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09/09/2009 - 10:31

ABMACO cria programa para tirar telhas de compósitos da estagnação


Queda da qualidade resultou em crescimento zero nos últimos dez anos e abriu o caminho para a evolução de materiais concorrentes.

As telhas de compósitos são translúcidas, leves e resistentes. Nada disso, porém, serviu para evitar que seu consumo permanecesse estagnado ao longo dos últimos dez anos. Segundo a Associação Brasileira de Materiais Compósitos (ABMACO), a demanda estacionou nos 500 mil m²/mês (ou R$ 4 milhões), indiferente ao crescimento generalizado da construção civil ao longo desse período. Para piorar, triplicou na última década o número de fabricantes de telhas de compósitos, material também chamado de plástico reforçado com fibras de vidro (PRFV). São 40 empresas hoje vivendo – mal, diga-se – de fabricar o produto, sob um pano de fundo marcado pela capacidade instalada ociosa e a conseqüente guerra de preços.

Paulo Camatta, gerente executivo da ABMACO, explica que tudo isso foi causado pela intensa queda de qualidade. Se fabricadas conforme a NBR 14.115, as telhas de compósitos duram décadas. “A norma determina que ela tenha, no mínimo, 0,8 mm de espessura, mas chegamos a encontrar no mercado peças com menos da metade disso”, ele afirma, em referência aos métodos adotados pelos fabricantes para diminuir os custos. Resultado: campo aberto para a evolução das telhas feitas de materiais concorrentes, sobretudo polipropileno e PVC, de preços semelhantes aos dos compósitos, mas com performance muito inferior – não são materiais estruturais e se degradam rapidamente quando expostos às intempéries e aos raios UV. “Deixamos de crescer pelo menos 20% ao ano na última década por conta dessa postura”, calcula o gerente.

A situação chegou a tal ponto que a ABMACO precisou intervir. Depois de reunir dez fabricantes de telhas – que respondem por mais de 60% da produção brasileira –, e nove fornecedores de matérias-primas, a associação decidiu criar o Programa ABMACO de Qualidade (PAQ) Telhas. Como primeira medida, a entidade recolheu em lojas de material de construção amostras de telhas fabricadas por participantes ou não do programa. Todas foram encaminhadas ao Instituto de Pesquisa Tecnológicas (IPT), organismo independente contratado pela ABMACO para efetuar as análises de conformidade em relação à norma vigente. “Os transformadores serão comunicados formalmente sobre os resultados dos seus produtos, processo que deve ser concluído até o final do ano. A intenção da ABMACO não é puni-los, mas sim convencê-los dos benefícios de participar do nosso movimento”.

Para aqueles que desrespeitam a norma, é óbvio que o relatório da ABMACO/IPT não trará surpresas. Ocorre que, terminada a fase de diagnóstico – e passado o prazo de três meses para uma segunda e definitiva avaliação –, os aprovados receberão o Selo de Qualidade ABMACO. Inspirada na estratégia adotada pelo segmento de colchões, a associação investirá maciçamente na divulgação do selo, mostrando de forma clara a lojistas e consumidores que, quem está fora, descumpre a norma e, em decorrência, fere as leis e o Código de Defesa do Consumidor.

Já os fabricantes de telhas que o conseguirem poderão usá-lo como uma ferramenta de diferenciação competitiva”, completa Camatta. | www.abmaco.org.br

Perfil ABMACO - Fundada em 1981, a Associação Brasileira de Materiais Compósitos (ABMACO) representa toda a cadeia produtiva dos compósitos ou plástico reforçado com fibras de vidro (PRFV), material que conta com mais de 40.000 aplicações catalogadas em todo o mundo, de caixas d´água e tubos a peças de aviões e foguetes. Presidida por Gilmar Lima, diretor geral da MVC Plásticos, a ABMACO tem 212 associados e mantém, em conjunto com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), o Centro de Tecnologia de Compósitos (CETECOM), o maior do gênero na América Latina.

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