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24/04/2007 - 09:00

4C: Brasil tem destaque na organização do programa mundial de sustentabilidade do café

A Associação 4C – Código de Conduta para a Comunidade do Café, promoveu a primeira Assembléia Geral de seus associados, dias 18 e 19 de Abril, em Londres, que foi seguida pela eleição de seu primeiro Conselho, da Junta Executiva e do Comitê Técnico. O 4C é um programa mundial de sustentabilidade para a cadeia do café, baseado nos conceitos da preservação ambiental, com abrangência nas dimensões sociais e econômicas, especialmente para os produtores de café, notadamente os menores.

O programa é aberto a todos os participantes da cadeia produtiva, desde os cafeicultores até os comerciantes de café, os exportadores, os industriais da torrefação e do café solúvel, até os varejistas. O objetivo do 4C é ampliar substancialmente a produção de cafés sustentáveis de modo a atender à crescente demanda destes produtos nos mercados mundiais, colaborando, ao mesmo tempo, para a melhoria das condições de vida e de trabalho dos cafeicultores.

Constituída por empresas, organizações, cooperativas e pessoas físicas de todo o mundo, a Associação 4C reúne, hoje, 57 associados entre as maiores indústrias de café, os grandes importadores e comerciantes do grão cru, as entidades setoriais européias, centro americanas, sul americanas, inclusive as brasileiras, entre outras, e as cooperativas, bem como ONGs, num perfil tripartite – produtores; indústrias e comércio; sociedade civil – que caracterizou todo o trabalho de criação do modelo de programa e da própria entidade.

Do Brasil, são membros fundadores do 4C a ABIC – Associação Brasileira da Indústria de Café, o CNC – Conselho Nacional do Café, as cooperativas Cooxupé (Guaxupé-MG) e Cocapec (Franca-SP), e o agrônomo Bernardo van Raij

O Brasil se destaca na organização do 4C - O Brasil terá uma posição destacada nos organismos da Associação 4C. Para o Conselho, que é constituído por 17 pessoas, foram eleitos na Assembléia Geral o diretor-executivo da ABIC – Associação Brasileira da Indústria de Café, Nathan Herszkowicz, e o produtor Joaquim Libânio Ferreira Leite, diretor de Exportação da Cooxupé – Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé, representando o CNC – Conselho Nacional do Café.

"No grupo da indústria, a ABIC foi escolhida para representar as torrefações em virtude do seu bem sucedido e permanente esforço pelo aumento do consumo interno de café, bem como por sua experiência em programas de qualidade", comentou Herszkowicz.

Para a Junta Executiva, que é constituída por três pessoas, representando cada um dos três setores – Produção, Indústria e Sociedade Civil – foram nomeados o produtor brasileiro Joaquim Libanio Ferreira Leite, na qualidade de presidente da Junta Executiva; Christian Schwarzkopf, da CIR (ONG), como vice-residente e Roel Vaessen, secretário geral da ECF – European Coffee Federation, como diretor tesoureiro.

"Com o 4C, produtores, industriais, traders e a sociedade civil estão juntando forças para melhorar a situação de 25 milhões de produtores de café em todo o mundo", afirmou Joaquim Libânio, pela Junta Executiva.

O Comitê Técnico, que terá a importante tarefa de zelar pelo Código e a Matriz do 4C, aperfeiçoando-o permanentemente, é constituído por 12 membros e será coordenado pelo agrônomo brasileiro Dr.Bernardo van Raij, pesquisador do IAC – Instituto Agronômico de Campinas, que acompanha o desenvolvimento do programa 4C desde o seu início, em 2003. O 4C compreende um sistema de Verificação das fazendas de café para assegurar o uso de praticas ambientais, sociais e econômicas sustentáveis.

4C: no mercado a partir de Outubro - A Assembléia Geral decidiu que o Programa 4C, estando já pronto e estruturado quanto à matriz técnica, o sistema operacional, os serviços de apoio aos cafeicultores e os modelos de Verificação para as propriedades e agentes do agronegócio, poderá iniciar os credenciamentos para adesão no próximo mês de Julho de 2007.

Da mesma forma, o passo seguinte deverá ser o inicio da comercialização do café em grão cru, produzido em conformidade com as normas e regras de sustentabilidade do 4C, que deverá acontecer a partir de 1º de Outubro de 2007, em diversos países e principalmente no Brasil.

Brasil: preparado para o 4C - Durante a Assembléia Geral do 4C, o Instituto Totum, de São Paulo, organismo certificador brasileiro especializado em gestão de programas de qualidade e certificação (é o gerenciador do PQC – Programa de Qualidade do Café da ABIC), apresentou os resultados de um amplo e detalhado trabalho realizado em Minas Gerais e em São Paulo, nos meses de fevereiro e março. O trabalho teve como objetivo testar os sistemas e modelos de Verificação das propriedades rurais do café criados pelo 4C, e contou com a participação de outros organismos certificadores brasileiros, como a SGS, a RINA e a Fundação Vanzolini, bem como dos técnicos e administradores das cooperativas Cooxupé, Cocatrel e do Caccer, de Minas Gerais e da COCAPEC, de São Paulo.

Os resultados mostraram que as propriedades visitadas, e que são representativas daquelas regiões, estão dentro dos parâmetros definidos pelo 4C com relação à sustentabilidade e, portanto, prontas para fornecerem cafés em conformidade com o 4C. "A cafeicultura brasileira, de maneira geral, é muito avançada e moderna. Obedece aos padrões de legislações trabalhistas e ambientais, que exigem boas práticas no campo. O resultado, em muitos casos, são fazendas que não apresentam práticas condenáveis e, portanto, podem ser consideradas como modelos de produção sustentável", diz Fernando Lopes, diretor do Instituto Totum.

A verificação foi conduzida somente por organismos nacionais e pela primeira vez não precisou contar com o acompanhamento dos técnicos internacionais do 4C, o que demonstrou a competência e o preparo das instituições e empresas brasileiras para desenvolverem o trabalho de Verificação e suporte técnico aos produtores. O trabalho mostrou, sobretudo, que a cadeia produtiva brasileira do café está preparada para garantir a oferta gradual e crescente de cafés em conformidade com o 4C. Isto poderá representar uma grande vantagem competitiva para a cafeicultura brasileira, assegurando maiores exportações de cafés com melhor valor agregado e uma oferta adicional de cafés sustentáveis para o mercado interno.

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