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09/09/2009 - 12:08

Repensando os negócios

Pensar nas mudanças que serão provocadas nos hábitos de consumo, nos produtos e ambientes de vendas por conta da velocidade absurda com que as tecnologias da informação entram em nossas vidas é fundamental e prioritário para planejar, projetar e aplicar novos formatos de comunicação, design e marketing. São mudanças que afetarão a vida das empresas de todos os portes. Não pense que estou falando em mudanças sutis para os próximos 50 anos.

A história recente mostra que a tecnologia é absorvida cada vez mais rápido pela sociedade de consumo.

Em 15 anos, corporações que não adotarem essa nova postura ao se relacionar com seus consumidores deixarão de existir.

Bom parâmetro para entender a rapidez com que ocorrem as mudanças é repensar com base em fatos tecnológicos, advindos da evolução dos chips, da internet, dos sistemas de informação e da evolução nos processos logísticos. A pergunta pode ser banal, mas é fundamental: você se lembra o que eram os computadores, a internet, os sistemas de informação e o conhecimento logístico há 20 anos. Pois bem, e como estas tecnologias e conhecimentos irão progredir pelos próximos 20 anos? A questão é que se você é empresário ou gestor e administra seu negócio como há 20 anos tenha plena certeza que nos próximos anos teremos muitas surpresas, talvez desagradáveis para empresas estáticas, com relação ao consumo e a tecnologia. Reimagine! Como diz o guru da administração Tom Peters em seu livro com este mesmo título.

Ponto pacífico é que nos últimos anos ficarão cada vez mais evidentes as mudanças dos hábitos de consumo, como o crescimento das compras via internet e da proliferação e disseminação do autoserviço nos estabelecimentos comerciais. Vamos lá: há 20 anos, quem imaginaria grandes redes varejistas de construção civil onde o consumidor entra, empurrando seu carrinho e vai comprando sem auxílio de atendentes? Hoje é uma cena comum em médias e grandes cidades brasileiras.

Em pouco tempo – 10 ou 15 anos –, entraremos em um supermercado para fazer as compras e não veremos atendentes nos checkouts, pois a integração entre essas tecnologias e proporcionarão produtos e embalagens com chips, que armazenarão as informações do produto, desde preço e validade até dados sobre o fabricante.

Na saída do supermercado passaremos por um “checkout” com sensores que irão ler automaticamente todos os produtos escolhidos pelo consumidor, farão totalização da compra, darão baixa dos estoques do estabelecimento – e se for o caso solicitarão novas remessas ao atacadista – emitirão a fatura e debitarão o valor de seu cartão de crédito. Tudo em segundos.

Falando deste modo, pode parecer ficção. Mas, na década de 70 ou até nos anos 80, imaginar a disseminação de um aparelho como o celular em todas as classes sociais também não era ficção? E um notebook vendido a R$ 2 mil? Também era até cinco, seis anos atrás.

A indústria já emprega estas tecnologias para realizar a rastreabilidade dos produtos para identificar possíveis falhas durante o processo produtivo. Portanto apenas adaptaremos seu uso em outras áreas da vida.

As mudanças não param por aí! Pensem que a mesma tecnologia estará disponível em casa. Geladeiras e dispensas terão sensores. Quando guardamos as compras os sensores identificarão os produtos e arquivarão estas informações. Com uma programação prévia a sua geladeira poderá indicar uma possível dieta ou ainda orientar sobre produtos que estão próximos do limite de validade.

Mais adiante, quando estas tecnologias estiverem totalmente difundidas e assimiladas, possivelmente os produtos – como a sua geladeira e a dispensa – estarão interligados com o sistema dos estabelecimentos comerciais, que automaticamente irão saber suas preferências de compras e abastecê-lo antes que fique sem o leite para o café da manhã, por exemplo. Essa mudança mexe com toda a sociedade. Empresas varejistas precisam entender as características desta nova fase do consumo e se preparar para oferecer soluções à altura das necessidades dos clientes. Da mesma forma, empresas de serviços terão que repensar (reimaginar!) suas ofertas. Se uma família não precisará gastar horas indo de carro ao mercado, percorrendo as gôndolas, olhando rótulos de produto e etc, certamente terão tempo livre para dedicarem-se a outras atividades. Quais sejam? É preciso repensar.

Fundamental é reimaginar a forma de seu negócio e a maneira como comunicar esta postura aos consumidores, clientes, fornecedores e sociedade de forma ampla. Para isso é preciso um trabalho de imersão, planejamento, realização de projetos e implantação realizados por especialistas também antenados nesta nova forma de sentir e viver o mundo. O design tem um papel fundamental nesta reinvenção da sociedade. Será preciso reformular a maneira como seu produto ou a imagem de seu produto e de sua empresa interage com o consumidor. Pense nisso.

. Por: Marcos Sebben, designer, diretor da Design Inverso, escritório de design com sede em Joinville/SC, tem MBA em Gestão Empresarial, [email protected]. | (*) Este artigo foi publicado no livro “Workcases", de Maura Zurdo e Wilmar Cidral, lançado pelo INPG/Sustentare, escola de negócios com base em Joinville/SC.

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