Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

02/09/2009 - 09:32

Pré-sal: Impactos na indústria


US$ 92 bilhões destinados pelo Plano de Negócios somente às atividades de exploração e produção de petróleo no Brasil até 2013, até 2020, a Companhia prevê investir US$ 111,4 bilhões no desenvolvimento da produção no pré-sal. Serão US$ 98,8 bilhões aplicados no pré-sal da Bacia de Santos e US$ 12,6 bilhões no Espírito Santo.

O volume recorde de investimentos e encomendas programado pela Petrobras para o período 2009-2013 abre nova e promissora frente de negócios para a indústria de bens e serviços offshore. Constitui também, pela magnitude da demanda gerada, principalmente nos projetos de desenvolvimento dos reservatórios do pré-sal, oportunidade única para que a indústria brasileira se consolide, de forma competitiva e em bases sustentáveis, como fornecedora mundial do segmento de petróleo e gás, palavras da direção da Petrobras durante entrevista coletiva à imprensa.

De acordo com a diretoria da Petrobras, a carteira de projetos programada pela companhia garantirá, nos próximos anos, uma demanda em larga escala de sondas de perfuração, unidades de produção, arranjos submarinos, bombas, dutos, linhas flexíveis, além de milhares de outros equipamentos. Serão mais de US$ 92 bilhões destinados pelo Plano de Negócios somente às atividades de exploração e produção de petróleo no Brasil até 2013.

Qualificação técnica - “Esses investimentos estimularão também o desenvolvimento de toda uma cadeia produtiva de alta tecnologia, já que a exploração das jazidas do pré-sal exigirá sofisticadas soluções tecnológicas em diversos segmentos da atividade de Exploração e Produção. Abre oportunidades inéditas de cooperação financeira e tecnológica com parceiros tanto no Brasil quanto no exterior. Se as cifras volumosas do portfolio definido pela Petrobras para os próximos anos abrem novas oportunidades de negócios, a demanda crescente e a sofisticação tecnológica dos projetos que serão desenvolvidos até 2013 exigirão da indústria brasileira um salto significativo de competitividade e na qualificação profissional. Serão necessários investimentos maciços em capacitação de mão de obra, um dos principais gargalos do setor. Além disso, alguns estaleiros terão de ser recuperados e outros, construídos.”, apontou o presidente da companhia José Sérgio Gabrielli

Prominp - A Petrobras e o governo brasileiro vêm apostando, desde 2003, numa estratégia bem-sucedida para capacitar os fornecedores brasileiros. Ela está consolidada no Programa de Mobilização da Indústria de Petróleo (Prominp), cuja missão é revitalizar a indústria nacional de petróleo e gás em bases competitivas e sustentáveis, além de promover o aumento do conteúdo local nos projetos desenvolvidos pela Petrobras. “Em cinco anos, esse programa já acumula resultados significativos. Desde a criação do Prominp, a participação da indústria nacional nos investimentos do setor aumentou de 57% em 2003 para 75% no primeiro semestre de 2009, o que representa um expressivo valor adicional de US$ 13,2 bilhões de bens e serviços contratados no mercado nacional e a geração adicional de 605 mil postos de trabalho, nesse período. Esse programa articula a interação entre o governo federal, entidades financeiras, associações de classe, centros formadores de mão de obra, entre outras instituições, envolvendo todas as faces da cadeia produtiva de petróleo e gás”, frisou.

Em levantamento feito junto ao CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados,) do Ministério do Trabalho e Emprego, em junho de 2009, identificou-se que 81% dos profissionais qualificados pelo Prominp encontram-se empregados no mercado de trabalho formal.

“Diante da intensificação da demanda por bens e serviços impulsionada pelo desenvolvimento do pré-sal, o Prominp está ampliando ainda mais sua abrangência. Um novo pilar será o plano de desenvolvimento tecnológico, que envolverá universidades, centros de pesquisa, iniciativa privada, setores públicos e fornecedores. Ancorado em uma agenda de prioridades comuns – que incluem o desenvolvimento de recursos humanos, de infraestrutura e de tecnologias inéditas –, o novo programa terá a missão de estimular a competitividade tecnológica e o desenvolvimento regional. Tudo isso para atender às necessidades da indústria por conta do boom de novas encomendas programadas pela Petrobras e por outras empresas para os próximos anos. Outro ponto importante da estratégia da Petrobras para desenvolvimento do pré-sal é a padronização de projetos de produção”,ressaltou..

“Das primeiras plataformas fixas construídas em módulos para operar na Região Nordeste aos mais modernos FPSOs (unidades flutuantes de produção, armazenamento e transferência de óleo e gás) instalados na Bacia de Campos (RJ) – como a P-54, que opera no Campo de Roncador –, a estratégia de padronizar projetos tem se revelado bem-sucedida. Avaliações preliminares da Petrobras e de seus parceiros indicam que as condições das reservas do pré-sal são extremamente favoráveis para a aplicação do conceito de padronização dos FPSOs, o que inclui todo o sistema marítimo de utilidades e acomodações”, adiantou Gabrielli.

Fábrica de cascos no Rio Grande do Sul - “Para assegurar a produção em série e dar agilidade à conversão de plataformas, a Petrobras aposta numa solução considerada estratégica dentro do pacote de demandas para o pré-sal: trata-se da construção de um amplo canteiro para fabricação de cascos em série. Esse canteiro resultará da ampliação do Estaleiro do Rio Grande, no Rio Grande do Sul. Nele está sendo construído um dique seco capaz de comportar, simultaneamente, até dois cascos de FPSOs de grande porte ou de unidades semissubmersíveis. O plano de desenvolvimento das reservas do pré-sal já prevê a construção, nesse novo estaleiro, de oito FPSOs padronizados.

Além de reduzir a dependência externa do Brasil na construção e conversão de plataformas, o novo estaleiro estimulará a competitividade interna, assim como contribuirá para reduzir o preço e o tempo de construção dos futuros projetos.

A Petrobras e o pré-sal - Um novo horizonte para o Brasil: a Petrobras é a primeira empresa do mundo a encontrar e produzir petróleo e gás abaixo da camada de sal em horizontes geológicos e profundidades que chegam a sete mil metros a partir da superfície do mar. As novas descobertas levarão a Petrobras e o País a uma posição privilegiada na indústria de petróleo e gás mundial.

Só a acumulação de Tupi, na Bacia de Santos, tem volumes recuperáveis estimados entre 5 e 8 bilhões de barris de óleo equivalente (óleo mais gás). Já o reservatório de Iara, também na Bacia de Santos, abriga aproximadamente entre 3 e 4 bilhões de barris de óleo equivalente (boe). Os outros reservatórios da Bacia de Santos, como Júpiter, Carioca, Bem-Te-Vi, Guará, Parati, Caramba, Iguaçu e Iracema estão em fase de avaliação. No pré-sal do campo de Jubarte, na região conhecida como Parque das Baleias, localizada na porção capixaba da Bacia de Campos, estima-se que haja entre 1,5 bilhão e 2 bilhões de barris. A produção do primeiro óleo dessa área começou em 2 de setembro do ano passado”, continuou o executivo.

“Até 2020, a Companhia prevê investir US$ 111,4 bilhões no desenvolvimento da produção no pré-sal. Serão US$ 98,8 bilhões aplicados no pré-sal da Bacia de Santos e US$ 12,6 bilhões no Espírito Santo”.

O que é o pré-sal - As grandes descobertas realizadas nos últimos anos na camada pré-sal distribuem-se ao longo da costa do Brasil, entre os estados de Santa Catarina e Espírito Santo, acompanhando a linha do litoral, a mais ou menos 300 km do continente. A camada pré-sal, no entanto, não está distribuída de maneira uniforme. O petróleo é de boa qualidade – em torno de 30º API – e fica em reservatórios entre 5 e 7 mil metros de profundidade a partir da superfície marinha. Tupi fica a cerca de 300 km da costa, enquanto na Bacia de Campos os reservatórios do pré-sal estão em até 150 km de distância do litoral.

O Polo Pré-Sal da Bacia de Santos é composto pelas áreas formadas pelos blocos BM-S-8, BM-S-9, BM-S-10, BM-S-11, BM-S-21, BM-S-22 (operado pela Exxon) e BM-S-24. Esses blocos localizam-se a cerca de 300 km da costa do estado do Rio de Janeiro e em torno de 350 km da costa do estado de São Paulo, em profundidades de água que variam de 1.900 a 2.400 metros, consideradas ultraprofundas. Com exceção do bloco BM-S-24 (Júpiter), todos os demais possuem planos de avaliação aprovados pela ANP.

Tupi - “A previsão é que Tupi produza 100 mil barris de óleo diários e 5 milhões de metros cúbicos de gás em 2010. Em 2017, a produção no pré-sal deve superar a barreira de 1 milhão de barris diários de petróleo, chegando a 1,8 milhão em 2020. Isso praticamente dobrará a produção atual do Brasil”, informou Gabrielli.

No último dia 1º de maio, a Petrobras iniciou o Teste de Longa Duração (TLD) da área de Tupi, com o navio-plataforma BW Cidade de São Vicente, ancorado no bloco exploratório BM-S-11. O TLD permitirá aos técnicos conhecer melhor as condições de produção, já que no pré-sal da Bacia de Santos, entre outras características, os reservatórios ficam em rochas carbonáticas de origem microbial, diferentes das formações dos reservatórios da Bacia de Campos, já conhecidas pela Companhia, compostas por rochas arenosas turbidíticas. Nesse teste, além disso, serão investigados, entre outras coisas, o comportamento dos reservatórios em produção de longo prazo, a movimentação ou drenagem dos fluidos durante a produção, além do escoamento submarino e a melhor geometria dos poços.

Refino - A Petrobras refinou a primeira carga de petróleo do pré-sal na Refinaria de Capuava (Recap), em São Paulo, em junho. O processamento pioneiro deste petróleo permitirá comprovar, em escala comercial, os rendimentos e a qualidade de seus derivados.

Plano de desenvolvimento - Foram estabelecidas duas fases no Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado do Polo Pré-Sal da Bacia de Santos: a primeira, denominada Fase Zero, está voltada para a aquisição de informações geológicas e de produção, por meio da perfuração de 22 poços exploratórios para delimitar os reservatórios e de Testes de Longa Duração (TLD), além do Piloto de Tupi. A segunda fase, chamada de Fase “1”, busca a implantação dos sistemas definitivos de produção.

“O Piloto de Tupi começará a produzir até o final de 2010, com o FPSO Cidade de Angra dos Reis, cuja capacidade de processamento de petróleo será de 100 mil barris diários de petróleo e de compressão de 4 milhões de metros cúbicos de gás, adiantou.

“Na Fase "1A", estão previstas a operação de mais dois projetos-pilotos em planejamento e o início da operação de oito plataformas de produção do tipo FPSO, chamadas de replicantes, já que compartilharão projetos semelhantes. Os dois novos pilotos, com características similares ao de Tupi, começarão a operar no período 2013-2014, nos blocos BM-S-9 e BM-S-11, provavelmente nas áreas conhecidas como Guará e Iara, em sequência ainda a ser definida. Os oito FPSOs replicantes, com capacidade de produção de 120 mil barris diários de petróleo cada um, deverão entrar em produção entre 2015 e 2017 e deverão permitir que se alcance, naquele pólo, uma produção superior a 1 milhão de barris diários em 2017. A previsão atual é que a construção dos cascos destas embarcações seja feita de forma seriada no Estaleiro de Rio Grande, no Rio Grande do Sul.

Desafios e oportunidades - Além de elevar a produção brasileira de petróleo, o desenvolvimento das descobertas no pré-sal vai ampliar as oportunidades de emprego, com formação de mão-de-obra altamente especializada. Permitirá, também, a criação de novas soluções tecnológicas, sistemas e unidades de produção, tanto em equipamentos como em logística. Os investimentos previstos vão permitir um desenvolvimento sem paralelo da indústria de base e expansão das empresas de engenharia, indústria naval, produtoras de equipamentos de grande porte e prestadoras de serviço.

Os desafios do desenvolvimento da produção na região do pré-sal proporcionarão oportunidades excepcionais para a geração de conhecimento, programas tecnológicos e parcerias com universidades e institutos de pesquisas, fortalecendo a integração com a comunidade tecnológica brasileira e internacional”, acrescentou.

Histórico - “Em 2005, um navio-sonda foi enviado à Bacia de Santos para perfurar um poço pioneiro no bloco BM-S-10, na área hoje conhecida como Parati. Um ano e três meses depois, foram encontrados um campo gigante de gás e reservatórios de condensado de petróleo, a 7,6 mil metros de profundidade. Em julho de 2006, já no bloco BM-S-11, foram encontrados indícios de petróleo a 5 mil metros de profundidade, em área localizada abaixo da camada de sal. Outros sete poços foram perfurados, e em todos foi encontrado petróleo. Em novembro de 2008, a Companhia obteve sucesso abaixo da camada de sal na Bacia de Campos, no Parque das Baleias, no Espírito Santo.

Na Bacia de Campos, a produção no campo de Jubarte começou em setembro do ano passado, valendo-se das facilidades operacionais instaladas com a produção do pós-sal, por meio do FSPO JK P-34. Na fase 2, de desenvolvimento dessa área, prevista para 2011, a Petrobras utilizará a plataforma P-57, com capacidade de processamento de 180 mil barris de óleo e de comprimir 2 milhões de metros cúbicos de gás.”, lembrou.

“A experiência acumulada ao longo de décadas explorando em águas profundas e ultraprofundas dá à Petrobras condições de desenvolver tecnologias que permitam superar os desafios de extrair hidrocarbonetos nas novas condições. Em 2007, foi criado o Programa Tecnológico para o Desenvolvimento da Produção dos Reservatórios Pré-Sal (Prosal), a exemplo dos programas desenvolvidos no Centro de Pesquisas (Cenpes), como o Programa de Capacitação Tecnológica em Águas Profundas (Procap), para águas profundas, criado em 1986. A Petrobras trabalha, também, em parcerias com a comunidade científica, incentivando a evolução da tecnologia nacional. O Cenpes mantém parcerias com universidades e instituições de ciência e tecnologia, investindo cerca de R$ 400 milhões ao ano.

Os custos e prazos de exploração caíram desde o primeiro poço do pré-sal, perfurado em 2005. À época, o gasto foi de US$ 240 milhões, em cerca de um ano. Atualmente, a Petrobras consegue perfurar um poço em 70 a 80 dias, a US$ 60 milhões”, concluiu Gabrielli..

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira