a segunda maior movimentação em carga conteneirizada do Nordeste, atrás apenas do Porto de Salvador. A meta do terminal é atingir 250 mil Teus em 2007. Integram ainda a estrutura hoje disponível terminais de combustíveis como o da italiana Decall, Transpetro e Pandenor.

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