Maurício Chacur no comando da ABDE

Elo do sistema financeiro com o empreendedorismo nacional.

O presidente da Agência de Fomento do Estado do Rio de Janeiro (Investe Rio), Maurício Chacur, tomou posse no dia 26 de agosto (quarta-feira) para o biênio 2009-20011, como presidente da Associação Brasileira das Instituições Financeiras de Desenvolvimento (ABDE), em Brasília (DF). Com know how a partir de um modelo de sucesso no Rio de Janeiro, predispõe a estudar caso a caso, indicar consultorias, parcerias para o crescimento com foco essencialmente no alavancamento do empreendedorismo nacional.

Chacur, que foi eleito por unanimidade entre os representantes das 25 entidades que compõem a associação cita basicamente três pilares para o fortalecimento da marca ABDE, aumentar a capilaridade ao sistema nacional de fomento e desenvolver uma gestão compartilhada baseada em indicadores de resultados.

O novo presidente lembra que o ABDE já exerceu papel fundamental no passado [hoje com 40 anos], e já que as agências de fomento e os bancos de desenvolvimento exerceram papel fundamental na crise internacional, mantendo suas linhas e taxas de crédito e até aumentando o ritmo de desembolsos, num momento em que os bancos privados priorizaram liquidez, ele acredita que a associação poderá ser o grande motor para alavancar de vez a economia produtiva do Brasil.

“A determinação é que a ABDE seja a Febraban dos bancos mantendo suas linhas e taxas de crédito e até aumentando o ritmo de desembolsos, O BNDES tem uma ordem de 100 bilhões de reais para emprestar aos empreendedores, para tocar seus projetos. Mas para que este acesso torne realidade vamos organizar as agências estaduais, alinhando-as num patamar que falem a mesma língua, esteja ela no Sudeste, Nordeste, Sul ou Centro Oeste”, adiantou Chacur.

Maurício Chacur planeja uma ABDE inserida e discutindo as questões nacionais que tenham relações diretas com o desenvolvimento econômico, social e de sustentabilidade do país.

E neste tom vê a burocracia como um grande entrave no andamento das empresas, também cita a reforma tributária e a legislação ambiental, que acaba atravancando os projetos, que por isso, não conseguem os empréstimos para crescerem.

Nesta empreitada o BNDES é o âncora para obter recursos de fundos nacionais como o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para operar o microcrédito e assim prover de recursos os pontos mais longínquos do país. “Ainda a adoção de práticas de governança corporativa e processos exitosos comuns a todos as agências e bancos de desenvolvimento., com o objetivo de aumentar a qualidade na prestação de serviços financeiros, reduzir custos e dar mais agilidade ao trabalho”, frisou o executivo.

“Não há intenção de competir com os bancos privados, mas colaborar na correção de um andamento firme para que as instituições financeiras de desenvolvimento iniciem uma nova era na sua trajetória, maximizando a atuação no mais amplo sentido do atendimento às necessidades dos que querem produzir neste país, o que via gerar renda e emprego” continuou.

“O Brasil vive um momento especial de retomada do crescimento econômico e, para isso, é imprescindível contar com um sistema financeiro de fomento apto a dar suporte aos desafios que envolvem essa tarefa”, ressaltou Chacur.

A ABDE tem hoje 25 associados, sendo cinco organismos federais (BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Finep e Sebrae), três bancos regionais de desenvolvimento (Banco da Amazônia, BNB e BRDE), dois bancos estaduais de desenvolvimento puros (Bandes e BDMG), um banco estadual de desenvolvimento misto (Banpará), um banco cooperativo (Bansicredi) e 13 agências de fomento (Afal, Afap, Afeam, Aferr, AGN, Badesc, Caixa/RS, Desenbahia, FomenTO, GoiásFomento, Investe Rio, MT Fomento e Nossa Caixa Desenvolvimento).

Presente na solenidade de posse , o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, fez questão de afirmar que colocava o Sebrae à disposição da ABDE para auxiliá-la na construção do modelo de funcionamento das agências de fomento em todo o país: “Essas agências precisam ter o mesmo papel estratégico que desempenha, hoje, o BNDES para o desenvolvimento do Brasil”. Okamotto disse que considera o conhecimento um insumo indispensável para que as empresas possam alçar voos mais conscientes e objetivos, inclusive no que concerne ao acesso adequado das linhas de financiamento de inovação do BNDES e de outros organismos.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Serviço do Rio de Janeiro, Julio Bueno, enfatizou sua esperança de que a ABDE venha a se transformar na representante da discussão da reforma tributária no país.

“O Brasil passou pelo difícil teste da crise, e as instituições públicas saíram mais fortalecidas, assim como a base da pirâmide social, que está mais protegida”, afirmou o presidente do Ipea, o economista Márcio Pochmann. Em sua fala, Pochmann manifestou o desejo de que ABDE e o Ipea formem uma parceria “capaz de pensar o Brasil do futuro”.

E por fim o professor Luciano Coutinho, presidente do BNDES, afirmou que considera a ABDE preparada para enfrentar tarefas de maior envergadura e que a nova Diretoria terá grandes responsabilidades para levar a frente um trabalho que ganha relevância com a necessidade de democratização e descentralização do crédito no país. “E essa função pode e deve ser desempenhada pelas agências de fomento e pelos os bancos de desenvolvimento, uma vez que essas instituições formam a capilaridade que o BNDES não possui e deseja ter”.

A Diretoria.: Presidente: Maurício Chacur (Investe Rio) | Primeiro vice-presidente:Luiz Alberto Petitinga (Desenbahia) | Vice-presidentes: Abibias José de Sousa Júnior (Banco da Amazônia) | Arcleidy Dias Pereira (MT Fomento) | Ary Joel de Abreu Lanzarin (Banco do Brasil) | Carlos Alberto dos Santos (Sebrae) | Carlos Rodolfo Brandão Hartmann (CaixaRS) | José Guerino Balestrassi (Bandes) | José Taveira Rocha (GoiásFomento) | Mário Bernd Neto (BRDE). [Site: www.abde.org.br ]