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01/09/2009 - 10:37

PricewaterhouseCoopers investe no projeto de inclusão social "Escritório Escola"

O ciclo vicioso no qual está inserida uma população em situação de risco, definitivamente, não é fácil de ser quebrado. A missão de transformar a história de crianças, jovens e famílias que, devido às circunstâncias de vida, estão expostos à violência (inclusive doméstica), ao uso de drogas e álcool, à gravidez precoce, ao conflito com a lei e várias outras experiências relacionadas a privações de ordem afetiva, social, cultural e econômica requer muito mais do que boa vontade.

A PricewaterhouseCoopers Brasil assumiu esse desafio por meio do projeto Escritório Escola, voltado à inclusão social pelo trabalho e desenvolvido pela Firma em parceria com o Projeto Quixote – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público ligada à UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo). Para contribuir para a transformação dessa realidade, a PwC tomou uma corajosa decisão de contratar, por ano, dez jovens com esse perfil de risco para trabalhar em seu escritório em São Paulo e convidou o Projeto Quixote a desenvolver um plano de capacitação e acompanhamento, por meio das seguintes etapas:

Preparação dos jovens: antes de serem encaminhados à seleção na PwC, os jovens participam de um programa de formação com duração de, no mínimo, seis meses.

Sensibilização e formação das chefias: gestores dos jovens participam de reuniões individuais com profissionais do Projeto Quixote para discutir manejos, desempenhos, dificuldades e potencialidades dos jovens.

Acompanhamento das famílias: familiares são orientadas pelo Projeto Quixote a apoiar os jovens nessa etapa de vida, no gerenciamento dos salários, nas vestimentas, no compromisso com a escola e na disciplina.

Acompanhamento psicossocial: durante o período de capacitação pelo trabalho, os jovens participam de supervisões periódicas, para discutir suas dificuldades e aprendizagens nos diferentes departamentos. Demandas individuais também são atendidas, conforme a necessidade.

Atualmente, está em andamento a quinta turma do projeto, totalizando o ingresso de 53 jovens na PwC. Dentre os participantes que concluíram a formação 86% conseguiram colocação no mercado depois da experiência na Firma.

Após cinco anos, o projeto está bastante consolidado. Além dos resultados quantitativos, há o reconhecimento externo e a possibilidade de ser replicado em escalas maiores, com a participação de outras empresas. Em 2008, um representante da PwC foi convidado a escrever um dos capítulos do livro “Mundo do Trabalho e Juventude em Situação de Risco”. Intitulado “Desafios para as chefias de jovens em situação de risco”, o texto foi inspirado em aula ministrada pelo profissional, na qual a experiência e os aprendizados do projeto foram compartilhados com educadores de diversas organizações sociais em um curso organizado pelo Projeto Quixote.

O objetivo primordial do projeto Escritório Escola é que os jovens encontrem prazer em produzir e criem um vínculo com o trabalho, o que não garante somente a inclusão como também a sua permanência no mercado. Os números, portanto, indicam que essa meta é efetivamente alcançada.

Os jovens que participam do projeto passam a valorizar mais a escola, aprimoram suas formas de comunicação, mostram-se mais comprometidos com suas obrigações e começam a vislumbrar um futuro diferente, o qual inclui faculdade, interesses sociais e novas relações. Segundo Rogério Rodrigues um dos jovens participantes, a experiência tem sido extraordinária, pois ele acredita que essa oportunidade fará grande diferença na sua vida.

Apesar do foco central ser o jovem, é gerado um ganho secundário aos líderes da PwC, que têm descoberto seu papel social como educadores e como colaboradores de um processo de mudança social.

O propósito da iniciativa é ter um olhar global que considere todos os envolvidos no processo. Assim, o trabalho inicia-se pelo suporte ao jovem que, ao incluir-se em um ambiente muito diferente de suas vivências anteriores, é exposto a dificuldades e inseguranças que aprende a superar no decorrer do processo de aprendizagem com o apoio de seu líder na PwC e do Quixote. Durante o ano, as notas e freqüências são observadas bimestralmente. Em caso de dificuldades o jovem é incentivado a levar o assunto à coordenação do projeto, pois, se for o caso, aulas de reforço e flexibilidade nos horários podem ser negociadas.

No entanto, apenas o suporte aos jovens não seria suficiente. Por isso, as chefias envolvidas contam com apoio especial, assim como, trabalha-se com o envolvimento e o fortalecimento das famílias desses jovens.

Vale ressaltar que o projeto gera grande impacto não só na vida do jovem e de sua família, mas também na comunidade que passa a ver nos participantes outros modelos de vida e novas possibilidades de futuro. O fato de o jovem trabalhar na PwC provoca mudanças de diversos níveis em sua vida. “É um mundo completamente diferente do que eles estão acostumados”, afirma Graziela Bedoian do Projeto Quixote. Existe a preocupação de ressaltar habilidades e competências adquiridas pelos participantes que, até então, possuíam relações de trabalho no mercado informal, nos trabalhos domésticos e às vezes ilegais.

“Quando chegamos a uma comunidade é comum as crianças dizerem que querem ser policiais, traficantes, jogadores de futebol”, conta Graziela. “Hoje, há crianças que chegam ao Quixote e dizem ‘Eu quero trabalhar numa multinacional’”. | Andréia Vitório

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